Medicina
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Por O GLOBO — São Paulo

Os profissionais que atuam na linha de frente dos cuidados de saúde são fundamentais para o atendimento dos pacientes. Entretanto, na maioria das vezes, sua atuação é marcada por dificuldades e desafios. A pandemia de Covid-19 tornou ainda mais intenso e desafiador o papel destes profissionais e evidenciou a necessidade de cuidar de seu bem-estar não só pelo indivíduo, mas também pela manutenção da saúde pública no Brasil.

Diante disso, o Relatório final Diálogos sobre Políticas para Resiliência e Bem-estar dos Profissionais da Saúde, de iniciativa do Synergos Brasil e da FGV-saúde, com o apoio da Johnson & Johnson, elenca 25 recomendações de medidas para promoção de melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde dos setores público e suplementar.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 3 milhões de profissionais da saúde, sendo 75% mulheres. A inclusão da resiliência e do bem-estar destes profissionais no conceito de qualidade da saúde é um tema recente não apenas no Brasil, mas no mundo, que inclusive está em discussão na Organização Mundial da Saúde (OMS). Anteriormente, as análises eram centradas apenas na experiência do paciente.

Entretanto, promover a resiliência e o bem-estar dos profissionais da linha de frente da saúde no Brasil exige mudanças na estrutura do sistema de saúde como um todo. Diante disso, as recomendações do grupo incluem alterações das políticas organizacionais de gestão de pessoas, como a inclusão da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores na dimensão S dos modelos de ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) e a implementação de políticas para o tratamento de denúncias que visem a eliminação do assédio moral e sexual nas instituições de saúde.

Recomendações

Além disso, o documento propõe incluir nas avaliações dos serviços de saúde, inclusive em processos de certificação e acreditação, métricas envolvendo saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores da saúde, principalmente da linha de frente. Lembrando que essas avaliações hoje encontram-se centradas na experiência do paciente.

O documento sugere também implementar ou revisar sistemas de ouvidoria e gestão de crise com garantia de proteção e sigilo, enfatizando as melhores práticas de compliance e a padronização e disseminação de boas práticas de liderança.

No entanto, esses resultados só serão atingidos se houver uma ação intersetorial, evitando a fragmentação das iniciativas com ações isoladas e garantindo a participação efetiva dos trabalhadores.

“Esperamos que outros atores se somem, avançando e aprofundando as recomendações aqui apresentadas”, destaca o professor doutor Alberto Ogata, pesquisador da FGVsaúde.

Para a professora Gabriela Lotta, pesquisadora da FGV-EAESP, as organizações que prestam serviços na área da saúde precisam estar preparadas para prevenir os riscos ocupacionais e promover um ambiente de trabalho saudável aos trabalhadores.

“Sem isso, intervenções de apoio psicológico terão baixos resultados, pois não tratam a raiz do problema. Todo o sistema de saúde precisa estar unido para a valorização de seus profissionais. Melhorar as condições de trabalho do profissional de saúde é também uma questão de saúde pública”, destaca.

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