Gastronomia
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Por — Rio de Janeiro

Por trás da nova Casa Mohamed, na Vinicius de Moraes, em Ipanema, está o velho Elias, um árabe tradicional carioca, com três décadas de quibes, esfirras e outros hits das arábias, sempre bem feitos e bem cuidados. O Mohamed, que segue o padrão, é fruto de um “racha” familiar. Curiosidades à parte (e não abrem o jogo), ganhamos nós, que hoje contamos com duas boas referências de culinária árabe na cidade: o Elias, que segue com cinco lojas, e a Casa Mohamed, instalada em um imóvel de quatro andares (e eu só cheguei até o segundo) e deque voltado para a rua.

O que servem é praticamente o mesmo, e isso é bom. Quem gosta de comida árabe, perfumada e fresca — e o clima do Rio é perfeito para ela —, quer mais do mesmo. "Invencionices" não costumam funcionar, e a família sabe disso. O diferencial do Mohamed talvez seja a casa em um CEP nobre e agitado de Ipanema.

O “bem cuidado” que falo acima passa, por exemplo, pelas pitas, os pães árabes que são assados a todo instante no forno a lenha e podem chegar gorduchos e fumegantes. E também pelas esfirras, leves e gostosas, de carne, ricota temperada, berinjela ou verduras (R$ 9); pelos quibes dourados no braseiro, servidos com coalhada seca (R$ 32, o prato), ou fritos (R$ 10, cada) ou ainda na versão vegetariana servida com babaganoush (R$ 33). O cru montado chega em camadas com coalhada, tabule, carne moída e cebola frita, que eu como compulsivamente (R$ 45). Já pedi delivery e chegam igualmente crocantes. Delícia, meu ponto alto.

Casa Mohamed: paleta de cordeiro com cuscuz marroquino — Foto: Divulgação / Foto de Bruno de Lima
Casa Mohamed: paleta de cordeiro com cuscuz marroquino — Foto: Divulgação / Foto de Bruno de Lima

Entre as atrações do jantar, estão a coalhada seca com zaatar e azeitonas (R$ 34), a paleta de cordeiro desfiada com cuscuz marroquino (R$ 94), o grão-de-bico com frango (R$ 67), a salada de chancliche (queijo artesanal) com tomate, cebola, hortelã e pita (R$ 35) e o chacrie, uma espécie de estrogonofe de carne com coalhada e arroz de aletria (R$ 69). Os doces são dali: belewa, knafe, ninhos (R$ 12 cada) e ataif, pastéis de nozes com sorvete de pistache (R$ 34).

Boa parte dos pratos do menu à la carte você encontra no bufê diurno (R$ 11,40, 100g, de terça a sexta, e R$ 12,99, aos sábados e domingos), frescos, repostos a todo instante (tem sempre alguém da família pelos salões). Como a casa vizinha, onde fica o Pura Brasa, é deles também, as mesas nas calçadas se misturam, transformando esse trecho de Ipanema em uma das áreas mais animadas do bairro. Não moro ali, daí, não sei o quanto de transtorno essa animação implica. Mas não cabe aqui.

Cotação: três garfinhos (bom)

Serviço: Rua Vinicius de Moraes 149, Ipanema (3435-4977). Ter a dom, das 11h30 às 23h.

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