Medicina
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Por O Globo — São Paulo

Comer, sentir-se satisfeito e parar pode parecer algo óbvio, mas esse é um processo complexo que envolve uma sinergia entre o estômago e o cérebro. São justamente as mensagens enviadas pelo estômago para o cérebro que nos fazem parar de comer.

No entanto, uma falha nessa comunicação pode explicar por que é difícil para algumas pessoas perder peso e mantê-lo. A conclusão é de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, publicado recentemente na revista científica Nature Metabolism.

“Precisamos descobrir onde é o ponto em que o cérebro começa a perder sua capacidade de regular a ingestão de alimentos e o que determina essa mudança”, diz Mireille Serlie, professora de medicina de Yale e principal autora do estudo, em comunicado.

No novo estudo, os pesquisadores infundiram glicose ou gordura diretamente no estômago de 28 pessoas com índice de massa corporal (IMC) normal (25 ou menos) e 30 pessoas obesas (IMC 30 ou superior). Em seguida, eles examinaram a atividade cerebral com ressonância magnética funcional (fMRI).

Os resultados mostraram que entre os participantes magros, houve redução da atividade cerebral em várias regiões do cérebro após a infusão de glicose e gordura. Por outro lado, nenhuma mudança foi observada nos participantes com obesidade.

“Isso foi surpreendente. Pensamos que haveria respostas diferentes entre pessoas magras e pessoas com obesidade, mas não esperávamos que essa falta de atividade cerebral mudasse em pessoas com obesidade”, disse Serlie.

A equipe então analisou mais de perto uma região do cérebro chamada estriado, que desempenha um papel fundamental na regulação do comportamento alimentar por meio da dopamina, neurotransmissor que atua no circuito de “recompensa”. A ressonância mostrou que a infusão de glicose induziu a liberação de dopamina em ambos os grupos, enquanto a gordura só causou a liberação do neurotransmissor em participantes magros, o que significa que há uma “detecção de nutrientes” reduzida em pessoas obesas.

Em seguida, os participantes com obesidade foram submetidos a um programa de perda de peso de 12 semanas, e aqueles que perderam pelo menos 10% de seu peso corporal foram reavaliados. A perda de peso não fez nada para mudar a resposta do cérebro à infusão de nutrientes.

A descoberta poderia explicar por que as pessoas que perdem peso o recuperam. Também explica por que as pessoas com obesidade podem comer uma refeição completa e ainda sentir fome.

Agora, a equipe quer entender qual é o ponto em que o cérebro começa a perder sua capacidade de regular a ingestão de alimentos e o que determina essa mudança, para tentar evitá-lo.

“As pessoas ainda pensam que a obesidade é causada pela falta de força de vontade. Mas mostramos que há uma diferença real no cérebro quando se trata de detecção de nutrientes”, ressaltou Serlie.

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