Eu sou uma pessoa com deficiência.
Hoje estava pensando sobre a minha vida profissional x vida de mãe atípica, dito isso, pensei, não tem como você ver o mundo de acessibilidade, se você não tiver deficiência, e não existe como você ver o mundo da mãe atípica se você não é uma mãe atípica, com isso fiquei pensando como melhorar as politicas publicas, relações empresariais, em relação a carreira de mães atípicas, eu tenho uma deficiência, minhas oito horas de trabalho são diferentes das oito horas de trabalho que tinha antes de ser mãe, minha carga é gigante no dia a dia e eu não tenho como terceirizar várias coisas, não tenho como levar meu filho a creche, não tenho como chamar minha mãe para cuidar dele, meu filho é um eterno neném de 1 mês, vivo em um puerpério, e como sair disso? Como entregar mais? Como trabalhar com metas e rotinas de execução 8 horas por dia, sem ter um AVC aos 37 anos? Que horas encontro tempo para estudar mais? Pensando nisso, quase entrei em colapso de saúde, me diminuindo e trazendo para o front uma mulher sem realização e estagnada e principalmente culpada.
O mercado de trabalho não está preparado para acessibilidade de mães atípicas, não adianta você contratar pessoas com deficiência e não garantir um plano de carreira, por exemplo, não adianta você contratar uma mãe atípica se vocês não entendem que as oito horas dessa mãe, não são oito horas da Renata antes de ser mãe.
Em fim, empresas precisam entender que você não garante boa saúde de seus funcionários se não olhar diferente e de forma genuína para cada limitação de seu funcionário.
Reflexão do dia:
"Estou pensando em abrir uma empresa só para mães atípicas, temos um potencial que nenhuma outra pessoa tem, um desejo de fazer acontecer muito grande, mais ainda não sei o que fazer, mas vou pensar mais a respeito..."