Saúde
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Ir ao banheiro a cada três dias pode ser um indicativo de demência, como mostra uma nova pesquisa apresentada nesta quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizada na Holanda. Este é o primeiro estudo a associar a constipação a doenças degenerativas, e descobriu que a frequência do movimento intestinal a cada três dias foi associada a 73% mais chances de declínio cognitivo.

A pesquisa, desenvolvida durante seis anos, descobriu que pacientes com constipação crônica apresentavam um quadro de cognição equivalente a três anos de envelhecimento em comparação a uma pessoa que vai ao banheiro normalmente. Por outro lado, os cientistas também descobriram que existe um risco ligeiramente maior de demência nas pessoas que evacuavam mais de duas vezes ao dia.

Outro achado importante encontrou respostas sobre níveis específicos de microrganismos no intestino. Segundo o artigo, os participantes que apresentaram menos bactérias produtoras do ácido graxo butirato e menos bactérias responsáveis ​​pela digestão de fibras alimentares, tiveram movimentos intestinais menos frequentes e em consequência, pior função cognitiva.

"Nossos sistemas corporais estão todos interconectados. Quando um sistema está com defeito, ele afeta outros sistemas. Quando essa disfunção não é tratada, pode criar uma cascata de consequências para o resto do corpo", explica a especialista Heather M. Snyder, vice-presidente de relações médicas e científicas da Alzheimer's Association (Associação de Alzheimer, traduzido do inglês).

Para chegar à esses resultados, Chaoran Ma, professor assistente da University of Massachusetts Amherst, nos EUA, e sua equipe avaliaram três estudos de coorte prospectivos com mais de 110 mil pessoas acompanhadas na Health Study, Nurses' Health Study II e Health Professionals Follow-up Study.

Nova descoberta sobre Alzheimer e bactérias

Outra pesquisa apresentada na mesma conferência especializada em Alzheimer, chefiada por Yannick Wadop, pós-doutorando no Instituto Glenn Biggs para Alzheimer e Doenças Neurodegenerativas da UT Health San Antonio, encontrou a conexão entre o acúmulo de beta-amilóide, principal constituinte das placas de amiloide observadas no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer, e os níveis de certas bactérias na microbiota.

Ele e sua equipe descobriram que níveis elevados das proteínas beta-amiloide e tau, detectadas por exames cerebrais, estavam associados quantidades mais altas das bactérias intestinais Cytophaga e Alistipes, e a níveis mais baixos de Butyricicoccus e Ruminococcus. A análise funcional do sugeriu que a presença da Butyricicoccus e a Ruminococcus pode ter efeitos neuroprotetores.

“Essas descobertas começam a revelar conexões mais específicas entre nosso intestino e nosso cérebro. Por exemplo, acreditamos que a redução de certas bactérias identificadas pode aumentar a permeabilidade intestinal e o transporte de metabólitos tóxicos no cérebro, aumentando assim a deposição de beta-amilóide e tau", comenta Wadop.

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