Medicina
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Por Giulia Vidale — São Paulo

Recentemente, a defesa do jogador Daniel Alves afirmou à justiça espanhola que não houve estupro, pois a relação entre o jogador brasileiro e a jovem que o acusa de abuso sexual teria sido consensual. Para tentar comprovar esse álibi, Cristóbal Martell, o advogado de defesa, usou como argumento um relatório médico do Hospital Clínic, onde a jovem foi atendida logo após as supostas agressões sexuais.

No documento, os médicos apontam que não foram identificadas lesões vaginais típicas de relações sexuais secas ou lesões compatíveis com sexo à força. Em outras palavras, a suposta vítima estaria lubrificada no momento do suposto ato. No entanto, especialistas ouvidos pelo GLOBO afirmam que a presença de lubrificação vaginal, mesmo durante uma relação sexual, não é sinônimo de excitação.

— A presença de muco lubrificante na vagina não quer dizer que ela estava excitada na hora da relação sexual — afirma ginecologista e médica do grupo de cirurgia oncológica da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, Marianne Pinotti.

Os hormônios femininos, estrógeno e progesterona, induzem a produção de secreção tanto do colo do útero quanto das glândulas vaginais e vulvares.

O médico Maurício Abrão, coordenador de Ginecologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a lubrificação vaginal varia de indivíduo para indivíduo e de acordo com a fase do ciclo menstrual.

— O ponto forte é na excitação, mas durante o ciclo menstrual tem momentos que a lubrificação está maior ou menor. Em paralelo, existem situações que geram uma lubrificação não fisiológica, que é causada por um corrimento vaginal, por exemplo — explica Abrão.

Existem até mesmo evidências científicas que mostram que mulheres podem ficar excitadas e até mesmo ter orgasmos mesmo durante uma relação sexual não consensual. Um estudo publicado em 2004, na revista científica Journal of Clinical Forensic Medicine, pelos pesquisadores Roy Levin e Willy van Berlo, concluiu que muitas mulheres que em até 21% dos casos, vítimas de estupro relatam evidências de excitação física, mesmo diante de altos níveis de violência, medo e angústia mental.

Isso ocorre tanto devido a uma resposta psicológica quanto fisiológica. A resposta psicológica pode ocorrer quanto o abusador é alguém conhecido ou até mesmo um parceiro afetivo da vítima. A resposta física é decorrente de um mecanismo de defesa da própria vagina durante um ato sexual - consentido ou não - para evitar dor e lesões. Isso independe do nível de entusiasmo ou adesão emocional.

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