Rio Show
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Por O Globo

Começa nesta quinta-feira (6) a edição 2022 do Festival do Rio. Após dois anos em formato reduzido, o evento volta a oferecer uma programação com mais de 200 filmes, nacionais e estrangeiros. Para ajudar na escolha do que ver, os críticos do GLOBO apontam alguns dos destaques da seleção.

No que depender dos nossos Bonequinhos, o filme "Decisão de partir", do sul-coreano, Park Chan-woo, é um dos imperdíveis: foi citado por seis de nossos críticos. Logo atrás, vem o documentário “Lynch/Oz”, de Alexandre O. Philippe, sobre a influência de “O mágico de Oz” na obra de David Lynch. O filme foi lembrado por quatro dos nove especialistas. Também despertaram a atenção os dramas “The banshees of inisherin”, de Martin McDonagh, que deu a Colin Farrell o prêmio de melhor ator no Festival de Veneza, e “Holy spider”, de Ali Abbasi, com Zar Amir Ebrahimi, eleita a melhor atriz em Cannes pelo trabalho. Confira a lista de dicas e a programação.

André Miranda

‘Boicote’. A partir de leis criadas por parlamentares americanos para impedir decisões individuais de boicotar Israel, o documentário da carioca Julia Bacha reflete sobre um dos grandes temas de hoje: a censura e a tentativa, por parte de governos, de controlar a liberdade de expressão.

‘Em viagem, o papa’. Gianfranco Rosi é um documentarista premiadíssimo e notável por um cinema de abordagem social. Seu novo filme tenta compreender os problemas do mundo por um ponto de vista curioso: o do Papa Francisco.

‘Hallelujah: Leonard Cohen, a journey, a song’. Um dos grandes letristas da História, Cohen abordava com precisão aflições individuais e coletivas. Ele falava de amor com a mesma poesia com que falava de guerra. O doc de Daniel Geller e Dayna Goldfine recorda Cohen através de sua música mais famosa, “Hallelujah”.

‘O julgamento dos nazistas de Kiev’. Num momento em que ucranianos estão mais uma vez sob ataque de um líder extremista estrangeiro, o ucraniano Sergey Loznitsa, um dos maiores cineastas em atividade, relembra em doc os crimes de guerra dos nazistas.

Documentário 'Lynch/Oz' — Foto: Divulgação
Documentário 'Lynch/Oz' — Foto: Divulgação

‘Lynch/Oz’. É para ir ao cinema com vestido de veludo azul, sapato de cristal vermelho, um leão de um lado e um coelho do outro. O doc de Alexandre O. Philippe trata da influência do psicodélico “O Mágico de Oz” na obra do surrealista David Lynch.

'Cesária Évora'. O cativante documentário da portuguesa Ana Sofia Fonseca resgata a trajetória da cabo-verdiana Cesária Évora, ao mesmo tempo em que trata de colonialismo, racismo, machismo, preconceitos e superação.

'Pornomelancolia'. Franzino, bigodudo e com nariz proeminente, Lalo ganha dinheiro postando fotos e vídeos pornôs para seus seguidores na internet. O documentário de Manuel Abramovich mostra, contudo, que existe um ser humano solitário por trás do influenciador sexual.

'Corpolítica'. Em tempos de eleição, a representatividade está no centro do documentário de Pedro Henrique França: o filme acompanha candidaturas de quatro políticos LGBTQIAP+ nas eleições municipais de 2020.

'Good Night Oppy'. Lembram o Wall-E, o robôzinho da Pixar que vagava solitário por uma Terra desabitada? Quase tão emocionante quanto a animação da Pixar, o documentário de Ryan White retrata o trabalho de um robô explorador em Marte, ativo por 15 anos.

'E.T.: o extraterrestre'. Diferentemente de minhas outras sugestões, não é um documentário. Mas certamente é o filme Steven Spielberg que melhor sintetiza tudo aquilo que a gente gosta de chamar de "magia do cinema". Levem as crianças e se preparem para o choro.

