Publicação de Rodrigo Pipponzi

O Compromisso 1%, iniciativa realizada pelo Instituto MOL em parceria com o IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, foi tema de matéria no Jornal da Cultura ontem, trazendo mais detalhes sobre o movimento que será lançado no proximo mês. Vale conferir a matéria que contou, além de entrevista minha, com o exemplo da Cyrela, que já pratica o compromisso perene de doação de pelo menos 1% de seu lucro líquido :)

Muita gente diz que 1% é pouco. Mas sabemos que se todas as empresas brasileiras se comprometessem a doar esse percentual anualmente de seus lucros, destravaríamos um recurso filantrópico gigantesco - e valioso - para aplicar nas causas mais importantes desse país. É exatamente por isso que Grupo MOL e IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social lançam em setembro o Compromisso 1%, movimento que estimulará empresas do país de todos os portes a se comprometerem publicamente com a doação de pelo menos 1% de seus lucros. Movimento inspirado pelo Pledge 1%, criado nos EUA pela Salesforce, que já conta com mais de 18 mil empresas signatárias. A entrevista que a Paula Jancso Fabiani deu para O Globo (que trago aqui no post) conta mais sobre a iniciativa. O lançamento trará também o anúncio do primeiro grupo de empresas brasileiras signatárias (que conta com algumas líderes em seus setores) e marcará o que desejamos ser o início de um grande movimento de influência no campo do investimento social, garantindo que doações se tornem estratégias perenes no setor privado, garantindo recursos cada vez maiores e compromisso cada vez maior das empresas com causas socioambientais :) (E se você lidera uma organização ou área social de empresa, de qualquer porte, e tem interesse em ser um signatário, é só dar um alô aqui nos comentários).

Essa nova edição da newsletter Camisa S, que publico em parceria com a jornalista Mariana Tavares, está diferente: a partir de toda comoção com a tragédia do Rio Grande do Sul – e analisando com calma as mais diversas respostas, de diferentes setores, que vimos na sociedade – resolvemos olhar com profundidade para a filantropia emergencial e buscar responder uma pergunta que nos inquietava: estamos realmente preparados para transformar toda generosidade que emerge nessas situações no Brasil em impacto real para as comunidades afetadas? Mergulhamos em muitos dados (muitos mesmo), analisamos situações pelo mundo e entrevistamos profissionais muito bacanas que estão assumindo o protagonismo nestes momentos (como a Tatiana Monteiro de Barros, fundadora do Movimento União BR, a Carla Crippa, da Ambev, e a Adriana Leiras, da HANDs) para chegar em um resultado que fiquei orgulhoso. É claro que situações emergenciais, muitas vezes, demandam respostas que não têm manual de instruções – mas planejar e agir com calma e buscar soluções em rede é metade do caminho para se gerar impactos importantes e duradouros. Espero que curtam a leitura e, como gosto de fazer, vou adorar contribuições ao tema – se você tem outros bons exemplos de empresas e organizações sociais que fazem ou fizeram bons trabalhos em situações de emergência, conta aqui nos comentários :) [E essa edição ainda tem uma novidade: fomos tão fundo na análise do tema que construimos um infográfico muito bacana – uma espécie de manual de instruções para se agir em emergências – que em breve publicarei aqui no meu perfil para uso de marcas, organizações e pessoas que se interessarem por criarem suas formas de ajudar em tempos de emergência].

Super prazer participar do podcast Café Com Sal, conduzido de forma muito leve pelo Fábio Salomon. Foi um papo que me levou a lugares que adoro: relembrar etapas da minha vida profissional, contar a história da empresa familiar, traçar os deliciosos paralelos com o esporte e nomear aqueles que me inspiraram na jornada até aqui. Obrigado Fabio pelo convite e pela ótima conversa! O episódio está disponível na íntegra no Youtube, clicando aqui: https://lnkd.in/dV4jwMzF.

Hoje participei da plenaria de abertura de um dos principais eventos do terceiro setor brasileiro: o Festival da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, que reune grandes debates e lideranças em torno dos temas mais relevantes para organizações sociais de todo país. Ao lado da Tiana Vilar Lins e da Jessica Martins pude refletir sobre a importância da agenda do desenvolvimento institucional do terceiro setor brasileiro (onde se concentra a missão do Instituto ACP) e deixar a minha principal provocação: só avançaremos o tema na medida que pudermos construir novas narrativas que desconstruam velhas formas de doar e valorizem a confiança e as jornadas a longo prazo de evolução das organizações sociais - agenda que deve ser construida de forma unificada entre financiadores e financiados. Obrigado Fernando do Amaral Nogueira e time ABCR pelo convite e pelo ótimo debate :)

Está no ar o Relatório de Atividades e Impacto Socioambiental 2023 da MOL Impacto! No ano em que celebramos a evolução de uma editora para um negócio social que fomenta o engajamento social, as doação e a transparência através da comunicação e do conteúdo, tivemos muito a comemorar: batemos nosso recorde histórico de doações, com mais de R$ 12 milhões doados a 172 ONGs, chegando a R$ 68 milhões doados desde 2008. E mais incrível ainda foi ver como esse recurso proporcionou impacto pelo país! O relatório traz em detalhes todos os resultados conquistados e conta mais sobre a forma como fizemos isso – preservando uma cultura diversa, acreditando em nossos valores e celebrando o esforço de cada projeto lançado. O design, modéstia parte, é um show proporcionado pela talentosíssima equipe da Laboota, liderado pela querida Renata Steffen. Para conferir o relatório completo, é só acessar https://lnkd.in/d2bheneB.

