Exclusivo para Assinantes
Rio Show

Critica: ‘O mau exemplo de Cameron Post’

Bonequinho aplaude: a pretensa cura gay num alerta
Chloë Grace Moretz em cena do filme "O mau exemplo de Cameron Post" Foto: Divulgação
Chloë Grace Moretz em cena do filme "O mau exemplo de Cameron Post" Foto: Divulgação

Um filme sobre a “cura gay” poderia ser resumido em uma simples e curta frase: “Essa besteira não existe”. Mas, como tem gente que acredita — é algo como insistir que a Terra é plana —, “O mau exemplo de Cameron Post” serve como um alerta para o espectador jovem sobre o absurdo e os riscos que a tal “cura” pode representar para os envolvidos. Dirigido por Desiree Akhavan, o filme acompanha a história de Cameron (Chloë Grace Moretz), uma adolescente que é descoberta num caso com outra moça e que, por isso, é enviada para uma espécie de centro de “reabilitação” para homossexuais.

Siga nossa página no Instagram: @rioshowoglobo

Lá, ela é apresentada a um mundo paralelo. Há um show de rock de Deus, uma ginástica de Deus, um karaokê de Deus. É bem clara a mensagem de que as pessoas usam a religião como pretexto para atacar a identidade sexual dos jovens. Mas, se tudo é feito para Deus, o que resta para Cameron?

O tom juvenil do filme — com um certo didatismo, montagem ágil e diálogos irônicos cheios de referências pop — ajuda a aproximar a história de um público mais amplo, sobretudo dos jovens. “O mau exemplo de Cameron Post” tem o cuidado de desconstruir cada argumento apresentado para se acreditar na cura gay. Ele traça, também, um paralelo com as dificuldades que a comunidade LGBT+ enfrenta em qualquer situação. O centro para qual Cameron é levada pode ser enxergado como um microcosmo de preconceito e repressão que há em muitas sociedades.