  • 'O boicote': Lei americana que pune boicotes a Israel é tema de filme da brasileira Julia Bacha
  • 'Peter von Kant': 'Às vezes, é bom matar ídolos', diz François Ozon, que faz releitura de Rainer Werner Fassbinder

Carlos Helí de Almeida

‘The banshees of Inisherin’. Martin McDonagh (de “Três cartazes para um crime”) cria hipnotizante tragicomédia sobre orgulho masculino ferido. O ponto de partida é o fim da amizade entre dois irlandeses de uma vila insular, nos anos 1920. Melhor roteiro e ator (Colin Farrell) em Veneza.

‘Broker — Uma nova chance’. Conhecido por tocantes dramas familiares, o japonês Hirokazu Koreeda foi à Coreia do Sul contar a história de dois homens que interceptam bebês abandonados e os vendem a casais. Prêmio de melhor ator para Song Kang-ho em Cannes.

‘Close’. O belga Lukas Dhon oferece um delicado e impactante registro sobre preconceitos, a partir da história da amizade entre dois garotos destruída por sugestões de homofobia. Grande prêmio do júri em Cannes.

Ricardo Darín em cena de 'Argentina, 1985' — Foto: Divulgação
Ricardo Darín em cena de 'Argentina, 1985' — Foto: Divulgação

‘Argentina, 1985’. O galã Ricardo Darín é protagonista e produtor deste bem-humorado drama de tribunal de Santiago Mitre, que reconstitui o julgamento dos líderes da junta militar que governou o país de 1976 a 1983.

‘Fogaréu’. No filme de Flávia Neves, jovem retorna a Goiás para descobrir a identidade de sua mãe e acaba cruzando com rituais folclóricos e práticas sociais que revelam um lado retrógrado e corrupto da região.

'Peter von Kant'. Releitura de François Ozon para o clássico “As lágrimas amargas de Petra von Kant”, de Fassbinder, que é, ao mesmo tempo, uma homenagem ao realizador alemão e uma reflexão sobre as relações de poder. O filme abriu o Festival de Berlim deste ano, e tem Isabelle Adjani como coadjuvante de luxo.

'EO'. Deliciosa, surpreendente e aflitiva fábula moderna dirigida pelo polonês Jerzy Skolimowski , conhecido por seu cinema experimental. A história é contada do ponto de vista de um burro liberado de um circo por um grupo de ativistas, que acaba conhecendo várias facetas do ser humano. Prêmio do Júri do último Festival de Cannes.

'Regra 34'. Jovem defensora pública negra banca os custos para um concurso público fazendo performances eróticas extremas na internet, em troca de dinheiro. Várias questões sexuais, raciais e de gênero se acumulam nesse drama de Julia Murat vencedor do Festival de Locarno deste ano.

'Decisão de partir'. Park Chan-woo, diretor de “Old boy” e “A criada”, reafirma seu gosto por tramas violentas, aqui amaciada por um caso de amor inesperado. A história segue um detetive coreano que investiga morte de um executivo, envolvida em suspeitas, e acaba obcecado pela viúva do morto. Prêmio de direção em Cannes.

'Holy spider'. O machismo e o extremismo religioso no Irã denunciado pelo diretor Ali Abbasi em trama policial inspirado em história verídica, a de um assassino serial que matava prostitutas na segunda maior cidade do país, no início do século. Zar Amir-Ebrahimi, que interpreta uma jornalista que cobre o caso, levou o prêmio de atriz em Cannes.

Daniel Schenker

‘Andança — Os encontros e as memórias de Beth Carvalho’. Pedro Bronz — que acertou na condução dos documentários “Herbert de perto” (2009) e “A farra do Circo” (2014), ambos dirigidos em parceria com Roberto Berliner — assina este filme quase que inteiramente estruturado a partir de imagens filmadas pela própria Beth Carvalho.

