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Rio Show

Crítica: 'Vingadores: Ultimato'

Bonequinho aplaude sentado: "Bom humor, doses razoáveis de ação e também de emoção"
Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Patriota de Ferro (Don Cheadle), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Nebula (Karen Gillan), Rocket (voz de Bradley Cooper), Homem-Formiga (Paul Rudd) e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) Foto: Marvel Studios
Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Patriota de Ferro (Don Cheadle), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Nebula (Karen Gillan), Rocket (voz de Bradley Cooper), Homem-Formiga (Paul Rudd) e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) Foto: Marvel Studios

Soluções engenhosas para dar prosseguimento à trama, bom humor dos personagens em relação a eles mesmos e aos colegas de aventura, doses razoáveis de ação e também de emoção (ou, talvez, de dramalhão): se "Vingadores: Ultimato" fosse um produto na prateleira do mercado, seu rótulo poderia estampar essa descrição de ingredientes.

"Se" fosse um produto? O novo longa do MCU (o "universo cinematográfico da Marvel"), sob o chapéu cada vez mais amplo e poderoso do conglomerado Disney, constitui uma gigantesca operação de marketing que já marcou a história do cinema. Só não faz muito sentido a imagem da prateleira; "Ultimato" parece ocupar, com sua onipresença, quase todas as gôndolas do mercado.

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A curva mais longa dessa operação teve início com o lançamento de "Homem de Ferro" (2008). Nada mais coerente do que a consagração de Robert Downey Jr., ao final do tapete vermelho dos créditos de "Ultimato", como o intérprete de seu personagem mais importante: foi há 11 anos, com a forte contribuição dele e do diretor Jon Favreau, que se pavimentou muito bem a pista.

Na curva mais concentrada, estão os quatro longas que reúnem os super-heróis do MCU. "Os Vingadores - The Avengers" (2012) abriu essa trilha, seguido por "Era de Ultron" (2015) e "Guerra Infinita" (2018), do qual "Ultimato" não é propriamente uma continuação. É a segunda parte de uma história dividida, para explorar personagens e também o bolso do espectador, em dois longas.

Por mais que a trama se desenvolva em diversos planos, as três horas de duração de "Ultimato" não escondem barrigas e redundâncias. Mas é preciso entender que o público-alvo, como muitos jornalistas presentes à única sessão de imprensa no Brasil, está inclinado a vibrar, aplaudir e urrar com a simples aparição de seus personagens favoritos na tela.

Pois bem: todos poderão vibrar, aplaudir e urrar. Graças às piruetas da trama, retorna o exército de personagens de "Guerra Infinita", mesmo os que haviam sucumbido à sanha devastadora de Thanos (Josh Brolin). O recente "Capitã Marvel", em seu aperitivo durante os créditos finais, já havia anunciado que até mesmo um certo personagem não-herói poderia dar as caras.

Por falar na Capitã Marvel (interpretada por Brie Larson), as personagens femininas ganham novamente ênfase, aproximando o filme do enorme contingente de mulheres que são fãs do MCU. As heroínas (e também as vilãs) têm força, charme e inteligência. Se a aventura estivesse começando só agora, seria possivelmente com "Mulher de Ferro".