CIDADE DO VATICANO — Isolado no Vaticano devido à epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) que afeta a Itália , o Papa Francisco celebrou sua primeira audiência geral virtual nesta quarta-feira, agradecendo aos profissionais de saúde e pedindo que o mundo não se esqueça a difícil situação dos refugiados sírios.
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A maioria das audiências gerais do Pontífice são realizadas na Praça de São Pedro, atraindo dezenas de milhares de pessoas. No entanto, o local estava vazio nesta quarta-feira, já que o Vaticano, que fica em Roma, aderiu, na terça-feira, a uma quarentena nacional para conter a disseminação do vírus.
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Francisco e dez sacerdotes, alguns dos quais responsáveis por traduzir suas palavras a outros idiomas, sentados em cadeiras distantes entre si, reuniram-se na biblioteca oficial papal para a audiência que foi transmitida ao vivo pela internet e pela TV.
O Papa, que suspendeu todas as aparições públicas em meio ao surto de Covid-19 , disse que se sentia próximo de "todas as pessoas doentes que contraíram o vírus e sofrem de outras doenças".
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O Pontífice de 83 anos agradeceu aos profissionais de saúde e aos voluntários dedicados ao combate ao avanço das infecções pelo coronavírus "neste momento tão difícil".
A Itália é o país mais afetado no mundo depois da China, com mais de 630 mortes e 10.149 casos confirmados. Francisco também agradeceu aos fiéis de todas as crenças que estão orando pelo fim da epidemia.
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— Todos unidos, independentemente da religião a que pertencem. Obrigado, de todo coração, por esse esforço — declarou o Papa.
Apesar do surto global de coronavírus, o Papa disse que a epidemia não deve fazer com que o mundo se esqueça dos refugiados sírios na fronteira entre Grécia e Turquia.
— São pessoas que estão sofrendo há anos. Precisam escapar da guerra, da fome e das enfermidades — afirmou o Pontífice.
Dezenas de milhares de imigrantes tentam ingressar na Grécia, estado membro da União Europeia, desde que a Turquia disse, em 28 de fevereiro, que não mais os manteria em seu território sob o acordo de 2016 que assinou com Bruxelas em troca de ajuda da UE para refugiados.