Saúde
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Por — Rio de Janeiro

O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2). Este problema provoca bolhas na pele e nas mucosas de pênis, vulva, ânus e nádegas. Até o momento, não há cura para a doença e o vírus permanece dentro do organismo após a primeira infecção. Por isso, os sintomas podem surgir em diversos momentos da vida, mas também podem ser reduzidos com o tratamento adequado.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o herpes genital atinge cerca de 10% a 15% da população. Esse número, no entanto, pode ser ainda maior, já que muitos portadores do vírus não são diagnosticados. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que apenas 13% a 37% das pessoas que contraem esses vírus apresentam sintomas. Por isso, muitas pessoas não são diagnosticadas.

Quais são os tipos de herpes?

O vírus HSV pode ter dois tipos: o tipo 1, responsável pelo herpes facial, ou seja, que afeta boca, nariz e olhos; e o tipo 2, que provoca lesões na uretra, vagina, pênis, colo do útero, nádegas e ânus. Ambos os tipos, no entanto, podem afetar qualquer área. A transmissão do herpes genital ocorre por sexo sem preservativo, sendo ele oral, anal ou vaginal.

Para quem já foi infectado com o vírus e manifestou os sintomas do herpes genital, o ideal é procurar um médico o quanto antes. Iniciar o tratamento logo quando surgirem os sintomas pode ajudar a reduzir a carga viral e, consequentemente, diminuir as chances de novas complicações. Isso acontece porque o HSV pode ficar adormecido, voltando a causar problemas ao longo do tempo. A principal forma de prevenção é o uso de preservativos durante as relações sexuais.

Quais são os sintomas do herpes genital?

O vírus do herpes, depois de presente no organismo humano, pode permanecer em sua forma latente, que é quando não causa nenhum sintoma. Mas, quando surgem, os sintomas costumam aparecer de seis a 15 dias após a relação sexual com o portador do vírus.

  • Ardor na região genital e, eventualmente, ao defecar;
  • Dor na região genital e anal;
  • Formigamento local;
  • Muita coceira;
  • Pequenas bolhas muito dolorosas na região genital ou anal, com aspecto de buquê;
  • Vermelhidão;
  • Ínguas na virilha;
  • Febre;
  • Mal-estar.

Quais são os primeiros sinais de herpes genital?

Em sua forma ativa, os sinais começam com uma dor ou ardência e coceira ou formigamento no local, antes do surgimento de bolhas agrupadas como um buquê, que podem não ser visíveis. Em seguida, é formada uma ferida, com o rompimento das bolhas.

Em qual fase a herpes genital é mais contagiosa?

É nesta última fase em que há o maior perigo de transmissão, já que é quando a carga viral está mais alta. Depois, a ferida começa a secar formando uma crosta, que dará início à cicatrização. O surto costuma durar em torno de duas semanas, mas esse tempo pode ser reduzido com um tratamento correto.

Depois da cicatrização, o vírus permanece latente — ou adormecido — no organismo humano. Os sintomas podem voltar, mas não há tempo determinado para isso. O retorno desses problemas após a primeira manifestação é chamada de infecção reincidente.

Quem tem herpes genital sempre vai transmitir?

Com o vírus adormecido, o risco de transmissão é consideravelmente menor, mas ainda existe. Algumas pessoas, mesmo em contato com o HSV, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento. Uma queda na imunidade, por outro lado, pode causar o ressurgimento dos sintomas, um novo surto do herpes genital.

Também é importante destacar que a doença está associada a um risco duas a três vezes maior de aquisição do HIV, podendo ser responsável por 40 a 60% das novas infecções pelo HIV em uma população com alta prevalência do HSV-2.

É possível transmitir a herpes genital durante a gravidez?

Na gravidez, o herpes também pode ser passado da mãe para o feto e se tornar extremamente grave e até letal. Por isso, também é importante informar esta condição aos profissionais de saúde.

O que pode causar infecções reincidentes?

