Bel, do alto da ignorância gastronómica que ostentava na época, sempre pensava no que poderia fazer diferente. Até que um dia entrou na cozinha para fazer o almoço para o marido. E nunca mais saiu de lá.
Começamos a viagem a visitar o Refúgio, um restaurante tradicional da cidade e que começa – como muitas coisas em Paraty – com uma história de um amor improvável. Maria Isabel Faria Costa estava numa viagem de férias por Paraty. Ao desembarcar numa ilha quase deserta, conheceu Zé Paulo, que ali mantinha um restaurante. Bel, estudante de Belas Artes, envolvida com arquitetura e acostumada ao frenético vai e vem da vida urbana, encantou-se com aquele 'caiçara' charmoso, sedutor, o dono da ilha da Praia Vermelha. Atropelada pela paixão, quando se deu conta estava a morar numa ilha sem energia elétrica nem água quente. Logo ela, habituada aos confortos da cidade grande, dividia então uma casa com um caiçara dono de restaurante numa ilha em Paraty.
Bel não tinha grandes intimidades com a cozinha. Mas adorava comer. Zé Paulo era cozinheiro. Praticava a culinária local com mestria. Bel, do alto da ignorância gastronómica que ostentava na época, sempre pensava no que poderia fazer diferente. Até que um dia entrou na cozinha para fazer o almoço para o marido. E nunca mais saiu de lá. Juntos, passaram o