Interinos na Seleção, Candinho e Ernesto Paulo estiveram no mesmo lugar de Ramon

A última vez que essa situação ocorreu foi no ano de 2008. Por causa de uma suspensão aplicada ao então técnico, Dunga, seu auxiliar Jorginho comandou dois jogos. Outros dois casos não são tão lembrados pelos torcedores, mas aconteceram nos anos 1990 e 2000. De maneira pontual, os treinadores Candinho e Ernesto Paulo marcaram suas histórias, comandando a Seleção por um dia.

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Na verdade, este primeiro teve duas oportunidades, sendo uma delas um jogo oficial. Já o segundo recebeu uma chance única e não tão bem sucedida. Para quem é supersticioso, os casos de Candinho e Ernesto aconteceram antes do início de dois ciclos que terminaram em títulos de Copa do Mundo para o Brasil. Diante da expectativa de que o primeiro estrangeiro assuma a Seleção na história, com o nome do italiano Carlo Ancelotti ganhando muita força, Ramon entra para uma seleta lista e repete a história.

Em sua longa carreira, José Cândido Soto Mayor, o Candinho, dirigiu Grêmio, Santos, Flamengo, Fluminense, Corinthians, Bahia, Bragantino, Portuguesa, Palmeiras e a seleção da Arábia Saudita. Inclusive, levou a Lusa ao vice-campeonato brasileiro de 1996. Um dos títulos da carreira do treinador foi a Taça de Prata de 1983, que equivalia à Série B, com o Juventus da Mooca, bairro paulistano onde ele nasceu e cresceu.

Candinho virou auxiliar técnico da Seleção Brasileira em 1998, convidado por Vanderlei Luxemburgo para integrar sua então comissão. Como Luxa também estava envolvido com a seleção olímpica, e viajava com o grupo durante a preparação para os Jogos de Sydney, em 2000, uma oportunidade surgiu para ele: um amistoso contra a Espanha. No dia 13 novembro de 1999, Candinho esteve à beira do campo no jogo que terminou empatado por 0 a 0.

Por causa do fracasso nas Olimpíadas, com a eliminação para Camarões nas quartas de final, Luxemburgo foi demitido. O auxiliar, então, recebeu a segunda chance de comandar o time. Foi em um confronto contra a Venezuela, em 8 de outubro de 2000, válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. A goleada brasileira por 6 a 0 teve direito a quatro gols de Romário. Mesmo com uma possibilidade de a CBF efetivá-lo, segundo relatos da época, Candinho avisou que respeitaria Luxa e não ficaria. Quando ele deixou o cargo, Emerson Leão assumiu.

Após fazer sua despedida da área técnica em 2007, comandando o clube saudita Al-Ittihad, exerceu o cargo de gerente de futebol no Palmeiras, em 2010. O último trabalho do ex-treinador aconteceu em 2013, exercendo a mesmo função como dirigente da Portuguesa. Ao fim da passagem, decidiu se aposentar do futebol em definitivo. Ele completou 78 anos de idade no último mês de janeiro.

O treinador teve passagens por clubes como Botafogo, Flamengo e Fluminense, além de ter feito trabalhos no futebol de Portugal e com a seleção olímpica da Arábia Saudita. Destacando-se principalmente como comandante de equipes de base, Ernesto Paulo foi técnico da seleção olímpica de 1992, que não conseguiu vaga nos Jogos de Barcelona, em 1992. Porém, ele havia conquistado o título do Sul-Americano Sub-20 no ano anterior e o vice-campeonato mundial da categoria.

Sabe quem estava naqueles grupos, recebendo suas primeiras oportunidades com a Amarelinha? Ramon Menezes. Em 1990, Ernesto ganhou a Copa São Paulo de Futebol Júnior com o Flamengo, lançando nomes como Marcelinho Carioca, Júnior Baiano e Djalminha. Enfim, o dia que ele recebeu a oportunidade de comandar a Seleção principal foi o 11 de setembro de 1991.

Após a equipe brasileira ser vice campeã da Copa América daquela ano, o ex-jogador Paulo Roberto Falcão foi demitido. Por isso, a CBF convidou Ernesto Paulo para ser o treinador interino no amistoso contra o País de Gales. O jogo realizado no país europeu terminou em derrota por 1 a 0. Na sequência, assumiu Parreira, tetracampeão em 1994.