Segundo o Ministério da Saúde, quando os sintomas aparecem a primeira vez, a infecção tende a ser mais intensa, agressiva e longa. Isso ocorre porque o sistema de imunológico do corpo ainda não tinha estratégias de combate ao vírus. Já as infecções reincidentes costumam ter menor intensidade, pois o organismo já criou anticorpos capazes de limitar o avanço da doença.

Alguns fatores podem desencadear infecções reincidentes de herpes genital. São eles:

  • Queda na imunidade;
  • Traumas na região genital;
  • Exposição ao sol;
  • Alterações hormonais;
  • Fadiga;
  • Febre;
  • Uso de corticoides.

Como ocorre a transmissão da herpes genital?

A transmissão de pessoa para pessoa é a principal forma de infecção. Isso pode acontecer tanto no sexo vaginal e anal, quanto no sexo oral (quando é chamada de infecção cruzada). O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma inativa, até que venha a ser reativado. O tempo até que o HSV se manifeste varia de seis a 15 dias após a relação sexual com o portador, que pode transmitir a doença mesmo sem lesão aparente.

Outra forma de transmitir o vírus é no momento do parto, da mãe para o filho. Em muitos casos, no entanto, a fonte de contaminação não é definida. A transmissão em períodos assintomáticos é mais comum nos três primeiros meses após a doença primária. A infecção através de objetos pode existir, mas é menos comum, como reforça Roni Fernandes, urologista da Sociedade Brasileira de Urologia.

— A contaminação principal é, realmente, pelo contato. O vírus tem uma sobrevida muito pequena em superfícies, roupas, piscinas. Ele é muito sensível a isso, então vive pouco, precisa ter um contato mais próximo de uma pele infectada com outra pele — explica.

Quais são os tratamentos do herpes genital?

O tratamento para o herpes genital não tem como objetivo a cura da infecção, mas a redução de seus efeitos. A melhor forma de conter os sintomas é procurar um médico especialista assim que surgirem as suspeitas pela primeira vez. Com isso, é possível reduzir a carga viral que vai permanecer no organismo e que poderá causar novos problemas no futuro.

Ao ser medicado logo no aparecimento da ardência, da dor ou coceira, por exemplo, as recidivas podem ser mais brandas. Para aqueles que já tiveram herpes, também é recomendado procurar identificar e evitar os fatores que desencadeiam surtos recorrentes.

— O que a gente tem que tentar é diminuir a carga viral. Na primeira vez que você tem a doença, existem tratamentos que a gente faz com antivirais, com comprimidos ou cremes, para tentar diminuir a carga viral, a presença do vírus que vai ficar depois no corpo da pessoa. Com isso, a gente diminui a chance dessa doença ter os retornos — comenta Fernandes.

O tratamento é similar quando a doença volta a se manifestar em um portador do vírus: é preciso tratar o quanto antes para diminuir o tempo da fase aguda da doença.

Além dos comprimidos e cremes antivirais, há também uma forma de tratamento com laser, que ajuda a melhorar a cicatrização das lesões, mas não cura. Isso também deve ser orientado pelo médico.

Existe prevenção para a herpes genital?

A melhor maneira de prevenir o herpes genital é através do uso de preservativo em todas as relações sexuais, já que as transmissões podem ocorrer mesmo sem sintomas aparentes. Tanto a camisinha masculina quanto a feminina são métodos de barreira eficazes nesta prevenção.

— É importante evitar ter relações sexuais quando você tem algum machucado, alguma ferida, algum sintoma. Se você não sabe o que é ainda, é importante procurar um médico para fazer o diagnóstico. A prevenção é: vá para o sexo sem nenhuma lesão, sem machucado, sem dores. E vá protegido — reforça o urologista.

Além disso, para quem já é portador do vírus, hábitos saudáveis podem evitar novos surtos de herpes genital. Como uma alimentação balanceada, atividade física regular e o uso de protetor solar, que contribuem para uma boa imunidade. Exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções podem diminuir a resistência orgânica.

Fontes: Ministério da Saúde; Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e urologista da Sociedade Brasileira de Urologia, Roni Fernandes.

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