Transformação digital é fundamento

Os investidores e analistas consistentes do mercado financeiro vão além dos números e gráficos. Na busca por empresas com alto potencial de valorização, resilientes, eles também avaliam o propósito, valores, o relacionamento com clientes, a mobilidade das pessoas, o estilo da liderança, o ambiente de trabalho, a capacidade de honrar compromissos assumidos e a força da marca – entre outros atributos que não aparecem diretamente nos balancetes trimestrais. É difícil listar tudo que passa pelos olhos desses profissionais. Mas para aqueles que desejam encontrar empresas com bons fundamentos na bolsa, há pelo menos um aspecto que vem se tornando obrigatório: a maturidade digital.

Há mais de uma década, companhias de todos os portes e segmentos vêm investindo na digitalização de seus produtos, serviços e processos internos. A pandemia agiu como catalizador dessa realidade. Segundo a Ebit/Nielsen, pelo menos 7,3 milhões de brasileiros fizeram as primeiras compras online em 2020, ano-1 do distanciamento social. E muitos deles parecem ter se habituado com a experiência. Somente no primeiro ano da pandemia, o e-commerce brasileiro registrou um salto de 50% no faturamento.

Hoje, estar no digital não é mais uma escolha. É questão de sobrevivência. O que os balancetes não mostram, porém, é que algumas companhias ainda relutam em fazer um movimento consistente nessa direção. Existem aquelas que mantêm práticas e modelos de negócios inalterados. Há também empresas que estão investindo no Digital pelo motivo errado: mais porque estão sendo questionadas quanto à utilização e menos pelos benefícios que podem ser gerados. Do outro lado, há organizações realizando transformações digitais robustas e assumindo a dianteira em seus segmentos.  Algumas o fazem porque entendem a urgência de revisar estratégias e modelos de negócios. Outras, mais jovens, são nativas digitais e já nasceram com o potencial disruptivo das novas tecnologias em seu DNA.

Diante do atual cenário, fica mais claro saber quais dessas companhias têm mais potencial para prosperar. Hoje, a transformação digital é um fundamento da gestão. Empresas que acreditam nessa jornada costumam ter uma cultura diferenciada, com valores claros e um propósito inspirador – essencial para atrair talentos numa época em que faltam profissionais no mercado. Também têm maiores níveis de automação, utilizam a tecnologia para gerar valor e incorporam modelos organizacionais mais eficientes. Sem dúvida, elas investem em tecnologia, mas com racionalidade, utilizando ao máximo o que possuem, o que se reflete em melhores níveis de produtividade, escalabilidade, maior capacidade de mudança e inovação.

A questão é que nem sempre é possível identificar qual o nível de maturidade digital de uma empresa. Mesmo aquelas que desejam avançar têm dificuldades para saber como estão. Nesse contexto, está na hora de termos indicadores confiáveis para avaliar e comparar a maturidade digital das empresas. Diversas experiências vêm sendo feitas nesse sentido. Uma delas nasceu dentro da Meta. Trata-se do Meta DXi, o primeiro índice e estudo de diagnóstico em escala sobre o nível de maturidade das empresas brasileiras em transformação digital. Iniciado em novembro de 2021, o trabalho vem fornecendo grandes aprendizados sobre a maturidade, as práticas, os desafios mais presentes e os resultados almejados, entre outros fatores.

A transformação digital pode redefinir o lugar do Brasil na economia global. Com novas tecnologias, modelos de negócios, comportamentos de consumo e até relações de trabalho, o jogo competitivo está mais aberto do que nunca. E os vencedores serão as mesmas empresas que estão, hoje, na vanguarda da transformação digital. Vale prestar atenção nelas.