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Rio Show

'Meio-irmão' é 'um retrato de bairro de classe trabalhadora de São Paulo'; veja crítica

Bonequinho olha o filme da diretora Eliane Coster
Cena do filme "Meio-irmão" Foto: Divulgação
Cena do filme "Meio-irmão" Foto: Divulgação

“Meio-irmão” é um retrato de bairro de classe trabalhadora de São Paulo. E faz sua abordagem pelo viés das famílias desgarradas e fragmentárias. Sandra tem 16 anos e sua mãe desaparece (e não parece ser a primeira vez). O pai, comerciante local, trata-a como um estorvo, algo que “atrapalha os negócios”. Ela recorre então à casa de seu meio-irmão Jorge, um pouco mais velho, que vive com o pai e trabalha com ele instalando câmeras de segurança.

O ponto mais alto do filme é a sensibilidade da diretora Eliane Coster para tratar os personagens em suas características particulares, não como índices sociológicos ou temas sociais relevantes (sexualidade, violência anti-LGBT etc.).

Há uma real integridade dos espaços cênicos das casas e dos comércios, uma atenção singela aos gestos comuns da vida. Mas na parte final a narrativa opta pelo laconismo e o filme acaba não dando conta dos eixos da intriga e da tessitura dramática que vinha construindo até aí.