Medicina
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Por O GLOBO — São Paulo

Dados do último Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgados nesta sexta-feira, apontam para o crescimento dos casos de internações de crianças de até quatro anos devido ao vírus sincicial respiratório (VSR). As informações se referem ao período de 4 a 10 de junho.

Apesar da manutenção do crescimento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos pequenos, o documento informa que a maioria das regiões do país registra queda dos casos de SRAG nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) e de curto prazo (últimas 3 semanas).

Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, o sinal de redução predomina principalmente nas regiões Centro-Sul, nos quais os estados apresentam queda ou interrupção do crescimento de SRAG. Contudo, o mesmo não se aplica às regiões Norte e Nordeste, que ainda apresentam sinais de crescimento em diversos estados.

Os oito estados que apresentam sinal de crescimento das internações por problemas respiratórios graves são: Acre, Alagoas, Amapá, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe. Em cinco desses - Acre, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima - isso se dá justamente pelo aumento das internações de crianças.

Entre as capitais, nove das 27 apresentam sinal de crescimento de SRAG nas últimas 6 semanas, em especial devido aos casos infantis. São elas: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Vitória (ES).

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, o vírus sincicial respiratório foi responsável pela maioria dos casos de SRAG confirmados no país, respondendo por 39,5% dos diagnósticos positivos. Na sequência, aparece o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, com 24% dos testes positivos; seguido do influenza A (19,4%) e influenza B (6,8%).

O documento da Fiocruz ressalta que o Sars-CoV-2 ainda predomine entre a população adulta, o Influenza A, em especial a cepa H1N1, vem aumentando no percentual de casos.

Entre os óbitos por SRAG registrados no país no mesmo período, o Sars-CoV-2 e o influenza A superam o VSR, sendo responsáveis por 52,9%, 21,9% e 11,9%, respectivamente. O influenza B aparece em último lugar como responsável por 9,5% das mortes.

Governo alerta para casos em crianças

Os meses de outono e inverno são marcados pelo aumento de doenças respiratórias em pessoas de todas as idades. Em adultos e crianças mais velhas, o VSR causa, na maioria das vezes, um resfriado comum. Entretanto, em crianças de até quatro anos, o patógeno é o principal causador de infecções do trato respiratório inferior, como bronquiolite e pneumonia.

No mês passado, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica de alerta sobre o aumento de casos de síndrome gripal (SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em crianças no país. De acordo com o documento, entre janeiro e março de 2023, já foram registrados mais de 3 mil casos de SRAG por VSR. Sendo a imensa maioria (94%) em crianças menores de 4 anos de idade. A região Sudeste concentra a maior parte dos casos, seguido do Centro-Oeste e Sul.

Os principais sintomas da infecção por VSR nos pequenos são:

  • Obstrução nasal;
  • Coriza;
  • Tosse;
  • Febre;
  • Recusa alimentar;
  • Irritabilidade.

Febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito e apneia são sinais de alerta e demandam procura imediata por atendimento médico.

A pasta ressalta a importância da adoção de medidas preventivas não farmacológicas para reduzir a transmissão da doença. São elas:

  • Distanciamento físico;
  • Etiqueta respiratória;
  • Higiene das mãos;
  • Evitar tabagismo passivo;
  • Evitar tocar os olhos, nariz ou boca sem adequada higiene das mãos, após contato com superfícies ou objetos potencialmente contaminados;
  • Limpeza e desinfecção de objetos e ambientes;
  • Evitar o contato ou exposição de crianças com pessoas com sintomas respiratórios;
  • Evitar ambientes fechados e aglomerados, principalmente por crianças menores que dois anos e no período de maior sazonalidade;
  • Crianças com sintomas respiratórios devem abster-se de frequentar escolar e creches.

Ainda não há vacina contra o VSR aprovada para crianças. Existem medicamentos disponíveis para prevenir a infecção, mas eles não indicados apenas para grupos específicos, com alto risco de evoluir para casos graves, como crianças prematuras nascidas com até 28 semanas com idade inferior a 1 ano e crianças com menos de dois anos de idade com doença pulmonar crônica da prematuridade ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada.

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