Quando a gente fala dos desafios do fortalecimento da cultura de doação no país, cá estamos de frente com mais um exemplo: a absurda aprovação de um projeto que prevê multa de R$ 17 mil a quem doar comida a moradores de rua. Segundo o projeto, qualquer doação deve cumprir requisitos prévios como serem realizadas em locais e horários previamente agendados e terem um plano detalhado aprovado pelas secretarias municipais, entre outros. Já imaginou, no meio de uma emergência climática, por exemplo, com as pessoas desalojadas e passando fome, ter que cumprir esses requisitos para que a população sobreviva em meio ao caos? O contexto brasileiro mostra há décadas que são indivíduos e entidades que muitas vezes combatem a fome e garantem a dignidade de populações vulneráveis em todo país, trabalhando de forma ágil e integrada para prover o que o estado não consegue. Estabelecer regras contrárias ao bom senso não só coibirá iniciativas tão importantes (pra quem quer se aprofundar nisso, vale conhecer o que a Ação da Cidadania fez no Brasil durante a pandemia), fazendo com que muita gente passe fome, como representará um retrocesso à construção de uma cultura cidadão que tem na doação livre, fluida, facilitada e coordenada uma das formas mais importantes de ser promover a generosidade e combater as nossas mazelas sociais. A boa notícia é que o projeto segue em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, o que significa que, como cidadãos, podemos ainda fazer nossa indignação chegar àqueles corredores e barrar essa proposta tão absurda.

Sem dúvida um dos pontos altos deste ano está sendo fazer um das coisas que mais gosto, que é apoiar individuos e famílias na construção de suas jornadas na filantropia, com uma das pessoas que mais gosto no mundo: minha mãe ❤️ No final do ano passado, sentamos juntos pra desenhar um plano mais estruturado de experiências de doações pra ela, a partir de exercícios que pudessem mostrar as causas que mais a tocavam. A ideia, assim, era conectá-la com organizações que pudessem receber seu apoio e, mais do que isso, se tornarem aliadas nessa jornada, ensinando sobre os contextos sociais que trabalham e construindo soluções juntos. Tenho acompanhado ela nessas trocas e ontem tive o prazer de colocá-la frente a frente com a Ana Fontes, uma das mais admiráveis empreendedoras sociais do país, que à frente da Rede Mulher Empreendedora vem transformando o contexto do empreendedorismo feminino no Brasil: através de dezenas de programas diferentes já são mais de 9 milhões de mulheres impactadas e mais de R$ 32 milhões em geração de renda para estas empreendedoras. É lindo ver poder servir de ponte para essa união de forças que fortalece a causa, enriquece os repertórios e estabelece novas relações - sem dúvida alguma construções que me fazem amar o que faço, e que ganha contornos especiais pelo contexto familiar. Ana e time RME, muito obrigado pelo carinho na recepção de ontem 😊

Desde o início de maio o Brasil todo se mobilizou para ajudar as milhares de pessoas atingidas pela catástrofe no Rio Grande do Sul. A necessidade de diferentes apoios segue sendo muito grande, e a pergunta é sempre a mesma: por que não nos mobilizamos e doamos de forma contínua? Porque o chamado vem tão forte na emergência e "esvazia" à medida que o assunto vai perdendo força nas mídias? Sabemos que a reconstrução do Rio Grande do Sul tem período de reconstrução estimado em pelo menos um ano – e, ainda assim, hoje mesmo Porto Alegre está sob alerta de novas inundações. A situação é dramática e infelizmente assim seguirá por algum tempo. E as doações, infelizmente, seguem caindo. Pensando nisso, o Instituto MOL lança hoje a campanha “Emergência todo dia”, com a ideia de chamar a atenção para os impactos de longo prazo das catástrofes climáticas e, assim, estimular a doação contínua. Um movimento que buscar chamar a atenção da população, doadores ou não, para a importância de olharmos a situação climática e nos tornarmos cidadãos verdadeiramente preocupados em praticar nossa cidadania através das doações. Convido você a ser um parceiro mobilizador da campanha e convocar sua rede para participar, seja doando, se engajando nas ações ou compartilhando os materiais. Vamos espalhar essa mensagem :) Juntos para mobilizar uma sociedade mais doadora! https://lnkd.in/ddMsxuNf