‘E.T.: o extraterrestre’. O Festival do Rio também é uma ótima oportunidade para rever filmes. Esta produção de Steven Spielberg, que completa 40 anos, voltará a emocionar o espectador com a relação, repleta de ternura, entre um menino e um extraterrestre.

‘Pérola’. Depois de dirigir uma versão de “O beijo no asfalto” (2018), de Nelson Rodrigues, Murilo Benício volta a buscar inspiração na dramaturgia teatral, transportando para a tela uma das peças autobiográficas de Mauro Rasi. Drica Moraes interpreta a personagem-título que, no palco, foi feita por Vera Holtz.

'Peter von Kant' (2022) — Foto: Divulgação
'Peter von Kant' (2022) — Foto: Divulgação

‘Peter von Kant’. A estilista Petra von Kant, figura destacada na obra de Rainer W. Fassbinder e imortalizada no teatro brasileiro por Fernanda Montenegro, ressurge, neste filme de François Ozon, como personagem masculino (atuação de Denis Ménochet). Também no elenco, Hanna Schygulla e Isabelle Adjani.

‘Um casal: Sophia e Tolstói’. Frederick Wiseman troca o documentário pela ficção e retoma, neste filme, a conexão com o teatro, campo que o influenciou anteriormente em trabalhos eventuais. Só há uma atriz na tela: Nathalie Boutefeu, no papel de Sophia Tolstói, que relata, ao público, o relacionamento com o célebre escritor.

'Argentina, 1985'. Nesse filme protagonizado por Ricardo Darín, que interpreta o promotor Julio Strassera, Santiago Mitre reconstitui o julgamento e a condenação de militares comprometidos com práticas criminosas durante a ditadura argentina, entre 1976 e 1983.

'Broker - Uma nova chance'. Conhecido pela humanidade que imprime em suas histórias, Hirokazu Kore-da trata aqui dos desdobramentos que acontecem a partir do momento em que uma mãe abandona o seu bebê. Song Kang-ho ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes.

'O pagador de promessas'. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes há 60 anos, o filme de Anselmo Duarte, baseado em peça de Dias Gomes, impactará o público de hoje com a via-crúcis de Zé do Burro, personagem interpretado por Leonardo Villar, à frente de um excelente elenco.

'The banshees of Inisherin'. Martin McDonagh colheu elogios por esse filme, ambientado numa ilha da Irlanda, sobre a proximidade entre dois amigos até que um deles se distancia. O resultado foi contemplado no Festival de Veneza com prêmios nas categorias roteiro (McDonagh) e ator (Colin Farrell).

'O senhor das formigas'. O renomado Gianni Amelio evoca a história real do dramaturgo e poeta antifascista Aldo Braibanti (Luigi Lo Cascio), que, no final da década de 1960, foi condenado à prisão após envolvimento com um aluno, Ettore (Leonardo Maltese). O cineasta ainda traz à tona a crueldade do tratamento por eletrochoque.

Gustavo Leitão

‘Peter Von Kant’. Isabelle Adjani num filme de François Ozon adaptado de uma obra de Fassbinder? Impossível deixar passar.

‘The banshees of Inisherin’. Martin McDonagh (“Na mira do chefe”) dirige pouco, mas o resultado é sempre um surto divertido de embarcar.

‘Cesária Évora’. A cantora cabo-verdiana se foi em 2011, deixando como herança uma das vozes mais bonitas de todos os tempos. Para matar as “sodades”.

‘Lynch/Oz’. Explora a relação da obra de David Lynch com “O Mágico de Oz”. Tem cara de cult instantâneo para cinéfilos.

‘Carvão’. A estreia em longa da premiada curta-metragista brasileira Carolina Markowicz vem com a credencial de passagens pelos festivais de San Sebastián e Toronto. Pelo talento demonstrado pela diretora em seus curtas, promete

'O tesouro do Pequeno Nicolau'. As traquinagens sempre saborosas do personagem ganham ares de homenagem com a morte este ano do cartunista Sempé.

