Jus Navigandi - Doutrina - Pressupostos Processuais e Condiçoes Da Açao
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RESUMO
INTRODUÇÃO
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1.ASPECTOS GERAIS
Desde os primórdios da civilização, o homem vive para satisfazer seus anseios. A partir
do instante em que despertam, os indivíduos começam a manifestar desejos, exigências,
necessidades, aos quais se dá o nome de interesses. (1) Na concepção de Moacyr Amaral
Santos, interesse "é a relação entre uma pessoa e um bem". (2)
O ser humano encontra nos bens da vida a solução para atender alguma necessidade.
Bens da vida "são todas as coisas, situações ou mesmo pessoas que de algum modo possam ser
objeto de aspirações e de direitos". (3)
Quando o homem começou a conviver com outras pessoas, ou seja, a fazer parte de um
grupo social, sua liberdade de ação foi limitada, pois os demais membros do grupo também
eram dotados de interesses. No entanto, os bens existentes numa sociedade são insuficientes
para atender a toda demanda de desejos dos indivíduos. Em razão desse contraste entre a
infinidade de interesses e a escassez de bens, é comum que uma pessoa se oponha à pretensão
(4)
almejada por outra. Tal situação desencadeia um fenômeno social chamado lide, a qual,
segundo Carnelutti, conceitua-se como "o conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida". (5)
A lide abala as estruturas da sociedade, instalando uma verdadeira crise. Diante dessa
situação, é necessário o emprego de meios que solucionem esse conflito para que a desordem e
o caos não comprometam a existência do próprio grupo social.
A eliminação dos conflitos ocorrentes na vida em sociedade, pode se dar pela atuação
de um (autodefesa ou autotutela) ou de ambos os sujeitos dos interesses em conflito
(autocomposição), ou por ato de terceiro (a mediação e o processo). (6)
Em épocas mais remotas predominava a autotutela, regime pelo qual um dos litigantes
fazia valer sua pretensão através do emprego da força física. É fácil constatar a precariedade
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da autodefesa, pois ela não garantia uma decisão justa, senão "a vitória do mais forte, mais
astuto ou mais ousado sobre o mais fraco ou mais tímido". (7) Hodiernamente, não se admite
faça justiça por meios próprios, pois essa conduta é tipificada como crime de exercício
arbitrário das próprias razões (CP, art. 345). A autotutela ou autodefesa só é admitida
excepcionalmente pelo ordenamento jurídico, como, por exemplo, no caso de esbulho da posse
(CC, art. 502). (8)
Outra forma de solução de litígios também utilizada nos sistemas rudimentares e que
perdura até hoje, consiste na autocomposição. Nesta, os indivíduos em conflito abrem mão de
seus interesses ou de parte dele. Três são as formas de autocomposição: "a) desistência
(renúncia à pretensão); b) submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão); c)
transação (concessões recíprocas)". (10)
Vedada a autotutela e como nem sempre os litigantes eram tão altruístas a ponto de
chegarem a um acordo (autocomposição), cedendo parte de suas pretensões, o Estado,
percebendo que seria verdadeira temeridade deixar ao arbítrio dos particulares a solução das
contendas, avocou para si o "monopólio da administração da justiça." (13) Daí surge a noção
de Jurisdição.
Assim, em dado momento histórico, o Estado, atribuindo como sua a tarefa exclusiva
de compor os litígios através do exercício da jurisdição, passou a intervir como terceiro
imparcial, fazendo valer a ordem jurídica e, dessa forma, restabelecer a paz social com a
composição da lide.
Para que se possa ter uma exata compreensão do direito processual, é preciso se
dedicar ao estudo de três institutos basilares: Jurisdição, Ação e Processo. São, na expressão
de Ramiro Podetti, a "trilogia estrutural do direito processual". (14)
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conforme a lei. Destarte, ciente de que as decisões não seriam justas se sua tarefa exclusiva de
julgar não fosse restringida, o próprio Estado limitou sua atuação, enunciando princípios e
estabelecendo regras de cumprimento obrigatório.
1.2.1.1. Jurisdição
Entretanto, há situações em que, embora não exista lide, a jurisdição interfere nas
relações dos particulares. A importância social de determinados interesses, principalmente
aqueles que envolvem direitos indisponíveis, fizeram com que o Estado os amparasse de forma
efetiva, tornando a intervenção jurisdicional obrigatória para validade do ato ou negócio
jurídico que abranger tais interesses. É o caso, por exemplo, da interdição, da venda de bens
de incapazes, etc. Nessas hipóteses, jurisdição "é a atividade administrativa que o Estado
exerce para a tutela de direitos subjetivos". (17) É a chamada jurisdição voluntária (graciosa,
administrativa ou honorária).
Afirmam os clássicos não existir lide na jurisdição voluntária. Porém, a lide não é
indispensável à atuação jurisdicional, pois há casos de jurisdição contenciosa em que inexiste
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litígio. (22)
Convém, outrossim, fazer menção à crítica que incide sobre o vocábulo "jurisdição
voluntária". A impropriedade do termo reside no fato de que essa espécie de jurisdição não é
espontânea, mas obrigatória. As partes ou interessados, necessariamente precisam recorrer ao
Estado-juiz, pois a chancela jurisdicional é indispensável para a validade do ato ou negócio
jurídico. Dessa forma, se um casal, por exemplo, resolve desconstituir a sociedade conjugal,
devem recorrer ao Poder Judiciário, sendo vedado aos cônjuges contrair novas núpcias sem a
sentença homologatória do divórcio.
