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Saúde

Lúpus: Diagnóstico precoce e tratamentos modernos agem no controle da doença e evitam sequelas graves, dizem especialistas

Especialistas reforçam a necessidade de acompanhamento médico individualizado para uma possível remissão da doença
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A empresária Juliana Vaz e a filha, Liz, de um ano. Foto: Acervo pessoal
A empresária Juliana Vaz e a filha, Liz, de um ano. Foto: Acervo pessoal

A empresária Juliana Vaz, 34 anos, precisava controlar o Lúpus, em fase ativa há quase cinco anos, para realizar um sonho. Além de ganhar qualidade de vida, Juliana tinha o objetivo de, uma vez em remissão — período em que a doença não está em atividade (1) — e com acompanhamento médico, tentar engravidar. “Em março de 2019 meu médico me disse que eu estava em remissão do lúpus. Foi a melhor notícia que eu ouvi na minha vida”, lembra. Isso só foi possível com ajuda médica especializada e adesão completa ao tratamento indicado. Hoje, ela é mãe da Liz, de um ano de idade.

A remissão da doença muitas vezes não é fácil, mas é possível. O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, que não tem cura. No entanto, pode ser controlada com diagnóstico precoce e tratamento médico individualizado, pois as manifestações da doença podem variar bastante de uma pessoa para outra. (1, 2)

— LES é uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico fica desregulado e passa a não reconhecer as células do próprio indivíduo. Qualquer órgão pode ser acometido — explica a reumatologista Luciana Parente Costa Seguro, médica do Grupo de Lúpus Eritematoso Sistêmico do serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

. Foto: G.Lab
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Sintomas e danos

Os sintomas do LES podem demorar meses para surgir ou avançar mais rapidamente, em poucas semanas. Eles são amplos e variam de intensidade de acordo com a atividade da doença. Cansaço, desânimo, febre, emagrecimento e perda de apetite são alguns dos sinais e sintomas. (1)

— Algumas das manifestações mais comuns do LES são pele avermelhada, especialmente no rosto e em áreas expostas ao sol, e dor nas articulações. Dentre as manifestações mais graves destaca-se a nefrite lúpica ou inflamação nos rins, com perda de proteína na urina e pressão alta. O paciente também pode apresentar anemia e glóbulos brancos e plaquetas baixos — completa a médica reumatologista. Por apresentar alto potencial de inflamação e lesão da pele, o uso de protetor solar é fundamental. (1)

A inflamação dos rins é um dos danos mais comuns e importantes, pois ocorre em 50% dos pacientes com LES e pode evoluir para doença renal crônica em até 20% dos casos. (1)

— Essa é a complicação grave mais comum da doença. Existem casos leves, mas a nefrite lúpica também pode levar o paciente a perder os rins em poucos dias. O acompanhamento médico regular é importante para evitar a progressão desses casos — aponta Dra. Luciana Parente Costa Seguro.

. Foto: G.Lab
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Esse acompanhamento médico constante evita a evolução do LES e também ajuda a controlar os danos da doença. Por conta de um diagnóstico que só veio depois de quase duas décadas com muitas internações, Eduardo Tenório, 48 anos, convive com as complicações da doença.

— Tive nefrite lúpica, mas segui o tratamento correto e consegui preservar minha função renal. Entretanto não foi possível, devido ao meu diagnóstico demorado, evitar outra complicação grave que é a osteonecrose, um infarto ósseo que destrói parte do osso por falta de irrigação sanguínea no local — explica Eduardo, que fundou a Associação Brasileira Superando Lúpus com o auxílio de outras pessoas que vivem com a doença.

O diagnóstico tardio de Eduardo foi uma das motivações para essa iniciativa, que hoje tem um campo mais amplo de atuação e recebeu o novo nome de Associação Brasileira Superando Lúpus, Doenças Reumáticas e Raras.

— Tive um diagnóstico muito demorado e isso trouxe prejuízos enormes para a minha saúde. Para outras pessoas não sofrerem o que eu sofri, resolvi fundar a associação. O nosso trabalho é conscientizar a população em geral sobre as doenças reumáticas e também orientar o paciente a buscar o médico especialista mais indicado e aumentar a adesão ao tratamento — conta.

O diagnóstico da doença é feito através do reconhecimento dos sinais e sintomas pelo médico. Além dessa análise clínica, alterações em exames de sangue e urina auxiliam no diagnóstico da doença. O exame de FAN (fator ou anticorpo antinuclear) positivo, associado aos sintomas característicos podem auxiliar no diagnóstico do LES. Outros exames como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA podem ajudar, mas eles só ocorrem em até metade das pessoas com LES. (1)

. Foto: G.Lab
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Tratamento e remissão

O tratamento depende muito da forma como a doença se manifesta, porém ele deve ser contínuo, mesmo que a pessoa esteja se sentindo bem e com a doença controlada.  (2)

— O principal tratamento para o LES é feito com base no uso de corticoide. Ele tem efeito anti-inflamatório imediato e ajuda muito na fase aguda da doença, mas tem eventos adversos incômodos, como provocar ganho de peso, causar espinhas e estrias. São problemas importantes em uma doença que acomete em especial mulheres jovens em idade fértil — explica a médica reumatologista Luciana Parente Costa Seguro.

. Foto: G.Lab
. Foto: G.Lab

Ainda, segundo ela, o uso de corticoide pode ter outros efeitos adversos importantes como osteoporose, osteonecrose e diabetes. Junto com corticoides, medicamentos antimaláricos também fazem parte do tratamento e devem ser usados a longo prazo. (2)

— Os medicamentos imunossupressores entram associados ao corticoide para controlar a doença e possibilitar a retirada do corticoide. Existem imunossupressores sintéticos e biológicos. Os biológicos são remédios mais novos e representam mais uma opção de tratamento para os pacientes — aponta Dra. Luciana.

Os medicamentos imunobiológicos são obtidos através de material biológico e formam uma estrutura complexa. Eles atingem moléculas do sistema imunológico responsáveis pela doença de maneira mais direcionada. (4)

O uso dessa classe de medicamentos no LES pode ser um aliado ainda mais importante para pacientes que não têm boa adesão ao tratamento, diz a especialista. Além disso, pessoas que já tomaram outros medicamentos e apresentaram intolerância também podem se beneficiar dos imunobiológicos.

— Quando estava com LES ativo e com muita demora no controle da doença, comecei a aplicar o imunobiológico com a supervisão do meu médico. Tenho certeza que isso foi fundamental para retirar o corticoide e entrar em remissão. Foi dessa forma que eu pude engravidar — lembra Juliana Vaz.

Referências:

1 - Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lupus-eritematoso-sistemico-les/. Acesso em setembro de 2021.

2 - Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/o-tratamento-do-lupus-eritematoso-sistemico/. Acesso em setembro de 2021.

3 - Revista Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/B6wy5PjChGxRZZnBGYPVdBm/?lang=pt. Acesso em setembro de 2021.

4 - Sociedade Mineira de Reumatologia. Disponível em: https://reumatominas.com.br/uso-de-medicamentos-biologicos-para-doencas-reumatologicas/. Acesso em setembro de 2021.

NP-BR-LPU-PRSR-210003 – SET/21