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Por Alexandra Forbes


Projeto do novo restaurante de Jean-Georges Vongerichten em Nova York, Tin Building, no local onde funcionou o histórico mercadão de peixes Fulton, ao pé da Ponte Brookly Divulgação — Foto:
Projeto do novo restaurante de Jean-Georges Vongerichten em Nova York, Tin Building, no local onde funcionou o histórico mercadão de peixes Fulton, ao pé da Ponte Brookly Divulgação — Foto:

O noticiário abarrotado de desgraças vem me fazendo enxergar o mundo através de lentes escuras. Penúria de alimentos cá, inflação lá, guerras e racistas assassinando inocentes acolá. Meu alento? Ver chefs avançando de vento em popa. Jean-Georges Vongerichten, francês radicado em Nova York, está prestes a abrir, em Mônaco, seu quinquagésimo restaurante. “Desde o início da pandemia dobramos o tamanho da empresa. A cada semana me propõem dois ou três novos projetos!”, diz. Ele se prepara para inaugurar o Tin Building no vasto espaço de cinco mil metros quadrados onde funcionou, de 1822 até 2005, o histórico mercadão de peixes Fulton, ao pé da Ponte Brooklyn, em Manhattan.

Como ele, vários chefs estão expandindo seus impérios em ritmo acelerado. Os nova-iorquinos Mario Carbone e Rich Torrisi, do Major Food Group (Carbone, Torrisi etc.), só este ano adicionaram sete restaurantes a seu portfólio: quatro na Flórida e três em Dallas. Avançam com as obras de um imenso lounge-restaurante no Brooklyn e de um arranha-céu em Miami que abrigará apartamentos, hotel e restaurantes.

“Investidores graúdos interromperam obras durante a pandemia mas seguiram fechando negócios —com mais apetite do que nunca”, diz Vongerichten. “Os pequenos têm tido dificuldade para sobreviver porque quando bate a crise e a incerteza o dinheiro migra para portos seguros: grupos de restaurantes sólidos donos de marcas de grande apelo”, completa.

Luta-se por uma mesa nos restaurantes do novo hotel Rosewood Matarazzo, em São Paulo. Vivem cheios! Descubro sem parar casas novas de chefs reputados — inclusive alguns que passaram maus bocados durante a pandemia. O catalão Albert Adrià está reabrindo seu restaurante gastronômico Enigma, em Barcelona, esta semana.

Esse boom pós-pandêmico da restauração beneficia os mais famosos, especialmente aqueles no comando de impérios com filiais ao redor do globo. Salvam-se os fortes enquanto seguem penando os pequenos que mais precisam de ajuda. Quem disse que a vida é justa?

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