A jurisdição, conforme leciona Elpídio Donizetti Nunes, pode ser vista sob três
enfoques distintos: como poder, uma vez que deriva da soberania do Estado. Que avocou para
si o monopólio de administração da justiça; como função, pois o Estado é obrigado a prestar a
tutela jurisdicional quando provocado (princípio da indeclinabilidade); como atividade, pois a
jurisdição atua através de uma série de atos processuais. (25)
1.2.1.2. Ação
Considerado um dos temas mais inquietantes de toda teoria geral do processo, a Ação
vem desafiando a argúcia dos processualistas ao longo dos séculos. Até hoje não há
unanimidade quanto à sua natureza jurídica, ou seja, sua posição no ordenamento jurídico. Os
vários sentidos em que a terminologia é empregada e a complexidade do tema, contribuem
para este estado de incerteza sobre a Ação.
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Em razão das peculiaridades que envolvem o tema, esse instituto será analisado em
capítulo próprio.
1.2.1.3.Processo
Como é vedado ao particular fazer justiça com as próprias mãos, ao invocar a atuação
do Estado-juiz, este é obrigado a agir (princípio da inafastabilidade ou do controle
jurisdicional).
Da análise desse conceito se depreende que o processo é formado por dois elementos
associados: (30) o procedimento, o qual representa o conjunto de atos coordenados
cronologicamente; e a relação jurídica processual, que é o vínculo que une autor, réu e juiz
(actum trium personarum), com produção de efeitos jurídicos (31) (poderes, deveres e ônus).
Na arguta visão de Alexandre Freitas Câmara, "o processo é uma entidade complexa,
de que o procedimento é um dos elementos formadores". (34) O procedimento revela o
processo, é seu aspecto exterior.
A Constituição Federal em seu art. 5º, XXXV, consagra o princípio do acesso à justiça,
possibilitando a todos aqueles que sofrerem uma lesão ou estiverem com seus direitos
ameaçados, recorrerem ao Poder Judiciário.
Contudo, a garantia do acesso à justiça não pode ser meramente formal, ou seja,
regulada por dispositivo de lei mas sem qualquer produção de efeitos práticos. Citando as
palavras de Luis Guilherme Marinoni: "Todos tem direito à adequada tutela jurisdicional, ou
melhor, à tutela jurisdicional efetiva, adequada e tempestiva". (36)
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proteção de seu direito. (37) O titular da pretensão insatisfeita se depara, ao pleitear o amparo
do Estado-juiz, com um sistema demasiadamente burocrático, detentor de institutos arcaicos
que não se adequam à realidade atual. Como se não bastasse, tem de enfrentar, ainda, a
litigância de má-fé do réu, cuja atuação se resume ao emprego de meios meramente
protelatórios. Tudo isso contribui para a dilação excessiva do processo, a qual, por corolário,
afeta a credibilidade da justiça.
Pode se atribuir essa demora do processo também à fase científica. Nessa época, os
processualistas, com o objetivo de caracterizar o direito processual, criaram institutos solenes,
de forma a ratificar sua autonomia em face do direito material.
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2. Pressupostos processuais
Até meados do século XIX, o direito processual ainda não era reconhecido como
ciência autônoma. Na chamada fase imanentista, o processo era tratado como mero apêndice
do direito material. (40) Os civilistas ou imanentistas, consideravam essencial o direito material,
por isso o denominaram direito substantivo, ao passo que o processo, tido como simples
conjunto de formalidades para atuação prática daquele, era chamado direito adjetivo. (41)
2.2.Conceito
Preceitua o inciso LIV do art. 5º da CF que "ninguém será privado de sua liberdade ou
de seus bens sem o devido processo legal".
Para que se tenha um "devido processo legal", é necessário não apenas observar as
garantias constitucionais do contraditório, da ampla defesa, do juiz natural, da proibição de
provas obtidas por meios ilícitos, etc, mas também é essencial o cumprimento de determinadas
regras estabelecidas pela lei processual.
2.2.Terminologia
Convém aduzir que o termo "pressupostos processuais" não é aceito com unanimidade
pelos processualistas, pois nem todos os pressupostos podem ser enumerados rigorosamente, já
que alguns se aplicam a um tipo de processo. Ademais, não são realmente indispensáveis para
a existência do processo, visto que ainda na ausência de um deles a relação processual existe,
tanto que o juiz profere sentença, embora seja para extinguir o processo (art. 267, IV, CPC).
(45)
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(46)
definitiva da relação processual. (grifo nosso)
No mesmo sentido se pronuncia Kohler, "que afirmava não nascer qualquer processo e
não se formar qualquer relação processual se faltasse um pressuposto processual". (47)
Da análise das posições desses dois renomados juristas alemães, infere-se que os
pressupostos processuais, para a doutrina tedesca, designam tão-somente os requisitos mínimos
para a existência do processo, não abarcando os impropriamente denominados "pressupostos
de validade do processo".
