Brasil Coronavírus

Amazonas registra segunda morte por coronavírus

Músico Robson de Souza Lopes, conhecido como ‘Binho’, tinha 43 anos e estava internado desde o dia 20 de março
O músico Robson de Souza Lopes, o ‘Binho’, foi a segunda vítima da Covid-19, no Amazonas
Foto: Divulgação
O músico Robson de Souza Lopes, o ‘Binho’, foi a segunda vítima da Covid-19, no Amazonas Foto: Divulgação

RIO - O estado do Amazonas registrou nesta terça-feira a segunda morte em decorrência do novo coronavírus . A informação foi confirmada pela Fundação de Vigilância em Saúde. O GLOBO apurou que se trata do músico Robson de Souza Lopes, conhecido como ‘Binho’. Ele tinha 43 anos e estava internado no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Delphina Aziz, na zona norte da capital. Ele faleceu por volta das 22h desta segunda-feira.

O músico estava hospitalizado na unidade desde o dia 20 de março,  onde ingressou sem relato de comorbidade e disse ter tido asma quando criança. Também relatou que sentiu os primeiros sintomas após uma reunião de negócios com pessoas  de São Paulo.

No total, o número de casos confirmados do novo coronavírus no Amazonas subiu para 151. Os dados foram atualizados na tarde de ontem. De acordo com o governo, quatro pessoas no estado já teriam curarado e estão fora do período de transmissibilidade.

A primeira morte no estado por Covid-19 foi registrada na semana passada.  A vítima era um homem de 49 anos que havia sido transferido do município de Parintins para Manaus,  no sábado retrasado,  e internado também no Delphina Aziz, com quadro de insuficiência respiratória com grave comprometimento pulmonar. O paciente era portador de hipertensão arterial sistêmica.

Subnotificações entre indígenas

No sábado, O GLOBO revelou que ao menos dois indígenas da etnia Tikuna foram identificados com sintomas do novo coronavírus no município de Santo Antônio do Içá, no sudoeste do Amazonas, a cerca de 250 quilômetros da fronteira com a Colômbia. A informação foi confirmada após reunião de prefeitos da região do Alto Solimões, que discutiram se fariam a divulgação dos primeiros casos confirmados no Brasil entre índios.

Aldeia Lago Grande, no Alto Solimões, onde há cerca de 900 moradores em monitoramento Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio do Içá
Aldeia Lago Grande, no Alto Solimões, onde há cerca de 900 moradores em monitoramento Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Santo Antônio do Içá

O GLOBO apurou que na reunião entre os prefeitos e alguns secretários de saúde dos noves municípios do Alto Solimões, em Tabatinga, instalou-se uma polêmica sobre dar ou não publicidade aos primeiros casos entre os tikunas. O anúncio, que seria feito no sábado, ficou para esta terça-feira.

A secretaria de Saúde de Santo Antônio do Içá, no entanto, não confirma os casos.

- Vamos aguardar a próxima terça-feira - disse ao GLOBO o secretário de saúde, Francisco Ferreira Azevedo.

De acordo com a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Pinto, não é possível notificar os casos se a  Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) não cumprir os protocolos de saúde para identificação da doença.

Os dois tikunas que foram identificados com a Covid-19 e viraram um tema polêmica na reunião entre os prefeitos realizada na sexta-feira à noite, em Tabatinga,  não falam português e estão isolados em casa. Eles vieram de uma longa viagem de barco onde transitaram outros 106 passageiros. Na mesma embarcação - a lancha Cristal I -  viajou o médico que atende o povoado da região e foi o primeiro a ser diagnosticado com a doença no município de Santo Antônio do Içá.