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Vacina da Moderna contra Covid-19, após sucesso ao induzir anticorpos, entrará na fase final em 27 de julho

Empresa está trabalhando em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA
Empresa está trabalhando em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA Foto: Getty Images/iStockphoto
Empresa está trabalhando em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA Foto: Getty Images/iStockphoto

A farmacêutica americana Moderna informou nesta terça-feira que entrará na fase final de seus testes em seres humanos para a vacina da Covid-19 em 27 de julho. Segundo artigo publicado no "New England Journal of Medicine", a vacina experimental induziu respostas de anticorpos contra o coronavírus em todos os 45 participantes testados.

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A Moderna já havia publicado "resultados provisórios" de sua Fase 1 em seu site em maio, na forma de um comunicado de imprensa, que revelou que a vacina gerou respostas imunes em oito pacientes . Embora estes resultados tenham sido classificados como "encorajadores" por Anthony Fauci, a principal autoridade em doenças infecciosas dos EUA, o estudo completo foi aguardado com expectativa pela comunidade científica.

Os 45 participantes foram divididos em três grupos de 15 para testar doses de 25 microgramas, 100 microgramas e 250 microgramas. Eles receberam uma segunda dose 28 dias depois. Após a primeira etapa, verificou-se que os níveis de anticorpos eram mais altos com doses mais altas e, após a segunda etapa, os participantes apresentaram níveis mais altos de anticorpos do que a maioria dos pacientes que tiveram Covid-19 e geraram seus próprios anticorpos. Mais da metade dos participantes tiveram efeitos colaterais leves ou moderados, sem atingir o nível em que o teste seria suspenso. Os efeitos colaterais incluíram fadiga, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo e dor no local da injeção.

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Especialista em doenças infecciosas da Universidade de Cardiff, Andrew Freedman,  que não participou do estudo, disse à AFP que o artigo sugere que a vacina "é capaz de estimular a produção de anticorpos de maneira dependente da dose".

"É importante ressaltar que os anticorpos gerados foram capazes de neutralizar o vírus em condições de laboratório", acrescentou.

A empresa, que está trabalhando em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, realizará a fase 3 do estudo com 30 mil participantes, que receberão uma dose de 100 microgramas da vacina candidata em 27 de julho, e outra dose 29 dias depois.

A vacina da Moderna é uma das principais entre as candidatas ao tratamento da Covid-19. Diferentemente das vacinas tradicionais, que injetam um vírus enfraquecido ou inativado ou um pedaço de vírus para desencadear uma resposta imune, a versão da Moderna usa o material genético na forma de RNA para fazer com que as células produzam a proteína do coronavírus. Essa proteína é uma parte do vírus usada na invasão celular, mas isoladamente é relativamente inofensiva.