Meningite bacteriana: 1 em cada 3 crianças que sofrem da infecção tem problemas neurológicos permanentes, diz novo estudo

Os resultados mostram que aqueles com diagnóstico de meningite bacteriana apresentam consistentemente uma maior prevalência de deficiências neurológicas, como comprometimento cognitivo, convulsões, deficiência visual ou auditiva, comprometimento motor, distúrbios comportamentais ou danos estruturais na cabeça.

"Se uma criança de 3 anos tem problemas cognitivos, deficiência motora, visão ou audição prejudicada ou perdida, isso tem um grande impacto. Estas são deficiências permanentes que se tornam um grande fardo tanto para o indivíduo como para a sociedade, uma vez que as pessoas afetadas precisam de apoio de cuidados de saúde para o resto das suas vidas", diz Federico Lovino, professor associado de Microbiologia Médica no Departamento de Neurociências do Instituto Karolinska, e um dos autores do estudo.

Segundo os cientistas, o risco foi maior para lesões estruturais na cabeça. 26 vezes maiores chances de ter deficiência auditiva e oito vezes de desencadear uma deficiência motora. Cerca de 1 em cada 3 pessoas afetadas por meningite bacteriana teve pelo menos um comprometimento neurológico.

“Estamos tentando desenvolver tratamentos que possam proteger os neurônios do cérebro durante o período de alguns dias que os antibióticos levam para fazer efeito total. Agora temos dados muito promissores de neurônios humanos e estamos apenas entrando em uma fase pré-clínica com modelos animais. Eventualmente, esperamos apresentar isso na clínica nos próximos anos”, Explica Lovino.

A meningite bacteriana é uma infecção rara, mas muito grave, que pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em recém-nascidos, crianças, adolescentes e idosos. É frequentemente causada por pneumococo (Streptococcus pneumoniae), que é também uma das principais causas de infecções respiratórias bacterianas, como pneumonia, otite e sinusite, que também afetam principalmente os membros mais jovens e mais velhos da sociedade.

Se não for tratada, a meningite bacteriana é fatal, mas a infecção pode ser curada com antibióticos. No entanto, os antibióticos têm dificuldade em penetrar na barreira hematoencefálica, o que significa que leva tempo para combater a infecção. Durante esse período, as células nervosas podem ser danificadas e resultar em vários danos neurológicos permanentes.