Da pequenez de seu quarto, o jovem Juliano (Lucas Lentini) vive os desafios de se despedir da adolescência ao lado de “amigos imaginários”: os existencialistas Jean-Paul Sartre (Eucir de Souza) e Simone de Beauvoir (Beth Goulart). Com a ajuda dos dois escritores — ou melhor, de seus livros —, o garoto enfrenta a relação complicada com a mãe (Malu Galli) e o universo feminino, além de amizades turbulentas.
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Um dos maiores sucessos de Mauro Rasi (1949-2003), a comédia autobiográfica “A cerimônia do adeus” volta aos palcos pelas mãos de Ulysses Cruz, que assinou a primeira montagem, em 1989, com Nathália Timberg, Laura Cardoso e Marcos Frota, entre outros, no elenco.
Passada durante a ditadura militar, a trama do adolescente do interior é contada com o humor ao mesmo tempo absurdo, escrachado e crítico que caracterizam o besteirol, gênero do qual Rasi é um dos expoentes, a lado de Hamilton Vaz Pereira e Miguel Falabella, entre outros.
— As situações são tão absurdas e dramáticas que se tornam engraçadas — explica o diretor. — Eu gosto muito dessa peça, porque me identifico com o Juliano. É um menino totalmente contraditório. Sabe algumas coisas, mas não profundamente sobre nada. E, de repente, passa a combater o mundinho em que está dentro, onde era preciso servir o exército para ser alguém na vida — destaca.
Já Beth Goulart, que dá vida à filósofa (cujo livro que relata os últimos anos de Sartre batiza a peça), pontua a importância da francesa para as mulheres de hoje.
— Ela abriu o entendimento do movimento feminista no século XX. Todas nós, mulheres modernas, temos uma dívida de gratidão à Simone — ressalta a atriz.
Serviço:
Teatro Copacabana Palace. Qui a sáb, às 20h. Dom, às 18h. R$ 100 a R$ 140 (qui). R$ 140 a R$ 180 (sex a dom). 16 anos. Até 23 de julho. Estreia quinta (29).