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'Uma empresa deve ser reflexo da sociedade', diz presidente da White Martins

Para Gilney Bastos, maior representatividade na diretoria ajuda a atrair e reter talentos
Gilney Bastos, presidente da White Martins, participa do evento sobre gênero e mercado de trabalho da plataforma Celina Foto: Arte sobre foto de Alex Ferro
Gilney Bastos, presidente da White Martins, participa do evento sobre gênero e mercado de trabalho da plataforma Celina Foto: Arte sobre foto de Alex Ferro

RIO - Refletir a sociedade é o mantra compartilhado por Gilney Bastos , presidente da White Martins , na busca de um ambiente corporativo mais igualitário. A empresa tem mais de cem anos de história e com uma equipe ainda majoritariamente masculina, mas vem trabalhando mais fortemente há uma década por mudança para que seu corpo de funcionários seja mais diverso .

— O reflexo da sociedade deve estar tanto na participação das mulheres, como na participação dos negros e dos grupos LGBT. É algo fundamental para que a gente possa atrair e reter nossos talentos da melhor forma possível — afirmou Gilney.

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Ele conta que, além de aderir a campanhas como o #HeforShe , da ONU, ou promover eventos para tratar de diversidade e inclusão, a White Martins passou a realizar atividades sobre masculinidade entre seus funcionários.

— Muitas vezes o pessoal me pergunta quanto a gente gasta em todo esse trabalho de diversidade e inclusão, e eu não sei exatamente. Mas eu tenho certeza de que a gente estaria perdendo muito se não tivesse evoluído tanto desde 2009 e tivesse uma empresa ainda formada só por homens brancos, desprezando tantos outros talentos — disse.

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Gilney contou que houve certa resistência dos homens da empresa para algumas ações. Não dos mais jovens, que estão entrando e chegam com uma cabeça mais aberta, e nem dos “dinossauros”, como o próprio se definiu, que se esforçam para se atualizar. Mas há, segundo ele, uma parcela que se sente desprezada.

— A gente tem feito esse trabalho para que eles não se sintam desprezados. Não é fácil. Sempre aquele que está perdendo os privilégios pode ter uma reação. Mas nós não queremos isso, não queremos afastar essas pessoas — afirmou, destacando que a White Martins realiza bate-papos com homens para ajudar na aproximação dos funcionários com o assunto.

A representatividade no primeiro escalão da empresa também foi destacada por Bastos, e é fundamental para atrair sobretudo os talentos mais jovens:

— Se a pessoa entra na empresa e, com seis meses, ela vê que não tem nenhuma mulher ou nenhum negro lá em cima, no primeiro escalão, ela não fica, esse talento vai para outro lugar. E não é isso que a gente quer.