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Por — São Paulo


No clássico vídeo do Porta dos Fundos que viralizou há 12 anos, o ator Fábio Porchat, pintado de azul, perde as estribeiras ao tentar cancelar sua linha de celular com a telefonista Judite, uma cena que simboliza uma das experiências mais aterrorizantes para os brasileiros: os serviços de call center. Mas o empreendedor Leonardo Rebitte está disposto a ressignificar o nome da atendente fictícia — e fazê-lo virar sinônimo de resolução de problemas — em um universo que também causa calafrios: o complexo sistema judiciário do país.

A Judit, sem o "e" no final, nasceu no fim do ano passado para ser um buscador descomplicado de processos judiciais para empresas, voltado não apenas para escritórios de advocacia, mas também para outros modelos de negócios, que podem ser desde fundos de investimento (como os que trabalham com precatórios) até birôs de crédito — em outro exemplo, a startup fornece a tecnologia por trás de grandes plataformas de consulta processual destinadas a pessoas físicas.

Com cerca de 60 companhias no portfólio de clientes, a Judit tem avançado no mercado e acaba de captar R$ 4 milhões junto a um grupo de investidores-anjos. Na rodada, estão executivos de multinacionais como Mastercard, PayPal e Visa. Para lançar o produto no mercado, a plataforma contou com pouco mais de R$ 1 milhão de capital próprio dos sócios.

Dashboard da Judit: consulta processual com filtros sob medida para o cliente — Foto: Divulgação
Dashboard da Judit: consulta processual com filtros sob medida para o cliente — Foto: Divulgação

Rebitte conta que o nome veio da soma de "judicial" com "IT", mas admite que o vídeo do Porta dos Fundos também serviu de referência. A ideia é que a plataforma funcione como uma assistente para quem quer ajuda (e que realmente funcione). “Quando chega um cliente novo, queremos atender de forma personalizada cada necessidade específica. E não simplesmente vender acesso a uma plataforma de processo judicial de prateleira, como alguns tentam fazer no mercado", afirma ao Pipeline.

Empreendedor experiente, o fundador tem no currículo a criação de uma das primeiras fintechs de empréstimo entre pessoas físicas, a Mutual, um negócio no qual enfrentou um grande problema: verificar a autenticidade de seus usuários com uma ferramenta barata e precisa. Dessa dor nasceu outra startup, a CAF, sua maior empreitada até aqui e uma das líderes no segmento até hoje. Agora, com a Judit, ele segue rastreando CPFs e CNPJs, mas de outro jeito.

Com uma API que permite integrar seu principal produto ao sistema das clientes, a Judit consegue minerar dados de processos judiciais junto a tribunais e comarcas e permitir a filtragem por CPF, decisão final, tamanho da multa ou mesmo assunto — entre uma gama de possibilidades. O modelo de negócios se baseia em assinatura, a partir de R$ 1 mil. Mas taxas por volume de pesquisa ou número de usuários podem ser aplicadas de acordo com a necessidade do cliente.

Para os fundos que trabalham com precatórios, por exemplo, o serviço é útil para mapear com rapidez quais sentenças já foram proferidas, em que data, com que volume de multa e se já foram ou não pagas — para avaliar a possibilidade de transformar em ativos. Já os escritórios conseguem acompanhar clientes e visualizar potenciais soluções para os casos. Das empresas no portfólio, são pelo menos 20 modelos de negócios diferentes, daí a necessidade de um serviço customizado.

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