Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Quando cantou “Vaca profana” em um tributo a Gal Costa, em maio do último ano, Filipe Catto sentiu que aquilo era verdadeiro, diferente e original. Do show veio o álbum “Belezas são coisas acesas por dentro”, gravado em apenas dois dias — em um mergulho tão “visceral”, como ela descreve, que interrompeu as gravações de um projeto autoral. Agora, a homenagem volta aos palcos mais “fa—tal” do que nunca e chega ao Rio neste fim de semana, com duas apresentações no Manouche. No formato de power trio, Catto evoca Gal, sua “professora de canto” e de transgressão.

— Já fiz tributos a outras cantoras, mas nunca tinha sentido isso. Fiquei chocada. Baixou o “negócio”. Eu sou a vaca profana. Não estou imitando. Não é a Gal. Sou eu. Ela está dentro de mim como algo essencial — afirma a cantora, que sempre viu em Gal mais do que a voz de cristal. — É muito chique que a maior cantora do Brasil seja roqueira, sensualíssima e bissexual. Gal sempre foi uma mulher à frente do tempo.

No palco, o clima soturno e denso do álbum — que começa com “Lágrimas negras”, passa por “Sem medo nem esperança”, gravada por Gal em “Estratosférica” (2015), e termina com “Vapor barato” —, ganha outros tons com hits como “Dê um rolê” e “Chuva de prata” e, segundo Catto, fica mais “celebrativo”.

— Nunca imaginei que esse trabalho teria essa boa recepção. A reação das pessoas têm sido ótima. É uma troca muito verdadeira. Às vezes consigo até descer e sentar no colo de alguém (risos) — conta a artista, que vê nesse projeto um encontro com a sua própria feminilidade e um ponto alto dos seus 15 anos de carreira. — Estamos vivendo em um momento onde tudo é muito calculado (na indústria musical), e esse trabalho foi um grande recado do mundo para eu seguir a minha intuição, porque eu realmente só faço o que me interessa e me diverte.

O próximo trabalho de Catto, que precisou dar uma pausa por conta do tributo a Gal, está a todo vapor. A cantora voltou aos estúdios e pretende lançá-lo ainda este ano. No entanto, o show com o repertório da tropicalista, ela garante, continua.

Programe-se

Onde: Manouche. Casa Camolese, Jockey. Quando: Sex e sáb, às 21h. Quanto: R$ 70 (com 1kg de alimento). Classificação: 18 anos.

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