Celso Neves leciona que o termo "pressupostos processuais" refere-se aos requisitos
sem os quais "não pode ter existência a relação jurídica processual dispositiva", reservando
para os requisitos de validade do processo o vocábulo "supostos processuais". (48)
Por questões didáticas, preferimos optar pela primeira corrente, pois se vislumbram de
forma mais clara os requisitos mínimos para o nascimento da relação processual e aqueles
necessários ao seu desenvolvimento regular.
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processo, são aqueles que deverão preexistir à relação processual". (52) São os requisitos
necessários para a instauração do processo.
A citação não é requisito para a formação do processo, pois ele já existe mesmo antes
dela. Contudo, é evidente que esse processo não produzirá efeitos em face do réu, pois ele
ainda não foi chamado a ingressar na relação processual. Assim, por exemplo, se o juiz
entender que a petição inicial apresentada é inepta, extinguirá o feito proferindo uma sentença,
que é ato do processo.
Ainda nessa conjuntura, todavia, impende ao juiz uma obrigação: a de enunciar a razão
pela qual não pode prover sobre o mérito. Há, portanto, também uma relação jurídica. (54)
Uma vez instaurada a relação processual, é necessário que ela esteja revestida de
determinados requisitos para atingir seu objetivo: o provimento de mérito.
2.6.1.1.1. Competência
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regular desse processo está subordinado à aptidão do juiz emanada da lei, para exercitar sua
jurisdição em determinado caso concreto.
2.6.1.1.2. Imparcialidade
O órgão jurisdicional não pode ter interesse no desfecho da demanda. Para que suas
decisões gozem de credibilidade, o juiz precisa manter uma posição neutra em relação às
partes.
A ausência de imparcialidade não leva à extinção do processo nos termos do art. 267,
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IV. Em atendimento ao princípio da economia processual, os autos são enviados para um juiz
desimpedido.
No direito material, todo aquele que tiver capacidade para contrair direitos e
obrigações na ordem jurídica, é dotado de capacidade de direito. Decorrente da personalidade,
essa aptidão reflete-se no Direito Processual Civil naquilo que se denomina capacidade de ser
parte. (62)
Conforme dispõe a 1ª parte do art. 4º do CC, "a personalidade civil do homem começa
do nascimento com vida". Do teor desse dispositivo conclui-se que, um menor de 12 anos de
idade, por exemplo, poderá figurar como parte num processo, pois tem personalidade e, por
corolário, detém capacidade de direito.
O art. 7º do CPC reza que "toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem
capacidade para estar em juízo". É a capacidade processual plena ou total, podendo o seu
titular exercer livremente os seus direitos.
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2.6.1.2.3.Capacidade postulatória
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(72)
causado pelo réu, aplicar-se-á a regra do art. 13, II, do CPC.
São aqueles que se verificam dentro da relação processual, quais sejam: petição apta e
citação válida.
2.6.2.1.1.Petição apta
Os arts. 282 e 283 do CPC exigem que a petição inicial seja encaminhasa ao juízo
competente para o feito, que contenha os fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de
pedir), o pedido que delimita atuação do órgão jurisdicional (art. 128, CPC), as provas que
pretende produzir para corroborar suas alegações, o valor da causa e o requerimento de
citação do réu. (74)
Na hipótese do autor deixar de atender, quando deduz sua pretensão em juízo, algum
requisito do art. 282 do CPC, o juiz, verificando que tal irregularidade é sanável, proferirá um
despacho determinando que o autor emende sua petição em certo prazo. Se o vício existente
for insanável ou o autor não cumprir o despacho, a conseqüência será a extinção do processo
com fundamento no art. 295, I, do CPC.
2.6.2.1.2.Citação válida
Citação é ato pelo qual o demandado toma conhecimento de que contra ele está sendo
ajuizada uma demanda. A citação não é necessária para a formação do processo, uma vez que
ele já existe antes dela.
Não basta, porém, como determina grande parte da doutrina, que exista a citação, isto
é, o conhecimento do réu de que em face dele move-se uma demanda (conseqüência do
princípio do contraditório: ciência e participação), mas é preciso que esta citação seja realizada
conforme as regras exigidas pelo CPC. Assim, por exemplo, preceitua o art. 225, II do CPC,
que o mandado deve conter o fim da citação, com todas as especificações constantes da
petição inicial, bem como a advertência de que, caso o réu não ofereça contestação, haverá
presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, se a causa versar sobre direitos
disponíveis. Diante disso, se o réu é citado e não contesta no prazo, mas no mandado não
consta a advertência prevista nos arts. 285 e 225, II, ambos do CPC, não sofrerá os efeitos da
revelia. (75)
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São fatores externos que influem na formação da relação jurídica processual. São
conhecidos também como pressupostos processuais negativos, pois sua "presença impede o
julgamento do mérito" (76). Rogério Tucci aduz que os pressupostos processuais objetivos
extrínsecos, "referem-se à inexistência de fatos impeditivos de sua formação". (77)
2.6.2.2.1. Litispendência
"Do latim litis, de lis, que significa lide, e pendentia, de pendere, que significa pender"
(78)
, o vocábulo litispendência tem duplo sentido. Pode se referir à existência de lide pendente,
processo em andamento, como também pode significar o fenômeno de pressuposto processual
negativo.
