Saúde
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Por — São Paulo

O diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, afirmou em coletiva de imprensa que a vacinação para dengue pode levar até oito anos para surtir efeitos reais em epidemias da doença, conforme estudos realizados sobre o tema. Além disso, o especialista ressaltou a importância de que se reforcem o trabalho de prevenção de focos de transmissão do mosquito aedes aegypti, o agente transmissor da doença.

— É importante ressaltar que a vacina que está disponível requer duas doses e são precisos três meses entre uma dose e outra. A vacina não é uma ferramenta para controlar a transmissão nesse momento. Há estudos realizados que demonstram que só oito anos de vacinação poderiam ser capazes de causar impacto na transmissão da dengue. A grande ferramenta de controle segue sendo a eliminação dos criadores do mosquito, seja no domicílio das pessoas, seja em ambientes públicos como parques, praças e comércios — afirmou Jarbas.

O sanitarista ressaltou ainda que a produção da vacina QDenga, da farmacêutica Takeda, ainda tem produção em "quantidade limitada". O Brasil, ele diz, é o país do mundo que mais utiliza o imunizante. A Argentina também já aplica fármaco. O uso das aplicações nas duas nações, afirmou Jarbas, é positivo pois ambas contam com um serviço de vigilância organizado que pode dar mais informações sobre o imunizante "na vida real".

— Como se trata de uma vacina nova, deverá ser acompanhado seu comportamento diante de diferentes sorotipos. O estudo clínico de fase 3 dessa vacina, por exemplo, ocorreu em uma época que, por exemplo, o sorotipo 3 (da dengue) não estava circulando. Com a vacina sendo usada em tempo real, teremos dados de sua eficiência também neste sorotipo — afirmou.

Na avaliação do diretor da Opas, a vacina do Butantan, única do mercado em dose única, só deverá estar disponível à população em 2025.

Letalidade

Questionado sobre a alta de óbitos em investigação da doença no Brasil (ou seja, sem a determinação oficial da causa da morte), conforme o GLOBO mostrou, o especialista diz que a doença se comporta de maneira específica e que a grande maioria dos casos são leves ao ponto das pessoas não procurarem um serviço de saúde.

— Elas acreditam que estão com uma virose, alguma outra coisa — afirmou. — Os óbitos em investigação são importantes porque, por vezes, a pessoa que tem dengue também tem outra doença, uma comorbidade. Por isso, é importante o uso de critérios internacionais e unificados para identificar se é uma morte diretamente ligada à dengue ou não.

O especialista ressaltou que o Brasil conta com um bom sistema de vigilância e tem letalidade baixa pela doença, uma média inferior a 0,05%. Contudo, afirmou que é possível reduzir ainda mais esse indicador. Para isso, é preciso treinar mais os prestadores de serviço na área de saúde e reforçar para a população quais são os sinais de alerta para agravamento da dengue.

De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil já totalizou 2,3 milhões de casos prováveis de dengue e mais 830 mortes confirmadas. Os óbitos em investigação somam 1.269. Trata-se da maior epidemia da doença já registrada no país.

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