Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Av. Atlântica 1.910, Copacabana. A partir de hoje, este é o endereço da franquia carioca da tradicional casa de jazz americana Blue Note, que desde 1981 agita a cena cultural de Nova York e, com os anos, aportou em outras cidades ao redor do mundo, como Honolulu, Napa, Tóquio, Milão, Pequim e Xangai. A chegada ao Rio foi em 2017, no Complexo Lagoon, na Lagoa. A empreitada, no entanto, acabou não tendo vida longa e fechou em 2019. Pouco depois, foi anunciada a mudança para o espaço onde funcionou o Jazzmania, no Arpoador, mas a pandemia atrapalhou os planos. Agora, tudo mudou.

— Estamos vivendo um momento mágico na cultura carioca — vibra o empresário Luiz Calainho, um dos sócios do empreendimento no Brasil, que em 2019 também abriu uma filial da casa de shows em São Paulo.

São três os ambientes do novo Blue Note carioca — onde, nos anos 1970, funcionou a boate Bolero. Ainda na varanda, na calçada, fica o Blue Bar, com capacidade para 110 pessoas e música ao vivo. Na área interna, há um palco para “shows de intervalo”, um restaurante e um bar, que somam 140 lugares. O palco principal fica no 2º andar, com 200 lugares — e vista para o mar. Daniel Stain, sócio responsável pela curadoria musical, diz que o Blue Note vai voltar “diferente”.

— É que o Lagoon, por ser um lugar mais elitista, espantava o pessoal mais jovem e com menos grana. Muita gente tinha medo do Blue Note achando que era “para rico”. Agora, os ingressos estão mais baratos (meias a partir de R$ 45, dependendo do show e do lugar) e, a programação, mais plural. Queremos ser uma casa mais democrática. A boa música pode ser bossa nova, jazz, pop, rock... — diz Stain, destacando a preocupação em ter “programação negra” e com “muitas mulheres”.

O grupo Maira Freitas e Jazz das Minas e o tecladista Jonathan Ferr são duas das atrações do novo Blue Note, em Copacabana — Foto: Leo Martins/Agência O Globo
O grupo Maira Freitas e Jazz das Minas e o tecladista Jonathan Ferr são duas das atrações do novo Blue Note, em Copacabana — Foto: Leo Martins/Agência O Globo

Os shows

A casa terá quase sempre duas apresentações diárias no palco principal — muitas vezes do mesmo artista. A inauguração, hoje, fica por conta da Orquestra Atlântica, que faz um tributo a João Donato, morto em julho. O show, segundo Stain, seria do próprio Donato, que será homenageado.

— Donato é um ícone e faz parte da nossa formação musical. Já tínhamos uma música dele no nosso repertório. Celebrá-lo é um privilégio — afirma o saxofonista Marcelo Martins, acrescentando que hits como “Bananeira”, “A paz” e “Minha saudade” estão no roteiro.

Amanhã também será dia de festa: o grupo Azymuth celebra 50 anos de carreira, em turnê que segue para a Europa no fim do mês. Para o contrabaixista Alex Malheiros, único integrante da formação original do trio, as apresentações são uma forma de celebrar os parceiros José Roberto Bertrami e Ivan Mamão Conti, mortos em 2000 e em abril deste ano, respectivamente, além de levar o legado artístico do grupo adiante e mostrar seu som que tem “partículas de jazz, samba, funk e rock”.

— Desde os primeiros dias, na década de 1970, estávamos ligados (nas novidades musicais) e continuaremos sempre assim — diz Malheiros, que é acompanhado por Kiko Continentino e Renato Massa.

Chief Xian Atunde Adjuah — Foto: Divulgação
Chief Xian Atunde Adjuah — Foto: Divulgação

Bom exemplo do conceito diverso citado pelo curador, a primeira atração internacional, sábado, é o trompetista americano Chief Xian Atunde Adjuah (Christian Scott), que define seu trabalho como “stretch music”. Ele constrói paralelos com as suas raízes na música africana e cria instrumentos, como o “arco de Adjuah”, uma “harpa dupla-face”.

— Cresci ouvindo João Gilberto, Tom Jobim e Sergio Mendes, de quem tive a sorte de ser companheiro de gravadora nos anos 2000 (na Concord Records). Atualmente, da turma mais nova, gosto de Diego Figueiredo (violonista) e Amaro Freitas (pianista).

