Pesquisadores da St George's, Universidade de Londres, descobriram que a morte súbita durante o sexo não se limita apenas a homens de meia-idade. O estudo, publicado recentemente na revista científica JAMA Cardiology, mostrou que a idade média da morte durante ou dentro de uma hora após a atividade sexual é de 38 anos. Outro dado interessante encontrado no estudo foi a taxa de morte entre mulheres, que correspondeu a 35% dos casos, o que é mais alto do que em estudos anteriores.
O estudo mostrou também que as mortes em pessoas mais jovens normalmente não foram causadas por ataques cardíacos, como observado em homens mais velhos. Em metade dos casos (53%), houve um ritmo cardíaco anormal repentino, denominado síndrome de morte arrítmica súbita. A dissecção aórtica foi a segunda maior causa (12%). O problema ocorre quando as camadas da parede da grande artéria do coração que fornece sangue ao redor do corpo se rompem e o sangue flui entre as camadas, fazendo-o inchar e estourar.
Os demais casos foram associados a anomalias estruturais do coração, como a cardiomiopatia (uma doença do músculo cardíaco que torna mais difícil ao coração bombear o sangue para o resto do corpo) ou a um grupo raro de doenças genéticas conhecidas como canalopatias, condição que pode alterar a corrente elétrica através do músculo cardíaco e alterar a forma como ele bate.
Apesar dos resultados, a morte associada com a prática sexual continua sendo um evento raro. Após investigarem a morte súbita de 6.847 pessoas entre janeiro de 1994 e agosto de 2020, os pesquisadores descobriram que apenas 17, o que equivale a 0,2%, ocorreram durante ou dentro de uma hora após a atividade sexual.
Esses resultados alertam para a importância de adultos jovens que forem diagnosticados com condições como arritmia ou cardiomiopatia procurem aconselhamento do seu cardiologista sobre o risco associado à atividade sexual.