Conforme o disposto no art. 219 do CPC, a citação válida induz litispendência. Nessa
hipótese, que representa o sentido originário do vocábulo, a litispendência foi utilizada no
sentido de lide pendente, ou seja, para designar a existência de uma ação já em curso em juízo.
Portanto, "litispendência, no sentido literal da palavra, é um estado de lide ainda não decidida,
achando-se pendente de decisão judicial". (79)
Não obstante o princípio do duplo grau de jurisdição permitir o reexame das decisões
dos órgãos jurisdicionais, existe um momento em que, os efeitos da sentença que decide a
questão levada a juízo, tornam-se imutáveis, não sendo mais permitida a discussão da causa
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sentenciada no âmbito de outro processo. É a chamada coisa julgada, que segundo José
Frederico Marques, consiste na "imutabilidade que adquire a prestação jurisdicional do Estado,
quando entregue definitivamente". (83)
A coisa julgada difere da litispendência, pois esta impede a propositura de uma ação
em razão de já existir outra, de elementos idênticos, em curso, aquela impede que se mova
uma ação já decidida.
2.6.2.2.3. Perempção
Perempção é a perda do direito de demandar em razão do processo ter sido extinto três
vezes por abandono da causa, pelo autor, por mais de trinta dias.
Assim, quando o autor, pela quarta vez deduzir sua pretensão em juízo, o magistrado
prolatará uma sentença que extinguirá o processo sem a análise do mérito (art. 267, III, CPC).
Embora o autor não possa mais demandar sobre esta pretensão, a lei (art. 268, parágrafo
único) permite que ele invoque seu direito em matéria de defesa. Ex.: ação possessória.
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Na arbitragem, a lide é decidida por um juiz leigo (não togado) ou por uma instituição
especializada (Câmara de Arbitragem). Através da convenção de arbitragem, "as partes se
recusam a submeter o litígio, para acertamento do direito controvertido, ao Poder
Judiciário(...)". (88) A convenção de arbitragem pode ser de duas espécies: cláusula arbitral
(antes da propositura da demanda) ou compromisso arbitral (processo já em curso).
A Lei de Arbritagem (lei 9.307/96) alterou a redação do inciso VII do art. 267,CPC,
substituindo o vocábulo compromisso arbitral pela expressão mais genérica, convenção de
arbitragem. Ocorre que, o parágrafo 4º do art. 301, CPC, preceitua que "com exceção do
compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício as matéria enumeradas neste artigo". (grifo
nosso)
Vale ressaltar que antes de ser declarada a inexistência da relação jurídica, quando
confrontada com o processo já findo, onde sobre este pese a autoridade da coisa julgada, não
se impede que existam os efeitos práticos dessa relação, que para o mundo jurídico é
inexistente. Se ninguém atacar aquela decisão, alegando falta de pressupostos processuais de
existência e a conseqüente inexistência da relação jurídica, seus efeitos, mais uma vez dizendo,
subsistiram no plano fático. (91)
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3. CONDIÇÕES DA AÇÃO
Ingressa-se, agora, num dos temas mais inquietantes da seara processual, qual seja, a
ação. No dizer de Liebman, sobre a ação "está construído todo o sistema do processo." (92)
Fábio Gomes, estudioso do tema há mais de vinte anos, atenta para a necessidade de
uma adequada compreensão do conceito de ação e de mérito, sobretudo para a aplicação
correta dos artigos 267 e 301 do CPC. (93)
É por essas e outras razões, que Alberto dos Reis trata o tema da ação, aqui abordado,
como "ponto melindroso e grave, porque nem sempre é fácil a discriminação (entre ela e o
mérito)". (94)
Ao longo dos tempos, várias teorias surgiram com o intuito de determinar a natureza
jurídica da ação. As concepções mais relevantes e que merecem destaque são: a teoria
civilista; a teoria da ação como direito concreto; a teoria da ação como direito abstrato e a
teoria eclética.
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nesse contexto, vista com os olhos da cultura atual, actio era muito
mais que ação – era um conceito intrincadamente sincrético, que fundia em
si os dois conceitos de direito subjetivo e do direito de buscar sua
(96)
satisfação por via judicial.
Windscheid, no mesmo ano, apresentou sua réplica ao trabalho de Muther (Die Actio.
Abwehr gegen Dr. Th. Muther – A actio. Réplica ao Dr. Th. Muther, Düsseldorf, 1857).
Embora num primeiro momento Windscheid afirme que as críticas de Muther são infundadas,
acaba apoiando a tese deste, admitindo a existência de direitos de naturezas diversas: um
dirigido contra o Estado, outro contra o particular. (102)
Em 1885, Adolf Wach publicou uma monografia sobre a ação declaratória, na qual
demonstra a independência entre o direito de ação e o direito subjetivo material, deixando sem
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qualquer poder de reação os civilistas. Para Wach, a ação não se confunde com o direito
material, entretanto, dele deverá decorrer sempre, com exceção da ação declaratória negativa
(103)
. Embora autônoma, a ação depende da existência do direito material, o que significa dizer
que o exercício do direito de ação só é possível quando resultasse uma sentença favorável.