Harry Styles em 'My policeman' — Foto: Divulgação
Harry Styles em 'My policeman' — Foto: Divulgação

'My policeman'. Já é um dos burburinhos da temporada graças à presença do galã do pop Harry Styles no papel de um policial gay.

'Argentina, 1985'. O filme histórico revira o julgamento das atrocidades cometidas pela ditadura argentina em um momento em que o mundo está precisando recordar o que é tortura e autoritarismo. E tem Ricardo Darín.

'Decisão de partir'. Park-Chan Wook ("Oldboy") filma como poucos. O clima de romance detetivesco já arrebatou a crítica.

'Down Quixote'. A adaptação do clássico de Miguel de Cervantes com elenco inteiramente formado por atores com síndrome de Down já mostra no trailer o potencial de subverter.

Marcelo Janot

‘As bestas’. Thriller psicológico de Rodrigo Sorogoyen de alta tensão sobre os problemas vividos por um casal francês que enfrenta a ameaça de vizinhos quando tenta levar adiante um projeto ecológico autossustentável num povoado da Galícia.

‘Broker’. O tema de sequestro de bebês recém-nascidos pode assustar, mas o tratamento dado por Hirokazu Koreeda é cheio de ternura e bom humor. Valeu o prêmio de melhor ator em Cannes para Song Kang-ho, o astro de “Parasita”.

'Close', de Lukas Dhont — Foto: Divulgação
'Close', de Lukas Dhont — Foto: Divulgação

‘Close’. Vencedor com justiça do grande prêmio do júri em Cannes, este delicado drama belga de Lukas Dhont toca em questões envolvendo bullying e temas tabus na adolescência.

‘Decisão de partir’. O grande diretor sul-coreano Park Chan-wook incorpora elementos clássicos do cinema noir e uma atmosfera hitchcockiana que remete a “Um corpo que cai” em uma trama policial cheia de reviravoltas.

‘Holy Spider’. Embora inferior a “Border”, filme anterior do diretor Ali Abassi, a história de uma jornalista iraniana que arrisca a própria vida para investigar a morte de prostitutas por um serial killer expõe de maneira contundente os malefícios do fundamentalismo religioso.

'O julgamento dos nazistas de Kiev'. O incansável ucraniano Sergei Loznitsa nos oferece mais um exemplo de seu mergulho em imagens de arquivo para realizar um documentário sobre um episódio histórico.

'Lynch/Oz'. Como resistir a um documentário de Alexandre O. Philippe que explora a influência de “O Mágico de Oz” na obra do diretor de “Cidade dos Sonhos” e “Veludo Azul”?

'Mãe e filho'. O filme de Leonor Serraille oferece um bom panorama da condição do imigrante africano na França, alternando entre situações de aceitação e pertencimento com momentos em que as dificuldades prevalecem.

'E.T.: o extraterrestre'. Se tem E.T. na tela grande o programa se torna obrigatório para crianças dos 80 aos 80 constatarem a genialidade do diretor Steven Spielberg.

'O pagador de promessas' . Nunca é tarde para ver pela primeira vez ou rever o filme de Anselmo Duarte que deu a primeira e única Palma de Ouro para o cinema brasileiro.

Mario Abbade

‘Lynch/Oz’. É pública e notória a influência que o “O mágico de Oz” exerce sobre a filmografia do diretor David Lynch. O ótimo documentarista Alexandre O. Philippe, que se dedica a destrinchar assuntos ligados ao cinema, investe então numa jornada na mente de Lynch para entender essa obsessão.

‘Halloween ends’. O diretor David Gordon Green deu frescor à franquia “Halloween” com seu filme homônimo de 2018. Mas, depois de derrapar com a sequência “Halloween kills” (2021), criou-se uma especial expectativa sobre como ele vai terminar a trilogia neste último capítulo da saga.

