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Filmes e séries para ver na quarentena: críticos do GLOBO destacam produções para ver em casa

Do clássico 'O poderoso chefão', de Francis Ford Coppola, no Now, à minissérie ’Years and years’, do HBO, confira lista indicada (e aplaudida) pelo Bonequinho
Vencedor. Cena do filme "Toda nudez será castigada", de Arnaldo Jabor, baseado na obra de Nelson Rodrigues, com Darlene Glória e Paulo Porto: primeiro filme a receber o Kikito no Festival de Cinema de Gramado Foto: 1973 / Divulgação
Vencedor. Cena do filme "Toda nudez será castigada", de Arnaldo Jabor, baseado na obra de Nelson Rodrigues, com Darlene Glória e Paulo Porto: primeiro filme a receber o Kikito no Festival de Cinema de Gramado Foto: 1973 / Divulgação

Carlos Helí de Almeida

The movies’

Minissérie documental em seis episódios (cada um dividido em dois capítulos), que é um pequeno curso básico sobre a evolução do cinema americano entre os anos 1930 e 2000. Da consolidação dos clássicos da Era de Ouro de Hollywood, entre os anos 1930 e 1950, à onda da franquia, deste início do século XXI, passando pelo declínio dos estúdios, nos anos 1960. Conta com depoimentos não só de cineastas e atores, mas também críticos e historiadores. Disponível no canal HBO Signatures.

‘Amores brutos’

Escrito por Guillermo Arriaga (“Babel”), dirigido por Alejandro G. Iñárritu (“O regresso”) e coprotagonizado por Gael García Bernal, é considerado o marco inicial da chamada “nova onda mexicana”, que revelou outros novos talentos, alguns premiados com o Oscar, como Guillermo del Toro (“A forma da água”) e Alfonso Cuarón (“Roma”). Está na grade da Amazon.

'Amores brutos' Foto: Divulgação
'Amores brutos' Foto: Divulgação

‘Contágio’

Não é o melhor filme de Steve Soderbergh, mas o thriller sobre um vírus letal originário na Ásia que rapidamente se espalha pelo planeta, e os esforços para conter sua disseminação, ganhou dimensões premonitórias em dias de coronavírus. É, no fundo, um alerta sobre a degradação ambiental, que, até o momento em que se revela o causador da tragédia planetária, acaba matando metade do elenco de estrelas, que inclui Gwyneth Paltrow, Matt Damon e Kate Winslet. Na HBO.

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Daniel Schenker

‘O poderoso chefão’

Primeira das três partes da monumental saga da família mafiosa Corleone apresentada por Francis Ford Coppola. Saiu vitorioso do Oscar nas categorias filme, ator (Marlon Brando) e roteiro adaptado (Mario Puzo e Coppola). No Now.

‘A história oficial’

Pungente trabalho de Luis Puenzo, vencedor do Oscar de filme estrangeiro, que traz à tona o contexto da ditadura argentina numa história atravessada por revelações familiares. Destaque para a interpretação de Norma Aleandro, que dividiu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes com Cher, por “Marcas do destino” (1985), de Peter Bogdanovich. Na Netflix.

‘Toda nudez será castigada’

Vencedor. Cena do filme "Toda nudez será castigada", de Arnaldo Jabor, baseado na obra de Nelson Rodrigues, com Darlene Glória e Paulo Porto: primeiro filme a receber o Kikito no Festival de Cinema de Gramado Foto: 1973 / Divulgação
Vencedor. Cena do filme "Toda nudez será castigada", de Arnaldo Jabor, baseado na obra de Nelson Rodrigues, com Darlene Glória e Paulo Porto: primeiro filme a receber o Kikito no Festival de Cinema de Gramado Foto: 1973 / Divulgação

Bem-sucedida adaptação de Arnaldo Jabor para a peça de Nelson Rodrigues, centrada na conturbada história de amor entre o viúvo Herculano e a prostituta Geni, defendida por Darlene Glória com energia visceral. Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim e dos kikitos de melhor filme e atriz, além de menção especial para a trilha sonora de Astor Piazzolla, no Festival de Gramado. No YouTube.

Marcelo Janot

‘Sombras da vida’

Aparentemente é uma história de um fantasma escondido sob um lençol com dois furos para os olhos. Mas o filme de David Lowery emociona muito mais que assusta graças à sua abordagem original e filosófica sobre um espírito que se recusa a aceitar a morte. Prime Video.

‘Nocturama’

Jovens parisienses executam ataques terroristas com motivação anticapitalista e se refugiam numa loja de departamentos, onde parecem enfeitiçados com os produtos à venda. Filmaço de Betrand Bonello que explora de maneira formalmente criativa as possibilidades do tema. Netflix.

‘Lazzaro Felice’

Cena de 'Lazzaro felice'
Foto: Divulgação
Cena de 'Lazzaro felice' Foto: Divulgação

Inédito nos cinemas brasileiros, o belo filme da jovem diretora italiana Alice Rohrwacher, prêmio de melhor roteiro em Cannes, é um drama social com tempero onírico. É como se Fellini encontrasse Visconti para retratar uma família camponesa e uma aristocrática em momentos distintos. Netflix.

Mario Abbade

‘O bar’

Desde 2010 que os longas do ótimo diretor Álex de la Iglesia não chegam aos cinemas brasileiros. “O bar” é o mais belo filme do realizador espanhol que adora combinar terror com comédia. O mote dessa vez segue Shakespeare: “O horror visível tem menos poder sobre a alma do que o horror imaginado”. Na Amazon.

