Saúde
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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 24/07/2024 - 04:31

Adolescentes brasileiros com múltiplos fatores de risco para doenças crônicas: Estudo da UFMG e Unifesp.

Pesquisa revela que 81% dos adolescentes brasileiros têm múltiplos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. Estudo da UFMG e Unifesp aponta altas taxas de comportamentos nocivos, como falta de atividade física e consumo de álcool, influenciados por maior independência na adolescência. Alerta para a necessidade de abordagens proativas e políticas intersectoriais para promover saúde e qualidade de vida.

A proporção alarmante de 8 a cada 10 adolescentes no Brasil têm dois ou mais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes, problemas cardíacos e câncer. É o que revela um novo estudo de pesquisadores da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O trabalho, publicado na revista científica BMC Pediatrics, utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), inquérito realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Foram avaliadas informações de 121.580 jovens entre 13 e 17 anos no país.

A análise foi feita a partir de um questionário com sete perguntas sobre a prevalência de fatores de risco para a saúde. As respostas mostraram taxas elevadas mesmo para comportamentos que envolvem práticas proibidas por lei na faixa etária, como o bebidas alcoólicas e cigarro.

Ao todo, 81,3% dos adolescentes brasileiros apresentavam dois ou mais dos hábitos nocivos. Outros 14,8% relatavam ao menos um fator de risco, e apenas 3,9% não tinham nenhum. Confira a lista dos mais prevalentes:

  1. Falta de atividade física: citada por 71,5%
  2. Ingestão irregular de frutas e vegetais: citada por 58,4%
  3. Sedentarismo: citado por 54,1%
  4. Consumo regular de guloseimas: citado por 32,9%
  5. Consumo de bebidas alcoólicas: citado por 28,1%
  6. Consumo regular de refrigerante: citado por 17,2%
  7. Tabagismo: citado por 6,8%

Os piores índices foram observados entre os mais velhos, de 16 e 17 anos, e moradores da região Sudeste. Segundo os pesquisadores escrevem no estudo, “essa maior exposição a fatores de risco (nos mais velhos) pode ser atribuída à redução das restrições sociais impostas pelos pais ou responsáveis durante essa fase, o que promove maior independência na tomada de decisões”.

“Além disso, a exposição a situações estressantes, as pressões sociais no final da adolescência e a influência dos colegas em seu ambiente contribuem para o aumento da prevalência de comportamentos de risco”, continuam.

No geral, a situação observada no Brasil é semelhante à do cenário mundial. Segundo a Pesquisa Global de Saúde do Estudante, que envolveu 304.779 adolescentes de 89 países, 82,4% dos jovens de 11 a 17 anos no planeta relatam dois ou mais fatores de risco. Porém, para os pesquisadores, os números são um alerta.

“Há uma necessidade urgente de abordagens dinâmicas e proativas que capacitem os adolescentes a assumir a corresponsabilidade por sua saúde. Ao mesmo tempo, a implementação de políticas intersetoriais é crucial para promover melhores condições de vida e saúde", diz Alanna Gomes da Silva, pesquisadora da Escola de Enfermagem UFMG e primeira autora do estudo, em comunicado.

Isso porque as doenças crônicas não transmissíveis respondem por 75% da mortalidade geral no Brasil, cerca de 1,026 milhão ao ano, e 15% dos óbitos prematuros. “As DCNT contribuem para o aumento das desigualdades sociais, incapacidade, hospitalização e redução da qualidade de vida e produtividade”, continua da Silva.

Ela destaca ainda a importância dos hábitos de jovens em seus futuros: “Os comportamentos adquiridos durante a adolescência tendem a se acumular e permanecer durante a vida adulta, aumentando o risco de desenvolverem várias doenças”.

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