‘Revelando Eadweard Muybridge’. O trabalho do pioneiro fotógrafo Eadweard Muybridge chamou a atenção do público no ótimo “Não! Não olhe!”, do diretor Jordan Peele. Agora este documentário, dirigido Marc Shaffer, aprofunda o tema e revela em definitivo a importância de Muybridge para o cinema.

‘Nightsiren’. Depois do ótimo “Spína” (2017), a jovem diretora eslovaca Tereza Nvotová usa o cinema fantástico para fazer uma necessária reflexão sobre a maneira como a mulher é retratada numa sociedade machista.

‘Holy spider’. Inspirado numa história real, o filme do diretor iraniano Ali Abbasi é uma pequena pérola (pinçada do último Festival de Cannes) que vai deixar o espectador impactado pela maneira como ele retrata um serial killer.

‘O contador de cartas’. Mais um estudo do ótimo roteirista e diretor Paul Schrader sobre as diferentes facetas da sociedade americana. Schrader sabe como poucos falar sobre temas espinhosos, e desta vez o faz apoiado pela ótima performance de Oscar Isaac.

‘Transition: presença invisível’. O filme que marca a estreia do diretor mexicano Alejandro Torres Kennedy, que ainda desempenha as funções de roteirista, editor, produtor e diretor de fotografia, é um ensaio minimalista sobre o isolamento - pelo viés do sobrenatural.

‘Piggy’. Destaque no Festival de Sundance em 2021, o filme da premiada diretora espanhola Carlota Pereda faz, a partir da gordofobia, um comentário importante sobre o bullying.

Cena do filme ‘Holy spider’ — Foto: Divulgação
Cena do filme ‘Holy spider’ — Foto: Divulgação

'Decisão de partir’. Com uma mistura azeitada de romance e suspense, o consagrado diretor sul-coreano Park Chan-wook (‘Oldboy”) presta uma bela homenagem à obra-prima ‘Um corpo que cai’, do mestre Alfred Hitchcock.

‘Grito de horror’. Passados mais de 40 anos de sua estreia, o filme do talentoso diretor Joe Dante permanece atual e ainda influencia novas gerações de cineastas. A mistura cirúrgica entre horror e humor de Dante resulta numa sátira interessante do gênero, com o diretor mesclando elementos como a mídia, a devoção a cultos e até a psiquiatria como argamassa do projeto.

Ruy Gardnier

‘Walk Up’. Hong Sang-soo é sempre destaque. Ele repete a dupla de atores do inestimável “In front of your face”, Lee Hye-Yeong e Kwon Hae-Hyo.

'Padre pio', de Abel Ferrara — Foto: Divulgação
'Padre pio', de Abel Ferrara — Foto: Divulgação

‘Padre Pio’. Abel Ferrara já abordou o imaginário católico com inspiração em “Maria” e agora aborda as relações de um padre do século XX — posteriormente santificado — que dialogou com a esquerda italiana.

‘Mali Twist’. Robert Guédiguian é um cineasta que mantém um recorte estrito: filma sempre Marselha, quase sempre com os mesmos atores. Aqui, ele faz uma mudança radical e filma um drama histórico no Mali.

‘EO’. Melhor cineasta do “novo cinema polonês” dos anos 60, Jerzy Skolimowski faz hoje filmes bissextamente e, quando acerta, como em “Matança necessária”, acerta forte. Aqui, ele segue a trajetória de um burro, numa referência direta a “A grande testemunha”, de Robert Bresson.

‘Fogo-Fátuo’. O autor dos belíssimos “O ornitólogo” e “Morrer como um homem” volta com uma história curiosíssima sobre um rei em seu leito de morte no ano de 2069. O modo como ele vem trabalhando simbologia cristã e portuguesa nos faz sonhar com o melhor dos mundos.