A teoria concretista não ficou imune às críticas. A doutrina apontou algumas falhas na
posição de Wach, fazendo com que ela não obtivesse êxito em nosso sistema. Ao pregar que o
direito à ação só é possível quando resultasse uma sentença favorável, a teoria não explica
qual a natureza do direito exercido diante da improcedência da ação. Além disso, "ligando a
ação ao direito a uma sentença favorável, ter-se-á que conferi-la também ao réu". (104)
Como dito alhures, a maior façanha da teoria da ação como direito concreto foi
desvincular a ação do direito material, afirmando sua autonomia. Todavia, vale reproduzir a
posição do professor Cândido Rangel Dinamarco, alicerçada nos ensinamentos de Vidigal:
Apesar do prestígio que gozava Chiovenda na Itália, sua teoria não foi poupada de
críticas. Alfredo Rocco discorda da concepção chiovendiana, entendendo que a inexistência
de uma obrigação por parte do réu, frente ao exercício de um direito potestativo por parte do
autor, produziria uma relação jurídica deformada, já que teria um termo só. O que Chiovenda
considerou como direito autônomo e potestativo, nada mais é do que a faculdade, inserida
naquele direito de iniciar o exercício do mesmo através de uma declaração de vontade
expressa. (108)
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Não obstante ser seguida pela maioria dos processualistas modernos, a teoria da ação
como direito abstrato ainda é objeto de críticas devido a sua tendência generalizadora. Rodrigo
da Cunha Freire, reproduzindo lição de Botelho de Mesquita aduz que "a teoria dominante,
por levar às últimas conseqüências a tão decantada autonomia da ação e do processo, não
logra estabelecer o nexo que deve existir entre o processo e o direito material e acaba por
aniquilar esse direito". (112)
Após realizar uma análise detida das concepções desenvolvidas ao longo dos tempos,
Liebman observa que dentre as diversas posições doutrinárias a respeito da ação, merecem
destaque as duas teorias que a concebem como direito autônomo: a teoria do direito concreto,
que define a ação como o direito a uma sentença favorável, e a teoria do direito abstrato, a
qual considera a ação como direito de provocar a atuação do Estado-juiz.
Segundo Liebman, a adoção individual das teorias acima avençadas seria insuficiente
para explicar o direito de ação. Isto porque a concepção concretista estuda a ação apenas do
ponto de vista do autor, e equivoca-se ao concedê-la ao vitorioso com a sentença favorável.
De outro lado, a teoria abstrata visualiza a ação sob o prisma do juiz, e não a identifica ainda,
mas apenas seu fundamento, sua existência como garantia constitucional, sem qualquer
pressuposto fático. (114)
Desta forma, Liebman afasta o caráter concreto da ação, "pois a única coisa certa é
que o juiz sentenciará, e a ação tem por objeto imediato justamente esse seu provimento,
qualquer que ele seja, favorável ou desfavorável" (115). Ao realizar a distinção entre a ação em
sentido constitucional (incondicionada) e a ação em sentido processual (condicionada),
Liebman se afasta da concepção abstrata. Ensina o mestre:
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A lide é definida por Liebman como o conflito efetivo de pedidos contraditórios. Não
compartilha ele, portanto, da posição de Carnelutti, e com razão afirma que, se o conflito de
interesses não for trazido para o processo conforme se verificou na vida real, não cabe ao juiz
conhecer do que não constitui objeto do pedido (117). Para Liebman, a lide é um fenômeno
endoprocessual. No que tange ao mérito, ele se identifica com o conceito de lide, incluindo-se
nele todas as questões controversas entre as partes posta à apreciação do juiz, cuja solução
pode levar à procedência ou improcedência do pedido. Por jurisdição, Liebman entende como
atividade mediante a qual o poder judiciário possibilita, na prática, a realização da ordem
jurídica, através da aplicação da lei aos casos concretos. E essa realização só é conseguida pela
apreciação do mérito. (118)
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destino, em 1973, ano em que entrou em vigor a lei nº 5.869 que instituiu o novo CPC
brasileiro, consagrando legislativamente a teoria liebmaniana com as suas três condições,
surgia, outrossim, a nova posição do pai da idéia, renunciando a uma delas. (121)
não se mostra adequada a utilização da designação "condições", uma vez que não se
está aqui diante de um evento futuro e incerto a que se subordina a eficácia de um ato jurídico,
sendo por esta razão preferível falar em requisitos.
A legitimidade das partes, também conhecida como legitimatio ad causam, pode ser
definida, nas palavras de Alfredo Buzaid, como a "pertinência subjetiva da ação" (123). Diz
respeito à titularidade a ser observada nos pólos ativo e passivo da demanda.
Conforme preceitua o art. 3º do CPC, "para propor ou contestar uma ação é necessário
ter interesse e legitimidade". Assim, somente os titulares da relação jurídica de direito material
deduzida em juízo é que podem demandar. Na ação de despejo, v.g., são partes legítimas o
locador (ativa) e o locatário (passiva), pois figuram na relação jurídica de direito material
(contrato de locação) trazida a juízo.