‘O durão’

Catalogado como genial pela crítica francesa, o comediante Will Ferrell nunca foi uma unanimidade no Brasil. Como “O durão” não estreou nos cinemas daqui, é uma chance de ver essa comédia que faz uma crítica inteligente do racismo e da homofobia. No Now.

‘Eli’

O longa de terror virou notícia porque algumas pessoas alegaram ter visto demônios ou ouvido barulhos estranhos logo após assistir ao filme de Ciarán Foy. Independentemente da polêmica, “Eli” é um filme tenso e com boas reviravoltas. Na Netflix.

Ruy Gardnier

‘The marvelous Mrs. Maisel’

O melhor da comédia americana dos últimos anos não está nos filmes, mas nas séries, e “Mrs. Maisel”, de Amy Sherman-Paladino, dá continuidade a esse veio prolífico retratando peripécias de uma jovem judia nova-iorquina dos anos 60 que tem seu casamento destruído e se descobre como expoente da comédia stand-up. Os fetiches de reconstituição de época (figurino, direção de arte) casam perfeitamente com um olhar contemporâneo para problemáticas femininas, e o elenco — em especial Rachel Brosnahan, Alex Borstein e Tony Shalhoub — é genial. No Amazon Prime.

‘India song’

'India song' Foto: Divulgação
'India song' Foto: Divulgação

O Mubi é o melhor serviço de streaming para cinéfilos e tem curadoria preciosa: a cada dia entra um título em cartaz, que fica no catálogo por um mês. “India song” é o melhor longa de Marguerite Duras, escritora que também tem uma carreira genial como cineasta, e conta com Delphine Seyrig em estado de graça. O Mubi também conta atualmente com obras de Robert Bresson, Joseph Losey e Louis Malle, além do aclamado e recente (e inédito nos cinemas) “Selfie” de Agostino Ferrente.

‘A viagem de Chihiro’

Chefe do estúdio Ghibli, Hayao Miyazaki é provavelmente o maior gênio do cinema narrativo de animação, e esta é sua obra-prima. Bebe em Lewis Carroll para criar um universo visual fantasmagórico e infinitamente inventivo. Além de “Chihiro”, vários outros filmes do estúdio Ghibli estão disponíveis, todos imperdíveis. Na Netflix.

Sérgio Rizzo

’Years and years’

'Years and years': minissérie do canal HBO Foto: Divulgação
'Years and years': minissérie do canal HBO Foto: Divulgação

Minissérie da HBO para aplaudir de pé. Emma Thompson brilha nesta ficção distópica que parece a cada dia menos fantasiosa e mais realista. Num Reino Unido disruptivo que cai na lábia de uma populista, uma família vive anos turbulentos sem saber o que lhes (nos?) espera. Resta a tentativa de sobreviver.

‘A ponte’

Série no canal Mais Globosat do Now, também para se aplaudir de pé. Uma das mais incríveis policiais na história do gênero, a detetive Saga Norén (Sofia Helin) investiga crimes soturnos (e mergulha em seus pesadelos). A jornada começa e termina na ponte de Öresund, que liga Malmoe (Suécia) a Copenhague (Dinamarca).

‘A viagem de Chihiro’

Outra produção que que merece a cotação máxima do Bonequinho, a animação está disponível na Netflix. O diretor Hayao Miyazaki ganhou o Oscar na categoria com essa extraordinária aventura para a família que, no entanto, pode assustar crianças. A menina Chihiro conhece um mundo paralelo ao nosso, repleto de símbolos e de metáforas, e povoado por bruxas e espíritos.

Simone Zucollotto

‘Border’

Uma história existencial, que passa por drama, suspense, policial, romance, terror e fantasia. A ameaça numa interseção de realidade e alegoria, que oferece algo que o espectador não reconhece, que intriga e perturba. Para os fortes. No Now.

‘Tatuagem’

Estreia como diretor de Hilton Lacerda, que escreveu todos os roteiros dos filmes de Cláudio Assis (“Amarelo manga”, “Baixio das Bestas”, Febre do rato”). O longa é um sopro de liberdade que acompanha um grupo de artistas que provoca a moral e os bons costumes exaltados pela ditadura militar. No Canal Brasil Play.

’Lazzaro Felice’

Filme de Alice Rohrwacher, que não passou pelo circuito comercial. Uma fábula sobre um camponês (que não envelhece), que evoca o melhor da tradição cinematográfica da Itália e de realizadores como Pasolini, os irmãos Taviani e Ettore Scola. Na Netflix.

Susana Schild

‘Luzes da ribalta’

Clássico de Charles Chaplin no papel do palhaço Calvero, que se empenha em fazer uma bailarina que perdeu o movimento das pernas voltar a dançar. Com Claire Bloom, Buster Keaton e uma trilha inesquecível. Telecine Classic.

‘Humano’

O mundo nunca esteve tão ligado pela ameaça do coronavírus. Um contraponto ao medo pode ser uma volta ao mundo através das pessoas, como faz este documentário sobre o que “os outros pensam”, como vivem, o que sentem. Direção de Yann Arthus-Bertrand. Amazon.

‘O grande Gatsby’

Robert Redford e Mia Farrow vivem o casal impossível mas apaixonado criado por Scott Fitzgerald. Riqueza, charme e códigos sociais se entrelaçam em produção impecável, sob direção de Jack Clayton. Um filme dourado para tardes cinzentas. Netflix.

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