Negócios
PUBLICIDADE
Por — São Paulo


A Infracommerce, de serviços para empresas de ecommerce, não terá mais o seu fundador como CEO. Em movimento liderado por novos acionistas, como o Pátria e a gestora chilena Igneous, de Carlos Brito Claissac, a empresa decidiu tirar Kai Schoppen do cargo, depois de 12 anos no comando da companhia.

Schoppen ficará no posto até o início de abril, quando será substituído por Ivan Murias, até então CEO da Valid, de emissão de documentos. O fundador da Infracommerce, que levou a empresa à bolsa no boom de 2021, deixa o negócio com a ação valendo menos de R$ 1, depois de ter sido precificada a R$ 16 na estreia — uma desvalorização de 93%.

Nesses quase três anos na bolsa, o executivo usou o dinheiro captado para executar uma intensa agenda de M&As, como as aquisições da Synapcom (por R$ 1,2 bilhão), a Tatix (por R$ 124 milhões) e a argentina Summa Solutions (por US$ 9 milhões), alcançando R$ 1 bilhão de receita líquida em 2023, mas não conseguiu levar a empresa ao breakeven.

Kai Philipp Schoppen, fundador da Infracommerce, deixa posto de CEO depois de 12 anos — Foto: Claudio Belli/Valor
Kai Philipp Schoppen, fundador da Infracommerce, deixa posto de CEO depois de 12 anos — Foto: Claudio Belli/Valor

Sob o comando de Schoppen, a Infracommerce chegou a anunciar esforços na primeira metade de 2023 para aumentar a rentabilidade, como medidas de eficiência operacional e capturas de sinergias com os M&As, mirando um breakeven em 2024. Ao fim de 2023, conseguiu dobrar o Ebitda ajustado para R$ 208 milhões, mas o prejuízo líquido foi elevado em 11,3%, para R$ 295 milhões.

Para diminuir a alavancagem e pagar compromissos assumidos nas aquisições, a empresa realizou um follow-on no fim do ano passado, que levantou cerca de R$ 400 milhões e marcou a chegada do Pátria entre os acionistas, embora a gestora já tivesse uma exposição indireta à companhia, por ter comprado em 2022 a Igah Ventures, que tem a Infracommerce como investida. O follow-on ajudou a reduzir o índice de alavancagem, que era de 5,3 vezes no início de 2023, para 1,5 vez.

No início deste ano, a Igneous (acionista de uma empresa chilena adquirida pela Infracommerce no ano passado, a Ecomsur, em uma operação que envolveu a entrega de ações de empresa brasileira) também passou a ter uma participação relevante na Infracommerce e se tornou uma das duas maiores investidoras da companhia, junto com o Pátria. Semanas depois, cada uma passou a ter um representante no conselho de administração: Pedro Melzer, indicado pelo Pátria; e Carlos Brito Claissac, fundador da Igneous. Eles substiuíram Eduardo Kyrillos e Guilherme Weege.

Schoppen, aliás, também está de saída do conselho de administração. Ele dará lugar a outro indicado do Pátria, Peter Estermann, sócio da gestora e ex-CEO do GPA, que assumirá como presidente do conselho, no lugar de Pedro Jereissati (CEO do Grupo Jereissati, que controla o Iguatemi, que por sua vez tem 4,8% da Infracommerce), que seguirá como membro. O fundador continua como acionista (com 1,7%) e participará da transição no comando da empresa.

Murias, o novo CEO, chega à empresa com a experiência de ter conduzido o turnaround da Valid. Ele assumiu o negócio de emissão de documentos no fim de 2020 e reduziu o índice de alavancagem de 3,2 vezes para 0,1 vez ao longo desses três anos.

Mais recente Próxima Boa Safra engaja bancos para oferta de pelo menos R$ 200 milhões
Para ficar por dentro das novidades do mercado, inscreva-se e receba os alertas do Pipeline em seu e-mail.
  • Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade.
Mais do Pipeline

Companhia de tecnologia ganha corpo para o primeiro IPO do grupo Stefanini

Topaz faz quinto M&A no Brasil e tem caixa para outro nos Estados Unidos

Fundo imobiliário SHPH11 detém 25,7% do shopping e pode dobrar participação e assumir o controle

Rio Bravo quer exercer preferência em fatia da Brookfield no Pátio Higienópolis

Companhia incluiu complexo Sol do Cerrado nas conversas de venda, apurou o Pipeline

Vale aumenta o pacote de ativos na negociação da Aliança

Companhia de saneamento que ganhou leilão para Sergipe ontem opera na capital fluminense desde 2021

A surpresinha que a Iguá encontrou na concessão do Rio

Companhia de saneamento também vai renegociar covenants com mais um grupo de credores

CPPIB e AIMCo preparam aporte na 
Iguá após concessão de Sergipe

Rede fundada em Campinas busca capital para acelerar crescimento no estado de São Paulo

Após Crescera, Oba Hortifruti está aberta a novos sócios

Banco vê cenário fraco para mercado de veículos leves no Brasil e no mundo no segundo semestre

J.P. Morgan rebaixa Iochpe-Maxion e Mahle Metal Leve para venda

PsycoAI, comandada por Fabio Tiepolo, usa inteligência artificial para automatizar processos da saúde

Healthtech atrai Ricardo Bottas e Paulo Chapchap em rodada com Dr. Consulta

Conversão dos US$ 570 milhões em títulos estava previsto para terceiro trimestre

Azul negocia com arrendadores extensão de prazo da conversão de bonds em ações

Formato ajuda a alavancar marcas novatas, como a Greentable, com apoio na distribuição

Brands Partners transforma supermercados em sócios de marcas — e começa pelo Verdemar