'Briga entre irmãos'. Trinca excepcional de ator e atrizes – Melvil Poupaud, Marion Cotillard e Golshifteh Farahani – para um filme de Arnaud Desplechin, autor dos excelentes “Minha vida sexual” e “Esther Kahn”

'Uma noite em Haifa'. Amos Gitai já teve épocas melhores, quando fazia “Kadosh” e “Kippur”, mas esse “Uma noite em Haifa”, que gira em torno de um clube em que israelenses e palestinos se relacionam, pode render uma boa surpresa.

'Noites de Paris'. Mikhaël Hers conseguiu boa projeção ao fazer o ótimo “Amanda”, de 2018. Agora, ele filma Charlotte Gainsbourg como mãe solteira que, para sustentar seus dois filhos, pega o trabalho de atendente de telefone num programa de rádio noturno.

'Grito de horror'. Joe Dante é um dos maiores cineastas de horror e cinema fantástico do mundo, e a chance de ver um de seus filmes em tela grande não deve ser perdida de maneira alguma.

'Decisão de partir'. Park Chan-Wook adora violência gráfica e muitas vezes abusa de trejeitos retóricos e publicitários, mas “Decisão de partir” recebeu elogios de fontes reticentes a esse estilo, e merece atenção. No mais, ganhou melhor direção em Cannes.

Sérgio Rizzo

‘Em viagem, o Papa’. Multipremiado pelo excelente “Fogo no mar” (2016), o documentarista italiano Gianfranco Rosi acompanha o Papa Francisco em viagens pelo mundo na tentativa de capturar o que representa seu pontificado.

‘Jane Campion, a mulher cinema’. Diretora de “O piano” (1993) e “Ataque dos cães” (2021), a neozelandesa Jane Campion tornou-se um ícone da presença feminina no cinema contemporâneo. Outra diretora, a francesa Julie Bertuccelli (“A última loucura de Claire Darling”), homenageia a colega que lhe serviu como inspiração.

‘Lynch/Oz’. Quais as relações entre o clássico “O Mágico de Oz” (1939) e a obra do americano David Lynch (“Veludo azul”, “Cidade dos sonhos”)? Especialista em documentários sobre cinema, o diretor Alexandre O. Philippe mergulha no oceano das obsessões do criador de “Twin Peaks”.

‘Mato seco em chamas’. Adirley Queirós, diretor de “Branco sai, preto fica” (2014), um dos mais importantes filmes brasileiros do século XXI, une-se à documentarista Joana Pimenta para investigar uma operação de combate ao tráfico de drogas no Distrito Federal, em 2013.

‘Perlimps’. O superaguardado retorno de Alê Abreu, diretor de “O menino e o mundo” (2013), que conseguiu a proeza de ser indicado ao Oscar de animação. Fantasia sobre uma floresta ameaçada por gigantes.

'Amando Patricia Highsmith'. Escritora de primeiríssimo time, a americana Patricia Highsmith (1921-1995) deve em parte aos seus livros que viraram filmes ( "Pacto sinistro", "O amigo americano", "O talentoso Mr. Ripley") a popularidade de sua obra, que a documentarista Eva Vitija reconstitui em paralelo à sua vida pessoal.

"Broker - Uma nova chance" — Foto: Divulgação
"Broker - Uma nova chance" — Foto: Divulgação

'Broker - Uma nova chance'. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes por "Assunto de família" (2018), o diretor japonês Hirokazu Kore-eda leva para a Coreia do Sul seu universo de dramas familiares, desta vez encarando o tema delicado de pais que abandonam seus filhos.

'Mali twist'. O cinema afetuosamente político do francês Robert Guédiguian ("Uma casa à beira mar") ambienta nos anos 1960, logo depois da independência do Mali, a história de amor entre um militante socialis

'Um casal: Sophia e Tolstói'. Grande mestre do documentário de observação, o americano Frederick Wiseman sai de seu registro habitual para examinar, com base em cartas e diários, o relacionamento entre o escritor russo Leon Tolstói e sua mulher, Sophia ("interpretada" pela roteirista Nathalie Boutefeu).

