Saúde
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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

Ter um orgasmo é o objetivo da maioria das pessoas durante a relação sexual. Mas chegar ao clímax várias vezes ao dia mesmo sem estar praticando ou pensando em sexo pode ser constrangedor e até doloroso. Essa condição é chamada de transtorno de excitação genital persistente, também conhecido como distúrbio do clímax espontâneo.

Não se sabe ao certo quantas pessoas enfrentam este problema, mas pesquisadores estimam que o número pode abranger cerca de 1% da população mundial. Muitas pessoas que têm esta condição não falam sobre o assunto nem procuram ajuda médica.

Quem tem transtorno de excitação genital persistente apresenta sintomas de excitação genital, incluindo sensibilidade em seus órgãos genitais, sensações de excitação genital – como formigamento, latejamento, sensação à beira do orgasmo, inchaço, lubrificação, sem sentimentos correspondentes de desejo sexual. Esses sintomas de excitação também duram por um período prolongado de tempo: por horas, dias ou estão sempre presentes. Eles geralmente não desaparecem com um ou dois orgasmos e são descritos como angustiantes, indesejados e às vezes dolorosos.

O americano Dale Decker relatou ao tabloide britânico Daily Mail que já experimentou cerca de 100 orgasmos por dia, nenhum deles agradável. Ele relata que a condição surgiu em 2012 após uma lesão nas costas que o deixou com danos no nervo pélvico.

Dale Decker já experimentou 100 orgasmos em apenas um dia — Foto: Reprodução/Daily Mail
Dale Decker já experimentou 100 orgasmos em apenas um dia — Foto: Reprodução/Daily Mail

Por causa da condição, Decker evita sair de casa para evitar passar por situações constrangedoras. Excitações involuntárias podem ocorrer em qualquer lugar.

"Aconteceu comigo no supermercado e quando acabou havia cerca de 150 pessoas olhando diretamente para mim. Por que eu sairia de casa quando algo assim pode acontecer?", diz o homem.

Além de prejudicar a vida social e até financeira de Decker, a condição atrapalha também seu casamento. De acordo com sua esposa, a condição obrigou o casal a dormir em camas diferentes às vezes, e eles "não fazem coisas que marido e mulher deveriam fazer".

Apesar de ser possível em homens, o transtorno de excitação genital persistente é mais comum em mulheres. A causa ainda é desconhecida, mas um estudo publicado na Journal of Sexual Medicine apontou uma possível relação do distúrbio com a presença de um cistos de Tarlov (cistos perineurais) — bolsas cheias de líquido causadas por trauma ou lesão normalmente encontradas na parte inferior da coluna. O trabalho descobriu que mais de 66% das mulheres que demonstraram sintomas do transtorno também tinham um cisto de Tarlov.

A americana Cara Anaya-Carlis, que também foi diagnosticada com transtorno de excitação genital persistente, disse que uma vez sofreu mais de 180 orgasmos em apenas duas horas. Ela conta que vive em um estado elevado de excitação sexual por até seis horas por dia.

Cara Anaya-Carlis já enfrentou uma sequência de 180 orgasmos em apenas duas horas — Foto: Reprodução/Daily Mail
Cara Anaya-Carlis já enfrentou uma sequência de 180 orgasmos em apenas duas horas — Foto: Reprodução/Daily Mail

Quando descobriu a condição, em 2014, seu filho tinha 10 anos. Ela evitou estar em locais abertos e até mesmo de participar da vida escolar do pequeno, deixando de ir em eventos do colégio.

"Quando você está perto de crianças, você se sente um pervertido porque tem todos esses sentimentos realmente fortes correndo pelo seu corpo ao mesmo tempo. Então, imagine que você não pode ajudar nas aulas ou ir a passeios escolares porque as crianças não entendem, os pais não entendem. Isso devastou meu envolvimento na vida do meu filho porque me sinto muito suja para fazer parte disso. Queremos que ele seja uma criança normal, mas ao mesmo tempo ele não pode ter amigos por perto porque a mãe tem essa condição", contou.

Nem todos os que sofrem de ranstorno de excitação genital persistente terão orgasmos espontâneos, embora cerca de um terço deles passem por isso. Aproximadamente de metade das pessoas com o distúrbio descrevem a condição como dolorosa.

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