Qual o maior São João do Mundo?
Cartaz da Festa de Santana de 2023. Pra quem ainda tiver dúvida na hora de votar na melhor festa do Brasil

Qual o maior São João do Mundo?

Ser embaixador da Plataforma Gente é uma das melhores oportunidades que já tive na minha carreira. Cada nova pesquisa me faz viajar por memórias que estavam adormecidas.

Junho acabou, e com ele o primeiro mês das festas juninas. A Plataforma Gente preparou um estudo lindo e rico para entendermos o quanto essas festas impactam a economia de toda uma região.

Ah, Osmar, mas aqui na minha cidade, o máximo que tem é uma quermesse na igreja do bairro, você pode me dizer. Mas deixa eu contar para vocês outra história (sim, sou o Forrest Gump do LinkedIn) que talvez mostre um pouco da importância dessas festas.

Na minha cidade, Pirapetinga, junho e julho eram meses aguardados por todos para se divertir e, enfim, sair de casa após o carnaval. A cidade vivia um hiato de eventos, o que não fazia o dinheiro circular e muito menos atraía turistas.

Quando chegava junho, as festas começavam a acontecer. Como os bairros tinham nomes de santos juninos, o calendário era fácil de prever. Começava com a festa de Santo Antônio, no bairro Santo Antônio, depois vinha a festa de São João, no bairro São João. Havia também alguma celebração nos bairros da Colina, Garapa e Brasilinha (não lembro quais eram os santos festejados) e a festa de São Pedro (que já era na cidade vizinha, mas a gente ia mesmo assim).

Essas festas faziam a economia da cidade girar: era o Darci vendendo cachorro-quente, o barbudo vendendo milho assado, seu Helinho vendendo pipoca. Todas elas eram como preparativos, eventos-teste, para a grande festa da padroeira, Nossa Senhora de Santana, em 26 de julho.

Quando chegava a festa da padroeira da cidade, tudo mudava. Não era apenas um dia de festa (a molecada torcia para cair numa quarta ou quinta-feira, pois assim seriam mais dias de celebração), era mais gente de fora, mais dinheiro circulando, mais alegria. As atrações eram as mais diversas possíveis, mas precisavam ser um pouco conhecidas para atrair pessoas das cidades vizinhas. Então, era sempre aquele grupo que já não fazia sucesso nos grandes centros, mas nas cidades menores enchiam as praças: Raça Negra, Biquini Cavadão, Molejo, Grupo Raça, um MC de uma música só, e por aí vai.

Os barraqueiros se aglomeravam ao redor das praças com barraquinhas vendendo toda sorte de produtos: brinquedos, bebidas (o saudoso Caipifruta), comidas. Era uma alegria só ver a cidade cheia. E isso numa cidade pequena como Pirapetinga, com seus pouco mais de 10 mil habitantes, conseguia fazer com que os comerciantes locais faturassem o equivalente ao resto do ano todo. E quando digo comerciantes, refiro-me a todos os setores do comércio, não apenas os que trabalhavam na noite, como bares e restaurantes.

A economia da cidade girava ao redor da festa. As lojas de roupas buscavam novidades para o frio (sim, as pessoas compravam roupa apenas para a festa). As lojas de materiais de construção também faturavam, pois a festa de Santana era a época de receber os filhos que estavam fora, os parentes, os amigos que vinham apenas para a festa. Logo, a casa tinha de estar linda para receber todos. E assim, tudo se movimentava, e olha que nem falei dos negócios informais. Minha mãe, por exemplo, adorava vender roupas nessa época. Eu é que não gostava, pois tinha de ir cobrar na porta de quem atrasava (tipo Rocky Balboa no primeiro filme). Por isso, a cidade aguardava ansiosa os festejos juninos.

Agora, imagine essa equação no Nordeste. Você já parou para pensar o quanto os festejos juninos movimentam a economia nordestina? Posso te dizer: é muito mais do que uma festa. As celebrações de São João são um símbolo importante da nossa cultura. Assim como o carnaval é aguardado no Rio, o São João é esperado, planejado e sonhado durante todo o ano por lá.

Cidades como Caruaru, Campina Grande, Teresina, São Luís, entre muitas outras, movimentam milhões de reais em seus festejos. Uma festa de São João em Caruaru, por exemplo, movimenta 620 milhões de reais em 65 dias de festa. Repito, 620 milhões. Isso em uma cidade com pouco mais de 365 mil habitantes. Já Campina Grande movimenta em torno de 500 milhões de reais. Sim, a competição para saber qual é o maior São João do Brasil também tem esse capítulo, e no dinheiro gerado, Caruaru já sai na frente.

As pessoas se preparam cada vez mais para estar fisicamente ou remotamente nesses eventos. Segundo a CCR, em 2023 o aeroporto de São Luís aumentou o fluxo em 500 milhões (em relação a 2022). Isso mostra que as pessoas querem vivenciar cada vez mais esse tipo de evento. E assim como na pequena e pacata Pirapetinga, as pessoas vivenciam o evento através das comidas típicas, da música, das compras e inclusive das marcas.

85% das pessoas valorizam marcas que apoiam eventos regionais. Mas não vou me alongar muito. Vou deixar aqui para vocês o link do estudo realizado pela Plataforma Gente: [Como o São João Transforma o Nordeste](https://gente.globo.com/infografico-como-o-sao-joao-transforma-o-nordeste/). Tem tudo lá: dados, gráficos, infográficos, tudo o que vocês precisam saber sobre essa grande festividade que é o São João no Nordeste.

Antes de ir embora, farei uma última pergunta: para vocês, qual é o maior São João do Brasil: Caruaru, Campina Grande ou Pirapetinga? Responda aqui nos comentários.

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Carol Chaves

Key Account | Comercial | DOOH

1 sem

👏👏👏👏👏

adorando seus textos, osmar! 💡 🌟

Ana Caroline Galvão

Recursos Humanos | Recolocação Profissional|Mapeamento|Headhunter| Relococaçao|Estagiária

2 sem

Época boa, eu sempre ganhava pipoca de graça seu Helinho era padrinho da minha amiga Jéssica kkk

HELOINA SILVA GALVAO

Analista tributário sênior com expertise em tributação e impostos

2 sem

O de Pirapetinga com certeza, saudade de rodar 100 vezes na praça.

Ana Carolina Polydoro do Nascimento

Gestão de Recursos Humanos | Assistente Administrativo | Atendimento ao Cliente

2 sem

Eu adoraria viver essa experiência bem de pertinho numa cidade do Nordeste. Mas, como Pirapetinga tá mais próximo, eu acho justo você juntar a galera pra conhecer sua cidade, hein!

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