'Túnica turquesa'. A diretora marroquina Maryam Touzani (que estreou com o ótimo "Adam") reúne-se mais uma vez com a atriz belga-marroquina Lubna Azabal ("Incêndios") para outra história intimista ambientada em um pequeno comércio, uma loja de caftans na medina de Salé.

Susana Schild

‘Túnica turquesa’. A atriz magnética Lubna Azabal (“Incêndios”), desta vez sob direção da realizadora marroquina Maryam Touzani, é um dos lados do triângulo romântico-platônico-familiar-sexual que entrelaça a vida de um casal e um recém-chegado.

'The banshees of inisherin', de Martin McDonagh — Foto: Divulgação
'The banshees of inisherin', de Martin McDonagh — Foto: Divulgação

‘The Banshees of Inisherin’. Apesar do título impronunciável, o filme do diretor de “Três anúncios para um crime” vem se firmando como um dos melhores do ano. Seu tema: uma amizade para sempre entre dois homens em remota ilha da Irlanda um dia chega ao fim com consequências desastrosas.

‘Holy Spider’. Feminicídios: triste cotidiano iraniano abordado no filme de Ali Abassi. Em zona sagrada do país, jornalista investiga serial killer conhecido como Spider Killer, que mata prostitutas em nome de princípio sagrado para limpar as ruas do pecado. Zar Amir-Ebrahimi levou o prêmio de melhor atriz em Cannes.

‘O homem mais feliz do mundo’. Asja, 40 anos, Zoran, 43. Poderia ser apenas mais um encontro via Tinder ou similar em Sarajevo. Só que Asja não sabe que este (im)provável casal compartilha um passado remoto. Durante a guerra em 1993, Zoran atirava do lado oposto da cidade. A história continua quatro décadas depois no filme de Teona Strugar Mitevska.

'Entre a colônia e as estrelas’. A Colônia Juliano Moreira, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é o ponto de partida de choques entre realidades diferentes — psiquiátrica, social, política ou identitária. Como fio condutor, Estelar, que trabalha no hospital psiquiátrico, e reencontra Kalil, seu irmão mais novo. A partir daí, tem início uma viagem sobre diferenças e revisões do passado e visões do futuro. Direção de Lorran Dias.

'Decisão de partir'. Nome de ponta do cinema asiático, Park Chan-wook ("A Criada", "Old Boy") levou o prêmio de direção em Cannes 2022 por trama policial: em vilarejo remoto, detetive acima de qualquer suspeita é encarregado de investigar assassinato e se apaixona pela viúva da vítima. Detalhe: ela é apenas a principal suspeita.

'Mãe e filho'. Exílio, maternidade, exclusão social, sobrevivência. A trajetória de Rose – que se mudou de Costa do Marfim para Paris no final dos anos 80 com dois filhos pequenos – é acompanhada ao longo de 20 anos. O filme de de Léonor Serraille tem sido elogiado como crônica comovente da construção e desconstrução de uma família em terra estrangeira.

'A menina silenciosa' . Cait, menina de 9 anos de família disfuncional é enviada pela mãe para casa de parentes distantes apenas com a roupa do corpo. Após um período tranquilo, surgem descobertas dolorosas. Esta trama de alto impacto de Colm Bairéad vem conquistando público e crítica.

'Close'. Mais um filme sobre amizade masculina, desta vez envolvendo dois meninos de 13 anos. Com a ruptura inesperada, um dos garotos procura a mãe do ex-amigo para entender o que aconteceu. O filme dividiu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2022.

'Uma canção de amor'. O passado pode ser remoto mas continua vivo. Pelo menos é essa a expectativa de Faye e Lito, viúvos de meia idade que não se veem há décadas. O reencontro ocorre em zona rural, em camping à beira de lago nas montanhas. Terão assunto? Parece que sim. E muito. A direção do estreanteMax Walker-Silverman tem agradado.

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