Segundo Lopes da Costa, parte legítima "é a pessoa do processo idêntica à pessoa que
faz parte da relação jurídica de direito material e nesta ocupa a posição correspondente à (sic)
que vem tomar no processo". (124)
Todavia, excepcionalmente, a lei permite que alguém atue em nome próprio para
preservar direito alheio, ou seja, concede legitimidade à pessoa que não é titular do direito
material. É a hipótese de legitimidade extraordinária ou anômala, que segundo Liebman "é o
direito de perseguir em juízo um direito alheio". (125)
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Alexandre Freitas Câmara aponta, ainda, uma terceira espécie de legitimação anômala,
a legitimidade extraordinária subsidiária, que ocorre "quando o legitimado extraordinário só
pode demandar na omissão do ordinário" (127). Ex.: qualquer credor pode propor ação
revocatória se o síndico não o fizer.
Alguns autores consideram inapropriado o termo "interesse de agir" por ser destituído
de técnica e precisão. Como bem destaca Nelson Nery Júnior, "agir pode ter significado
processual e extraprocessual, ao passo que interesse processual significa, univocamente,
entidade que tem eficácia endoprocessual". (129)
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Não é suficiente, porém, que a atuação jurisdicional seja necessária para que o
interesse processual se configure. Faz-se mister, ainda, que haja o interesse-adequação, isto é,
a utilização do método processual adequado à tutela jurisdicional almejada. Assim, p. ex., o
cônjuge que pretenda desfazer seu casamento em razão de ser o outro adúltero deverá mover
ação de separação judicial, e não ação de anulação do casamento. (133)
Destarte, não basta que o pedido seja juridicamente possível, mas também seu
fundamento. Para Alexandre Freitas Câmara, o termo mais adequado seria "possibilidade
jurídica da demanda". (137)
Não obstante ser a teoria insculpida no CPC, a concepção liebmaniana também sofreu
críticas. Esclarece Kazuo Watanabe que
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A teoria de Liebman sofre de pelo menos três vícios: o primeiro consiste em se criar
uma posição intermediária entre a concepção eclética e abstrata; o segundo foi reduzir o
âmbito de atuação da jurisdição, devendo-se criar uma quarta atividade estatal, distinta das
três existentes (executiva, legislativa e jurisdicional), para enquadrar a atuação do juiz ao
decidir sobre as condições da ação; o terceiro foi confundir os conceitos de ação e pretensão,
pois conceituando a ação como direito a uma sentença de mérito, confere o direito de ação
também ao réu. (139)
A ação é um direito público, porque exercido contra o Estado, o qual por ter vedado a
autotutela, é obrigado a atuar quando provocado; subjetivo, pois fica ao alvedrio do titular
exercê-lo ou não; autônomo, posto que independe do direito material invocado; abstrato, pois
independe do resultado final do processo.
Para que se possa determinar qual a parte ativamente legitimada e qual aquela a quem
cabe a legitimação passiva, seria preciso examinar a natureza do contrato e os direitos e
obrigações por êle (sic) produzidos, o que seria entrar no mérito da causa. (140)
Em vista das razões expostas, para que se possa ter uma concepção abstrata da ação,
será necessária a adoção da teoria della prospettazione (teoria da asserção). Segundo seus
adeptos, as "condições da ação" devem ser aferidas in statu assertionis, ou seja, à luz das
afirmativas do autor na petição inicial.
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Como preleciona José Carlos Barbosa Moreira, a análise das condições da ação" dever
ser feita
Vale ressaltar que, embora a teoria eclética ser a predominante no nosso sistema
processual, não foi ela seguida conforma os ensinamentos de Liebman. O mestre peninsular, a
quem o processo civil brasileiro muito deve, já afirmava em conferência pronunciada em 29 de
setembro de 1949 que
Na época em que o CPC de 1939 vigorava, já havia autores que aderiam à teoria da
asserção. O professor Lopes da Costa em trabalho específico sobre a legitimidade para a
causa, entendia que a teoria mais aceitável "é a da legitimação considerada em face da relação
jurídica material, afirmada pela inicial da ação". (143)
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Em que pese a opinião desse renomado jurista, a teoria de Liebman acaba retornando à
concepção concretista. Nesse sentido, posiciona-se Fábio Gomes:
Portanto, o exame das "condições da ação" deve ser realizado através de um juízo
hipotético, pressupondo verdadeiras as afirmações do autor na inicial. Estarão preenchidas as
"condições da ação" se a resposta for afirmativa às seguintes perguntas: "se verídicos os fatos
narrados, existe lei que ampare a pretensão? Estaria o autor realmente interessado? Seria ele o
titular do direito que pretende, e o réu sujeito passivo da eventual relação?" (147) Positiva a
resposta, o juiz deve considerar presentes as "condições da ação", tudo o mais é mérito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No que tange às condições da ação, como conclusões específicas podem ser destacadas
as seguintes observações: primeiramente, o termo "condições da ação" é inadequado, sendo
mais apropriado se falar em requisitos ao provimento final. Em segundo lugar, a teoria abstrata
é a que melhor representa a natureza jurídica da ação, pois seus argumentos explicam de forma
inequívoca, a autonomia do direito de ação em face do direito material. Em terceiro, convém
destacar que o legislador brasileiro insculpiu no CPC a teoria eclética de Liebman,
estabelecendo três condições para a existência da ação: a possibilidade jurídica da demanda, o
interesse processual e a legitimidade das partes. Por último, para que o juiz possa aferir a
presença das condições das ação, deverá levar em consideração as afirmações realizadas pelo
autor na petição inicial, sob pena de retornar à concepção concretista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 24ª ed., Rio de
Janeiro: Forense, v. 1, 1998.
