Conhecido também como cobreiro, o herpes zoster é causado pelo vírus varicela zoster, o mesmo vírus responsável por causar a catapora. Uma vez que o indivíduo contrai catapora, o vírus continua no organismo e, com o passar dos anos, como consequência da queda da imunidade ou de doenças que possam afetar o sistema imune, pode se manifestar como herpes zoster 1 .
— A catapora é a doença mais comum na espécie humana. Até 95% das pessoas vão contraí-la. Uma vez que a pessoa tem contato com o vírus, vai carregá-lo a vida toda no corpo. E, quando volta, vem na forma do herpes zoster — explica o dermatologista Omar Lupi.
Essa reativação do vírus no organismo está relacionada, principalmente, à imunidade que pode enfraquecer em função de alguma doença imunosupressora ou em razão do enfraquecimento natural do sistema imunológico². O dermatologista explica que, assim como a articulação e os órgãos do corpo, o sistema imunológico da pessoa também fica enfraquecido.
— Depois de uma certa altura da vida, você fica mais suscetível a reativação do vírus. O trabalho de mantê-lo controlado era feito pelo sistema imune da pessoa mais jovem. Isso fica mais difícil de ser feito pelo sistema de quem tem mais de 50 anos — conta ele.
Os sintomas do herpes zoster podem variar. O mais característico deles é a dor 1,2 . O dermatologista explica que as lesões aparecem como pequenas bolhas que podem disseminar pelo corpo ou ficar restritas a uma área. Foi o que aconteceu com a professora Joana Ferraz, de 50 anos.
— Quando eu comecei a sentir o herpes zoster, eu comecei com uma ardencia de um lado só do corpo e aí à noite, foi virando não só ardência, não só coceira, mas uma espécie de facada nos órgãos. É uma dor que você não consegue comer, não consegue dormir, porquê o lençol dói, a roupa dói, tudo que te toca dói.
O quadro do herpes zoster se manifestou em Joana próximo ao seu aniversário de 50 anos. Ela relata que a doença impossibilitou que conseguisse aproveitar o momento com a família.
— Foi muito frustrante não ter a comemoração que eu tanto sonhei nos meus 50 anos. Não pude abraçar as pessoas que eu gosto em função das feridas. Relata ela, que até hoje convive com uma cicatriz emocional, temendo ter novamente a manifestação do herpes zoster.
A demora para fazer o diagnóstico pode agravar o quadro. A Dra. Maisa Kairalla explica que é importante buscar atendimento nas primeiras 72 horas de sintomas, para diminuir a replicação do vírus e as chances de complicações como a neuralgia pós-herpética.
— É uma dor que pode permanecer por muito tempo. Muitas pessoas nunca mais se esquecem dela, porque deixa uma cicatriz no nervo doente. É a complicação mais temida. O herpes zoster pode causar encefalite, lesões oculares, lesões em órgãos. Quanto mais idosa a pessoa é, maior a frequência da neuralgia, do número de internações e mortalidade. E a nevralgia pode causar insônia e depressão — aponta.
Na grande maioria das vezes, de acordo com os dois especialistas, apesar de não ser o mais comum, o herpes zoster pode acometer mais de uma vez a mesma pessoa². Em casos de imunidade muito baixa é possível que o paciente tenha a doença mais de uma vez. 3
E esse foi o caso da aposentada Eliana Monterosso, de 69 anos. Em 2009, ela passava por um momento estressante no trabalho quando sentiu uma fisgada no lado esquerdo das costas. A partir daí, pontos vermelhos começaram a aparecer no local, além de muita dor. Um amigo médico fez o diagnóstico e receitou os medicamentos.
— Fiquei ainda uns três meses dolorida. Em abril de 2020 contrai Covid-19. Seis meses depois, senti novamente aquela dor, mas na parte interna da coxa. Então, tomei os mesmos remédios. E fiquei com uma marca que ainda não sumiu. Com certeza, a causa foi o estresse e a imunidade baixa nas duas vezes — conta ela.
O herpes zoster pode ser tratado através de medicamentos e ser prevenido por meio da vacinação². Independentemente do quão saudável a pessoa se sinta, é imprevisível o momento em que o vírus que causa o herpes zoster poderá se manifestar.²
Você não precisa sentir na pele essa dor. Converse com o seu médico.
Material dirigido ao público em geral, por favor consulte o seu médico.
NP-BR-AVX-JRNA-220005 - Fevereiro/2023
Referências:
*Dados referentes à população dos Estados Unidos; podem não ser representativos para a população global.
1. Ministério da Saúde. Herpes (Cobreiro). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/herpes-cobreiro-1. Acesso em 16 de janeiro de 2023.
2. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR, v. 57, RR-5, p. 1-30, 2008.
3. YAWN, Barbara P. et al. Herpes zoster recurrences more frequent than previously reported. In: Mayo Clinic Proceedings. Elsevier, 2011. p. 88-93.