O grande problema de “Turma da Mônica Jovem: reflexos do medo” parece ser que os realizadores miraram em “Stranger things”, mas ficaram bem aquém disso. Diferentemente dos dois filmes anteriores da franquia com um elenco de crianças, que apresentavam a lendária criação de Mauricio de Souza com certa eficácia, o novo longa é prejudicado por seguidos equívocos técnicos e dramatúrgicos.
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Uma das funções dos gêneros suspense e terror é provocar algum tipo de desconforto no espectador. Algo como tensão, susto ou até repulsa seriam características pertencentes a ambos os estilos que poderiam funcionar, mas, no caso do filme que leva o subtítulo “Reflexos do medo”, o projeto não diz a que veio e prevalece uma monotonia.
A trama apresenta a turma da Mônica no Ensino Médio descobrindo que o Museu do Limoeiro será leiloado. Mônica (Sophia Valverde), Cebola (Xande Valois), Magali (Bianca Paiva), Cascão (Théo Salomão) e Milena (Carol Roberto) resolvem impedir o destino fatídico do museu. Ao mesmo tempo, eles precisam enfrentar uma força sobrenatural liderada pelo Cabeça de Balde.
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Contando com sete roteiristas, a narrativa vem carregada de furos, e, partindo daí, o diretor Maurício Eça não ajuda por não construir uma linguagem cinematográfica satisfatória. Independentemente de as cenas serem sentimentais ou tensas, a maneira de capturá-las não apresenta distinção.
Para completar a série de escolhas infelizes, o elenco não consegue fazer jus a seus personagens cativantes, além de recitar os diálogos como quem lê uma redação escolar.