Notas
1
RIBEIRO, Djanira Maria Radamés de Sá. Teoria Geral do Direito Processual Civil –
A lide e sua resolução. 1ª ed., Rio de Janeiro: Aide, 1991, p. 17.
2
In Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 19ª ed., São Paulo: Saraiva, 1997, v.
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1, p.4.
3
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 2ª ed. , São
Paulo: Malheiros, 2002, v. 1, p. 36.
4
CARNELUTTI, Francesco. Instituições de Direito Processual Civil. Trad. Adrián
Sotero de Witt Batista. 1ª ed., Campinas: Servanda, 1999, v. 1, p. 78. "Pretensão é a exigência
de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio".
5
Ibid., p. 54.
6
GRINOVER, Ada Pellegrine; DINAMARCO, Cândido Rangel; CINTRA, Antônio
Araujo. Teoria Geral do Processo. 17ª ed., São Paulo: Malheiros, 2001, p. 20.
7
Ibid, p. 21.
8
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 13ª ed., São Paulo:
Saraiva, 1998, v. 1, p. 34.
9
AZEVEDO, José Olivar de. Fatores determinantes da efetividade do processo
(celeridade e imparcialidade). Revista Jurídica Consulex. Ano VI – nº 134 – 15/08/2002. p.
21.
10
GRINOVER, Ada Pellegrine et alli, loc. cit.
11
WAMBIER, Luiz Rodrigues (Coord.); TALAMINI, Eduardo; ALMEIDA, Flávio
Renato Correia de. Curso Avançado de Processo Civil. 3ª ed., São Paulo: RT, 2000, p. 36.
12
GRINOVER, Ada Pellegrine et alli, op. cit., p. 22.
13
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 5ª ed., Bauru: Jalovi, 1977,
v. 1, p. 25.
14
apud CAMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 5ª ed., Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2001, v. 1, p. 53.
15
apud RODRIGUES, Marcelo Abelha. Elementos de Direito Processual Civil. 1ª ed..
São Paulo: RT, 1998, p. 54.
16
MARQUES, José Frederico. Manual de Direito Processual Civil. 10ª ed., São Paulo:
Saraiva, 1983, v. 1, p. 67
17
Ibid, p. 85
18
CAMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 69.
19
op. cit., p. 77.
20
In Curso de Direito Processual Civil, 24ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1998, v. 1, p.
41.
21
CAMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 70.
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22
Ibid., p. 71.
23
In Curso Didático de Direito Processual Civil, 2ª ed., Belo Horizonte: Del Rey,
2001, p. 35.
24
CAmara, Alexandre Freitas, loc. cit.
25
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 33.
26
In Instituições de Direito Processual Civil. Trad. Paolo Capitanio. 1ª ed., Campinas:
Bookseller, v.2, p.3.
27
NEGRAO, Theotonio. Código de Processo Civil e legislação processual em vigor.
28ª ed., São Paulo: Saraiva, 1997, p. 73. Aponta exceções: abertura inventário (art. 989),
arrecadação de bens de herança jacente (art. 1142), arrecadação de bens de ausente (art.
1160).
28
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 45.
29
In Instituições de Direito Processual Civil. 2ª ed., São Paulo: Malheiros, 2002, v. 2,
p. 25.
30
Ibid.
31
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 47.
32
Ibid, p. 45.
33
apud CALDAS, Gilberto. A técnica do direito. São Paulo: Brasiliense, v. 1, p. 124.
34
op. cit., p. 137.
35
op. cit., 156.
36
apud AZEVEDO, José Olivar de, op. cit., p. 22.
37
GAMA, Ricardo Rodrigues. Efetividade do processo. 1ª ed. Campinas: Copola, 1999,
p. 30.
38
op. cit., p. 22.
39
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Trad. Ellen Gracie
Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1998, p. 31.
40
WANATABE, Kazuo. Da Cognição no Processo Civil. 2ª ed. Campinas: Bookseller,
2000, p. 20-21.
41
Nery Júnior, Nelson. Condições da Ação. Revista de Processo, São Paulo, n. 64, p.
33, out./dez. 1991.
42
CAMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 8.
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43
Nery Júnior, Nelson, loc. cit.
44
Ibid.
45
apud CAMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 200.
46
PRATA, Edson. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense,
1987, v. 1, p. 799.
47
apud VIDIGAL, Luís Eulálio de Bueno. Pressupostos Processuais e Condições da
Ação. Revista de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, v. 6, p. 6, 1967.
48
Ibib.
49
apud FREIRE, Rodrigo da Cunha.Condições da Ação com enfoque no interesse de
agir. Estudos em homenagem a Enrico Tullio Liebman. São Paulo: RT, 1999, p.59.
50
VIDIGAL, Luís Eulálio de Bueno, op. cit., p. 8.
51
Ibidem.
52
In Manual de Direito Processual Civil. 7ª ed., São Paulo: Saraiva, 1984, v. 2, p. 130.
53
In Teoria Geral do Processo. 1ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 122.
54
CAMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 202.
55
op. cit., p. 82.
56
DINAMARCO, Cândido Rangel, op. cit., p. 59.
