Viralizou nas redes sociais o vídeo de uma jovem colocando "melzinho do amor" escondido em um refrigerante que ela oferece para os colegas da faculdade. A moça também filma a reação deles um tempo após terem ingerido a bebida, sem saber que continha a substância. Um dos sinais observados é o calor. Também fica subentendido a presença de possíveis ereções espontâneas.
O que é o "melzinho do amor"?
O "melzinho do amor" é um estimulante sexual comercializado como "natural". Nas embalagens do produto consta a presença de substâncias estimulantes como mel da Malásia e Tongkat Ali, além de café, canela, extrato de caviar, ginseng, maçã e gengibre.
O potencial de alavancar a performance sexual com apenas ingredientes naturais tem forte apelo entre os jovens, público de sucesso do produto. Entretanto, uma análise do Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) apontou que o "melzinho do amor" contém sildenafila e tadalafila, fármacos utilizados para disfunção erétil.
Embora essas substâncias sejam medicamentos aprovados no Brasil e comercializados na farmácia, elas oferecem riscos à saúde se usadas sem indicação médica e, principalmente, inadvertidamente. Os efeitos colaterais incluem priapismo prolongado (uma ereção longa e dolorosa com risco de necrose do pênis), lesão irreversível do membro e hipotensão grave, potencialmente fatal.
Em caso de ingestão concomitante com álcool ou outros fármacos, há risco de intensificação dos efeitos colaterais, como tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça.
Comercialização proibida
O "melzinho do amor" ganhou popularidade no Brasil em 2021. Na época, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução proibindo a venda e divulgação da droga. Mesmo assim, é muito fácil encontrar o produto em sachês no comércio ambulante ou pela internet, sob diversos nomes comerciais.