Passadas as indicações para o Oscar, os filmes que tinham esperanças de entrar na disputa, mas foram esnobados, começam a estrear no circuito. Um exemplo é o interessante “Garra de ferro”, que conta a história real dos Von Erich, a família mais famosa da luta livre encenada. O filme dirigido e escrito por Sean Durkin (“The nest”, 2020) usa o esporte para propor uma importante reflexão sobre a família, a relação complicada entre irmãos e, principalmente, sobre um pai autoritário que usa os filhos sem limites para realizar seus sonhos frustrados.
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A trama apresenta a trágica e tumultuada jornada dos irmãos Von Erich para conseguir entrar no The World Wrestling Federation (WWF) Hall of Fame, instituição que presta tributo aos melhores da luta livre do mundo. A narrativa investe em uma possível maldição que acompanhou a família desde quando Fritz Von Erich (Holt McCallany), o patriarca, era lutador profissional.
Na verdade, a tal praga era uma desculpa para justificar um pai extremamente abusivo, tão preocupado em atingir uma glória pessoal que incentivou uma rivalidade entre os filhos. Para completar o quadro, os irmãos tiveram uma mãe omissa, ficando reféns da situação.
Lamentavelmente, “The iron claw” (no original) não conseguiu ser indicado a nenhum prêmio importante. Apesar do belo resultado final, faltou ao diretor e roteirista Sean Durkin um script mais encorpado. O projeto traz, no papel de Kevin Von Erich, uma ótima performance de Zac Efron, que se transformou fisicamente e mentalmente para o papel, mas até ele foi esquecido — a concorrência em 2023 foi grande.