Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Tio e sobrinhos, José, João e Francisco Gil, ou melhor, os Gilsons, começam aos poucos a se despedir de “Pra gente acordar”, turnê homônima de seu disco de estreia — que, em quase 100 shows Brasil afora, passou por alguns dos mais importantes festivais do país, como Rock in Rio e Lollapalooza. Depois de shows nos EUA e no Canadá, nas últimas semanas, “Pra gente acordar — Sessão final” chega ao Brasil sábado (3), no Rio de Janeiro, antes de seguir para Belo Horizonte, Salvador, Brasília e mais cidades.

— Somos pessoas normais, temos nossas vidas, nossos anseios, nossas questões, e escrevemos coisas dos nossos corações, que vêm da alma. Entender que isso toca as pessoas é inacreditável. Nunca imaginamos ter essa força toda — diz José, que celebra esses anos de estrada e a troca com os fãs. — Todo lugar que chegamos e vemos um show lotado é uma nova surpresa. É sempre um ar de novidade, superação e gás para continuarmos com o nosso trabalho.

A chegada da “Sessão final” ao Brasil (com “Várias queixas” e “Love love”, do primeiro EP, inclusas) é também a estreia do trio na Fundição Progresso. Para José, este é um marco na carreira do grupo:

— A Lapa é um lugar de respirar música e cultura, não só do Rio, mas do Brasil todo. Estamos muito ansiosos porque a Fundição é um salto, é como se fosse uma ponte do Maternal para o Ensino Médio (risos).

No palco da Lapa, o trio vira quinteto com as participações do paraibano Chico César (“um alimento” para os Gilsons) e o jovem paulista Jota.pê, “amigo e parceiro” com quem dividem a música “Feito a maré”. O show de abertura é de Mariana Volker, que tem com os Gilsons o hit “Devagarinho” — e quem sabe não pinta outra participação? Entre risos, José desconversa e prefere manter a surpresa.

Enquanto eles vão se despedindo do disco de estreia, o segundo já está na mira, e deve sair no final do próximo ano, se tudo der certo e as agendas (cheias) dos três ajudarem. Além dos Gilsons, José e João também integram a banda do pai e avô Gilberto Gil.

— Estamos nos preparando para gravarmos o disco o mais breve possível — comenta. — De alguma forma, ele vai de encontro a como foi o processo do primeiro. As composições vão surgindo... Até queríamos compor mais com nós três juntos, mas todos temos as nossas famílias e passamos tanto tempo na estrada, que falta tempo mesmo, de respiro e lazer, para construirmos alguma coisa. Por enquanto, cada um vai compondo na sua casa, para em algum momento juntarmos tudo em um trabalho.

Túnel do tempo: José, Francisco e João Gil, os Gilsons, no começo da turnê de "Pra gente acordar", em 2022 — Foto: Jessica Leal/Divulgação
Túnel do tempo: José, Francisco e João Gil, os Gilsons, no começo da turnê de "Pra gente acordar", em 2022 — Foto: Jessica Leal/Divulgação

José garante que não há um pensamento organizado, por parte dos Gilsons, sobre serem porta-vozes da chamada "Nova MPB". O que há, mesmo, dentro e fora dos palcos e estúdios de gravação, é a vontade de seguirem sendo sinceros. O resto é fruto de como as suas músicas são recebidas por público e crítica. E o futuro está logo ali.

— Sonhamos em ter longevidade, e que a nossa música consiga tocar uma geração — diz o músico. — Buscamos, como nossos ídolos e mestres, como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom Zé e muitos outros, além dos gringos, um lugar de sinceridade artística. Somos fiéis ao que curtimos e ao que acreditamos.

Falando em ídolos, uma coincidência: os irmãos Caetano e Bethânia, citados pelo músico, começam a histórica turnê em dupla pelo Rio, no mesmo dia em que os Gilsons também se apresentam na cidade. A temporada carioca dos baianos de Santo Amaro da Purificação, na Farmasi Arena, na Barra, segue no domingo (4) e no final de semana seguinte, nos dias 10 e 11.

— Ainda bem que estamos vivos para poder acompanhar isso. O sentimento é só esse, de celebrar o encontro dos dois. Estou ansioso para conseguir um espaço para ir ao show. Quero conseguir. É o meu padrinho, né? Tenho que estar presente — conclui.

Programe-se

Onde: Fundição Progresso, Lapa. Quando: Sábado (3), a partir das 21h. Quanto: R$ 120, com 1kg de alimento, via Eventim. Classificação: 18 anos.

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