Ciência
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Por O GLOBO — São Paulo

É possível sobreviver após ser atingido por um raio na cabeça? É raro, mas sim, é possível. A existência de pessoas que sobreviveram a esse fenômeno intrigou uma equipe de pesquisadores da Technische Universität Ilmenau, na Alemanha, que quiseram entender melhor como isso acontece.

Os pesquisadores submeteram modelos 3D de uma cabeça humana ao equivalente a um raio direto, revelando que eles sofrem menos danos se molhados.

“Se você estiver ao ar livre e não houver abrigo, a pele molhada é melhor do que a pele seca porque a película de água é como uma ‘revestimento protetor’”, disse René Machts, primeiro autor do estudo da Universidade de Tecnologia de Ilmenau, na Alemanha, em comunicado.

Mas o pesquisadores ressalta que encontrar um local protegido para não se tornar um potencial alvo ainda é a melhor opção.

De acordo com o estudo, publicado na revista Scientific Reports, trabalhos anteriores sugeriram que a pele molhada pode reduzir o tamanho da corrente que passa pelo corpo humano se for atingida por um raio. Além disso, pesquisas sugerem que animais com pele molhada têm maior taxa de sobrevivência quando expostos a raios.

“Apesar de outros fatores de influência, pode-se presumir que a formação de um flashover na superfície do corpo humano é uma causa relevante de como as pessoas podem sobreviver a um raio se não puderem entrar em casa quando o trovão rugir”, explicou a equipe em seu relatório.

"O flashover de superfície é definido como um caminho de descarga ao longo da camada externa causado por uma diferença de alta tensão entre o ponto de entrada e saída da corrente através do corpo. No caso de um flashover de superfície, a maior fração da corrente do raio flui no canal de flashover fora do corpo humano e apenas alguns amperes nos tecidos humanos, conforme demonstrado por estudos teóricos e por experimentos fantasmas", escrevem.

Embora os flashovers possam ajudar na sobrevivência, estudos anteriores não analisaram como a chuva pode afetar a sua formação. Então, os pesquisadores criaram "fantasmas" de cabeças humanas para testar essa hipótese. As duas cabeças, contendo três camadas representando o couro cabeludo, o crânio e o cérebro, e feitas de materiais destinados a imitar o tecido humano, foram submetidas a 10 cargas elétricas de alta voltagem cada uma – uma seca, a outra depois de ser pulverizada com uma solução levemente salgada para imitar a água da chuva.

A maior parte da corrente elétrica – entre 92 e 97% – viajou através da superfície externa de ambas as cabeças 3D, mas a equipe encontrou diferenças reais na quantidade de corrente que penetrou nas camadas da cabeça. Embora uma quantidade maior de carga tenha chegado à camada do couro cabeludo da cabeça molhada, a camada cerebral absorveu uma corrente elétrica média 13% menor e 33% menos energia em comparação com a cabeça seca.

Também houve diferenças significativas nos danos às cabeças 3D, com mais danos ocorrendo nas cabeças secas.

As limitações do estudo incluem o fato de o crânio não estar coberto de cabelo ou outros acessórios para a cabeça, e que relâmpagos reais produziriam amplitudes maiores. No entanto, os resultados são intrigantes e uma base para futuras pesquisas.

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