A coisa e a ideia da coisa!
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A coisa e a ideia da coisa!

A gente sempre quer "coisas"... querer é da nossa natureza! Até que virem algo concreto, palpável, vivencial, as coisas que queremos existem primeiro na cachola, na construção perfeita e segura de nossas mentes. Daí é que surgem as diferenças entre “a coisa” e “a ideia da coisa”.

Quem me apresentou esse conceito foi o professor doutor Luiz Alberto Hanns durante uma de suas palestras e aquela explicação simples e assertiva mexeu comigo. Identificar o que nos move, não só contribui para o autoconhecimento, como também nos ajuda a lidar com nossas expectativas e frustrações.

Entender isso impactou (e ainda impacta) muito a minha forma de ver a vida e entender as escolhas que faço!

É mais ou menos assim: quando gostamos da coisa, a experiência, a vivência daquela ideia é o que nos atrai, é o que buscamos. E quando gostamos da ideia da coisa: a expectativa, aquilo que fantasiamos a respeito do evento é o que o torna atrativo. Acontece que para descobrir o que de fato nos atrai mais, precisamos experimentar. “Viver a coisa” nos ajuda a ter clareza e perceber se a experiência é mesmo tão satisfatória quanto o que imaginávamos. O que precisa ser considerado é que passar pela experiência, também pode, por vezes, nos frustrar! E quase nunca consideramos, verdadeiramente, essa possibilidade.

Muitos eventos em nossas vidas são escolhidos baseados quase que exclusivamente na ideia que temos sobre eles! A ideia de ter um pet, por exemplo, pode ser motivada pela ideia da coisa e, por vezes, faz com pessoas procurem por “animais perfeitos”, como cachorros que não latem (?) ou que não crescem (?) e uma das possíveis causas para o aumento do número de animais abandonados possivelmente esteja mais atrelado aos donos, que decidiram ter um pet sem pensar na coisa em si... apenas na ideia dela.

A prática de exercícios, as férias, a maternidade, o casamento, o trabalho... também são ótimos exemplos desses dois conceitos! Muitas vezes são decisões importantíssimas e nos deixamos levar apenas pela ideia da coisa... Resultado? Se a experiência não for tão boa quanto a imaginada, nos frustramos! Por outro lado, se só decidimos baseados na coisa, na vivência, a vida também fica meio insípida... sem fantasias, sem a capacidade de sonhar... Como fazer então? O melhor é nos apoiarmos na coisa ou na ideia da coisa?

Essas perguntas não tem uma única resposta ou uma receita. Ainda que eu diga que o ideal seja mesclar, viver lá e cá... não há uma proporção exata. Não é o famoso 50-50. Essa medida deve variar de pessoa para pessoa, de acordo com a coragem e a pré-disposição de cada um em viver expectativas, realidades e possibilidades. Dureza, né? É. Mas viver não é mesmo fácil! Tem que funcionar para você, tem que te dar prazer... ainda que se tenha um pouco de frustração... ainda que se exija ressignificar algo... pagar um preço...

Descobrir qual é proporção que faz sentido para cada um de nós é o movimento mais coerente à respeito do querer, das escolhas e, principalmente, das consequências.


Diego Afonso

Instituto Militar de Engenharia

5 m

Vanessa obrigado pelo post.

Marcos Palasio

Senior Manager for Customer Projects

3 a

Immanuel Kant, a coisa e a coisa em si.

Na mosca!! Parabéns!! Belo texto!

Cristiani Mendes

Analista de Controladoria na Bosch

3 a

Adorei Van

Rodrigo Pamplona Carlos

Diretor Industrial | Diretor de operações | Lean Manufacturing | Project Management | Excelência Operacional

3 a

Vã, gostei muito. 10!!!

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