RIO — Nunca antes, em dez anos, uma apresentação do musical “O meu sangue ferve por você” havia sido cancelada. Montagem dirigida por Diego Morais, a peça celebrava uma década em cartaz, no Teatro Clara Nunes, na Gávea, quando as medidas restritivas contra o avanço do coronavírus determinaram o fechamento de todos os teatros do Rio.
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Aqueles que ainda não tiveram a chance de assistir à comédia podem conferir, com exclusividade, um número do espetáculo no site do GLOBO (veja o vídeo abaixo). Aliás, passagens de outras peças suspensas também seguem disponíveis numa lista especialmente montada no site do Rio Show, AQUI .
— Este é o momento de pensarmos em soluções para manter a cultura em atividade. Se a quarentena persistir, bolaremos uma versão on-line do musical — reforça o diretor, lembrando imprevistos memoráveis. — Uma vez, umas das atrizes não conseguiu chegar a tempo, e ficamos mostrando memes para a plateia até que ela entrasse no teatro, algo que virou parte do espetáculo. Em outra ocasião, precisei substituir o pianista, mesmo sem saber tocar o instrumento. Conseguimos dar um jeito porque tínhamos algo gravado.
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Embalada pelo cancioneiro brega dos anos 1970, 80 e 90 — a cargo de banda ao vivo —, “O meu sangue ferve por você” é um case em palcos cariocas. Estreou em 2010 no Galeria Café, em Ipanema, onde cumpriria temporada de apenas um mês. Com o sucesso, ficou sete meses no mesmo endereço, e catapultado para casas maiores.
Com roteiro ancorado em letras de nomes como Fábio Jr. , Sidney Magal , Reginaldo Rossi, Gretchen e Rosana — além de repertório romântico de safra mais recente —, a trama acompanha as idas e vindas amorosas de um quarteto movido por traições:
— Digamos que seja um quadrilátero amoroso, em que todo mundo pega todo mundo — brinca Diego. — É uma comédia bagaceira, mas inspirada no erudito, com referências a operetas e uma carga de melodrama. E tudo é superatual, até porque ser brega não sai de moda, né?