Cirque du Soleil e ‘Disney On Ice’: o que esperar dos espetáculos com patinação no gelo e acrobacias que chegam ao Rio

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Parte do repertório do Cirque desde 2017, “Crystal” é o primeiro espetáculo do grupo com números acrobáticos adaptados para patins de gelo. E não foi tarefa simples. Para conseguir tirar o projeto do papel, o relações públicas sênior do CirqueduSoleil, Roberto Larroude, conta que foi preciso escalar patinadores profissionais para o elenco e que eles precisaram aprender manobras circenses. E vice-versa: acrobatas também tiveram que adaptar seus números ao gelo e , alguns, aos patins.

Uma das quatro intérpretes da personagem-título durante o espetáculo (ao todo, seis artistas se revezam na temporada), a russa Nicole Gosviani conta que era atleta de patinação e nunca tinha pensado em fazer circo:

— Foi totalmente novo para mim. O mais difícil foram as fitas aéreas, porque, além de eu nunca ter feito, é mais arriscado por estar no gelo.

Nicole é uma das 45 artistas que entram na pista de patinação — de 48 por 21 metros — para contar a história de Crystal, uma jovem que enfrenta conflitos típicos da adolescência, como dificuldade de se conectar com a família, bullying na escola e questionamentos sobre a própria identidade. Até que, ao cair num lago congelado, ela vai parar em um mundo paralelo onde vive uma jornada de autoconhecimento.

— É um espetáculo para a família, com questionamentos comuns a todos que passaram ou vão passar pela adolescência— comenta Larroude.

Entre os números que costumam causar mais impacto na plateia está o que um acrobata escala e se equilibra sobre uma pilha de cadeiras. Apesar de não detalhar, Larroude conta que há uma surpresa para o público brasileiro.

— Tem um momento no número de hockey que a gente incorporou especialmente para o Brasil — revela o RP, e acrescenta que a adaptação é feita em todos os países por onde passam.

Os efeitos especiais também fazem sucesso. Entre os pontos altos estão as projeções que simulam cenários — de florestas a pátio de escola e cidade — sobre o gelo, acompanhando a história. Tudo graças aos aparelhos de GPS presos aos figurinos.

— São 28 projetores que mapeiam o gelo com imagens impressionantes, que interagem com os patinadores — conta Larroude.

Com duas horas de duração (contando o intervalo de 25 minutos), o espetáculo é embalado por um repertório original do Cirque, que ganha reforço de músicas pop gravadas em versões especiais para o show. Na lista, “Chandelier”, de Sia, “Halo”, de Beyoncé, “Sinnerman”, de Nina Simone; e “Beautiful day”, do U2.

Depois da temporada carioca, que segue até o dia 23, o espetáculo — que já passou por 23 países e coleciona mais de dois milhões de espectadores — segue para São Paulo.

A temporada de espetáculos no gelo continua. O Disney On Ice dá uma esfriada na temperatura a partir de quarta-feira. Na pista de gelo montada no Maracanãzinho, personagens de filmes como “A Bela e a Fera”, “Cinderela”, “Moana”, “Viva: a vida é uma festa”, “Enrolados” e “Frozen” apresentam de forma resumida suas tramas, embalados pelas trilhas das animações, dubladas em português.

No espetáculo deste ano, o número de “Enrolados” promete uma surpresa à la CirqueduSoleil. A personagem principal, Rapunzel, fará número de acrobacia aérea em tecidos.

O elenco de 50 artistas inclui quatro brasileiros. Entre eles, dois apresentadores que conectam os seis números de patinação. O espetáculo tem 18 telas de projeção e 23 globos de iluminação, responsáveis por formar 1.025 cenários diferentes, em que o público mergulha no universo mágico da Disney.

Cirque du Soleil
Onde: Farmasi Arena, Barra. Quando: Qua e qui, às 21h. Sex, às 20h. Sáb (15), às 17h e às 21h. Sáb (22), às 13h, às 17h e às 21h. Dom (16), às 16h e às 20h. Dom (23), às 14h e às 18h. Estreia quinta (13). Até 23 de junho. Quanto: De R$ 140 (vista parcial) até R$ 1.270.