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Caso Robinho no STJ

O julgamento do do Robinho aconteceu no dia 20 de março de 2024. Por 9 a 2, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) votou a favor pela homologação da pena da justiça italiana no Brasil e, por 6 a 5, pela prisão imediata. O jogador foi preso na noite de 21 de março. O ex-jogador foi condenado, na Itália, a nove anos de prisão pelo crime de estupro coletivo — em 2017. Os países não tem acordo de extradição e portanto, ele não retornou para cumprir a pena. 

Os ministros não analisaram o mérito do caso, ou seja, se Robinho cometeu ou não o estupro pelo qual foi condenado na Itália. O que foi julgado é se a decisão da Justiça italiana seguiu determinados critérios e pode ser cumprida no Brasil.

O crime contra a jovem albanesa que ocorreu na boate Sio Cafe, em Milão, em 22 de janeiro de 2013. A vítima, na época, comemorava seu aniversário de 23 anos e, além de Robinho, que então defendia o Milan, outros cinco brasileiros foram denunciados por terem participado do estupro. Apenas ele e Ricardo Falco foram efetivamente levados a julgamento.

Amigos do jogador que o acompanhavam no exterior, os outros quatro brasileiros, deixaram a Itália durante a investigação e não foram acusados, sendo apenas citados nos autos. O crime aconteceu no camarim da boate, mas Robinho negou a acusação e confirmou que manteve relação sexual com a mulher, ressaltando que ela foi consensual e sem outros envolvidos.

A Justiça, no entanto, deu razão à vítima, afirmando que ela foi embriagada e abusada sexualmente por seis homens enquanto estava inconsciente. Os dois condenados alegam que a relação foi consensual.

Em novembro de 2017, Robinho recebeu a pena de nove anos de prisão, mas por estar no Brasil não chegou a ser preso, diferentemente do que aconteceu com Daniel Alves, por exemplo. O atleta foi proibido de deixar o Brasil. Sua última atuação nos campos foi em julho de 2020 e, desde então, passou a viver recluso em sua casa em um condomínio de luxo no Guarujá, litoral paulista. As poucas aparições públicas que fazia eram para jogar futevôlei.

Em janeiro de 2022, a Corte de Cassação da Itália, entidade equivalente ao STF no Brasil, confirmou a condenação em última instância. Além dos nove anos de reclusão, Robinho foi condenado a pagar uma indenização de 60 mil euros (cerca de R$ 372 mil na cotação da época).

O Ministério da Justiça da Itália então encaminhou ao Brasil o pedido de extradição do atacante Robinho e de seu amigo Ricardo Falco — também condenado a nove anos de prisão. Contudo, a Constituição, em seu artigo 5º, proíbe que cidadãos brasileiros natos sejam extraditados. Como solução, os italianos propuseram que os dois cumpram a pena no Brasil.

Desta forma, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou então um parecer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) defendendo que o ex-jogador cumpra no Brasil a pena imposta pela Justiça italiana pelo crime de estupro coletivo.

A acusação utilizou áudios gravados a partir de escutas instaladas no celular e no carro do ex-jogador, que flagraram uma conversa entre Robinho e seus amigos, que também estavam na casa noturna, o que possibilitou confirmar a versão da vítima sobre o estupro coletivo. Esses diálogos foram revelados com detalhes no podcast "Os grampos de Robinho", do site UOL.

Nessas conversas, o ex-jogador brasileiro se mostrou apreensivo pela sua imagem com a repercussão do caso na mídia e o possível fim de seu casamento e admitiu que fez sexo com a jovem de 23 anos. Além disso, Robinho e Falco temiam ainda que o teste de DNA encontrasse seu esperma na roupa da vítima. "Eu também fiquei com medo disso aí", conta Robinho em uma das gravações.

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Perguntas frequentes

O que aconteceu com os outros envolvidos no estupro?

Além de Robinho, estavam na boate: Ricardo Falco, Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan. Apenas Falco foi a julgamento junto com o ex-jogador. O caso será analisado pelo STJ para que cumpra a pena no Brasil. Os outros não foram julgados, mas foram denunciados pelo Ministério Público. Eles ainda não foram localizados pela Justiça.  

Fotos

  • Daniel Alves e Robinho em treino da Seleção Brasileira, pela qual jogaram juntos em 2010

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    Daniel Alves e Robinho em treino da Seleção Brasileira, pela qual jogaram juntos em 2010

    Foto: Jorge William / Agência O Globo

  • Robinho, quando jogava pelo Atlético-MG

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    Robinho, quando jogava pelo Atlético-MG

    Foto: Douglas Magno

  • Durante sua carreira, Robinho disputou uma Copa do Mundo pelo Brasil

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    Durante sua carreira, Robinho disputou uma Copa do Mundo pelo Brasil

    Foto: Reprodução/Redes sociais

  • Robinho jogou no Milan durante cinco temporadas

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    Robinho jogou no Milan durante cinco temporadas

    Foto: Divulgação/Milan

  • Robinho com o Rei Pelé, em campo: o Santos era o elo que ligava os dois ex-jogadores

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    Robinho com o Rei Pelé, em campo: o Santos era o elo que ligava os dois ex-jogadores

    Foto: Reprodução Instagram

  • Robinho chegou a ser contratado pelo Santos em 2020, mas teve seu contrato rescindido

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    Robinho chegou a ser contratado pelo Santos em 2020, mas teve seu contrato rescindido

    Foto: IVAN STORTI/SANTOS FC/DIVULGAÇÃO

  • Robinho, em 2017, quando atuava no Atlético-MG

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    Robinho, em 2017, quando atuava no Atlético-MG

    Foto: BRUNO CANTINI/ATLÉTICO-MG/DIVULGAÇÃO

  • Robinho e Daniel Alves

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    Robinho e Daniel Alves

    Foto: Reprodução e CBF

  • Robinho não jogou na Copa-2014

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    Robinho não jogou na Copa-2014

    Foto: Reprodução

  • Robinho

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    Robinho

    Foto: Reprodução

  • 12º - SANTOS (2002) - Os meninos da Vila, Robinho e Diego, com a taça de campeão.

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    12º - SANTOS (2002) - Os meninos da Vila, Robinho e Diego, com a taça de campeão.

    Foto: Ricardo Bakker/Diário

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