Atração do dia 26, o pianista Jonathan Ferr mostra o som “afrofuturista” de seu disco mais recente, “Liberdade”, em que incorpora elementos de trap e hip pop ao jazz.

— O jazz é pai, ou avô, do hip hop. Com o primeiro, eu descobri que era artista. Com o segundo, que era um homem preto e um ser político. A preservação dos dois estilos é a inovação — diz o artista.

Se Ferr é afrofuturista, Maíra Freitas e o Jazz das Minas, que abrem o calendário de novembro (dia 1º), são expoentes do “afro-samba-jazz de terreiro”.

— Gostamos de reverenciar, ao nosso modo, mulheres que admiramos: Elza Soares, Clara Nunes, Dona Ivone Lara... Misturamos Nina Simone com samba baiano e Alcione com jazz — resume Maíra.

Mistura que tem tudo a ver com a proposta da casa, ancorada no jazz e no blues, mas como ponte para outros ritmos. Do be-bop no samba a Miami com Copacabana, como já cantava Jackson do Pandeiro, o Blue Note é múltiplo.

Esta semana

  • Orquestra Atlântica. Qui, às 20h e às 22h30. De R$ 120 (bistrô visão parcial) a R$ 160 (lounge). Livre.
  • Azymuth. Sex, às 20h e às 22h30. De R$ 90 (bistrô visão parcial) a R$ 120 (lounge).Livre.
  • Chief Xian aTunde Adjuah. Sáb, às 20h e às 22h30. De R$ 120 (bistrô visão parcial) a R$ 160 (lounge). Livre.
  • Claudio Botelho. O artista apresenta o show “Cole Porter e outros amores”. Dom, às 18h. De R$ 90 (bistrô visão parcial) a R$ 120 (lounge). Livre.

Em breve

  • The Martin Pizzarelli Trio. Qua (11), às 20h.
  • MPB4. Dia 12, às 20h e às 22h30.
  • Alfredo Rodriguez Trio. Dia 23, às 20h e às 22h30.
  • Cecilia Krull. Dia 25, às 20h.
  • Danilo Caymmi. Dia 28, às 20h e às 22h30.
  • Kurt Rosenwinkel. Dia 31, às 20h e às 22h30.
  • Hamilton de Holanda. Dia 4/11, às 20h e às 22h30.
  • Go Black — Amy Winehouse Lives. Dia 9/11, às 22h30.
  • Fourplus One — Aretha Franklin Tribute. Dia 11/11, às 20h.
  • Tony Gordon. Dia 25/11, às 20h e às 22h30.
  • Manu Gavassi. Dia 29/11, às 20h.
  • Barbara Mendes canta Rita Lee. 7/12, às 20h.
  • Joyce Moreno — Brasileiras canções. 8/12, às 20h e às 22h30.
  • Carlos Malta — Pimenta, Tributo a Elis Regina. 14/12, às 20h.
  • Mark Lambert — Beatles in jazz. 15/12, às 22h30.
  • 'Desengaiola'. Dia 21/12, às 20h e às 22h30. Dia 22/12, às 20h e às 22h30.

A programação completa, com todos os detalhes, você encontra no site oficial do Blue Note Rio.

E por falar em jazz

Dois festivais ocupam a cidade em breve com atrações de jazz — mas com espaço também para outros estilos, assim como o Blue Note. Braço carioca do clássico festival suíço, o Rio Montreux Jazz Festival chega à 3ª edição na quarta-feira (11), no Morro da Urca, até o dia 14. Uma novidade deste ano é a programação gratuita, com mais de 30 shows, em diferentes pontos da orla da Zona Sul. A noite de abertura terá shows dos americanos John Patitucci (22h30) e Mike Stern (meia-noite).

A programação terá ainda encontros inéditos como João Bosco com Vanessa Moreno, Jaques Morelenbaum e Mestrinho (dia 12) e shows de Hermeto Pascoal (dia 13), do baterista americano Billy Cobham e de Emicida, (dia 14) — para citar somente algumas das atrações principais (R$ 385, 1º lote, cada dia).

No fim do mês — de 27 a 29 de outubro — é a vez da estreia do Prio Blues & Jazz Festival, que ocupa a Marina da Glória com artistas dedicados aos dois gêneros musicais e suas vertentes.

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