57
RODRIGUES, Marcelo Abelha, op. cit, p. 229.
58
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 21ª ed. São Paulo: Saraiva,
2000, v.2, p. 78.
59
LUTSKY, Daniela Courtes. Pressupostos Processuais. Disponível em
http://www.planetaterra. com.br/pressupostos processuais. Acesso em 06 jul 2002.
60
RODRIGUES, Marcelo Abelha, op. cit., p. 235.
61
apud LUZTKY, Daniela Courtes, op. cit., p. 7.
62
op. cit., p. 23.
63
RODRIGUES, Marcelo Abelha, op. cit., p. 218.
64
Ibid.
65
apud LUTZKY, Daniela Courtes, loc. cit.
66
MARQUES, José Frederico, op. cit., p. 271.
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67
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 40.
68
MARQUES, José Frederico, op. cit., p. 271-272.
69
FADEL, Sergio Sahione. Código de Processo Civil Comentado. Rio de Janeiro:
Forense, v. 1, 1974, p. 118.
70
RODRIGUES, Marcelo Abelha, op. cit., p. 232.
71
FADEL, Sergio Sahione, loc. cit.
72
RODRIGUES, Marcelo Abelha, op. cit., p. 234.
73
Ibid.
74
In Direito Processual Civil Brasileiro. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 1999, v.2, p.
75
Ibid, p. 235.
76
RODRIGUES, Marcelo Abelha, op. cit., p. 238.
77
WAMBIER, Luiz Rodrigues et alli, op. cit., p. 212.
78
apud PRATA, Edson, op. cit., p. 801.
79
LUTZKY, Daniela Courtes, op. cit., p. 13.
80
Ibid.
81
loc cit.
82
op. cit., p. 240.
83
WAMBIER, Luiz Rodrigues et alli, loc. cit.
84
In Manual de Direito Processual Civil. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 1983, v. 3, p. 233.
85
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 257.
86
Ibid, p. 257-258.
87
Ibid, p. 212.
88
op. cit., p. 242.
89
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 150.
90
op. cit., p. 215.
91
Ibid.
92
op. cit., p. 244.
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93
FREIRE, Rodrigo da Cunha, op. cit., p. 39.
94
GOMES, Fábio. Carência de ação. 1ª ed., São Paulo: RT, 1999, p. 19.
95
COSTA, Lopes da. A carência de ação, especialmente com relação à legitimação para
a causa. Revista de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, (3): p. 19, 1962.
96
WAMBIER, Luiz Rodrigues et alli, op. cit., p.120.
97
In Instituições de direito processual civil. 2ª ed. São Paulo: Malheiros: 2001, v. 2, p.
321.
98
Ibid, p. 322.
99
GOMES, Fábio, op. cit., p. 22.
100
FREIRE, Rodrigo da Cunha, op. cit., p. 40.
101
GOMES, Fábio, op. cit., p. 24.
102
Ibid.
103
SILVA, Ovídio A. Baptista da; GOMES, Fábio. Teoria geral do processo civil. 3ª ed.
São Paulo: RT, 2001, p. 99.
104
FREIRE, Rodrigo da Cunha, loc. cit.
105
SILVA, Ovídio A. Baptista da; GOMES, Fábio, op. cit., p. 105.
106
Op. cit., p. 322.
107
NUNES, Elpídio Donizetti, op. cit., p. 38.
108
FREIRE, Rodrigo da Cunha, op. cit, p. 41.
109
SILVA, Ovídio Baptista da; GOMES, Fábio, op. cit., p. 107.
110
Ibid., p. 108.
111
Loc. cit.
112
Op. cit., p. 291-292.
113
Op. cit., p. 43.
114
In A carência de ação, especialmente com relação à legitimação para a causa.
Revista de Direito processual civil. São Paulo: Saraiva, v. 3, p. 9, 1962.
115
SILVA, Ovídio A. Baptista da; GOMES, Fábio, op. cit., p. 114.
116
FREIRE, Rodrigo da Cunha, op. cit., p. 44.
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117
Apud PASSOS, José Joaquim Calmon de. Condições da ação. In: FRANÇA, Limongi
(coord.). Enciclopédia saraiva do direito. São Paulo: Saraiva, p.391.
118
SILVA, Ovídio A. Baptista da; GOMES, Fábio, op. cit., p. 115.
119
Ibid.
120
In Instituições de direito processual civil. 1ª ed. Campinas: Millenium, 2001, v. 2, p.
20
121
In Manual de direito processual civil. 3ª ed. Trad. de Cândido Rangel Dinamarco.
Rio de Janeiro: Forense, 1983, p. 154.
122
NERY JÚNIOR, Nelson, op. cit., p. 37.
123
Op. cit., p. 107.
124
Apud MARQUES, José Frederico, op. cit., p. 25.
125
Op. cit., p. 15.
126
Op. cit., p. 160.
127
CÂMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 109-110.
128
Ibid.
129
ibid.
130
Op. cit., p. 37.
131
GRECO FILHO, Vicente, op. cit., p. 80.
132
Op. cit., p. 155.
133
Op. cit., p. 136-137
134
CÂMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 111.
135
Loc. cit.
136
Ibid.
137
CÂMARA, Alexandre Freitas, op. cit., p. 112.
138
Ibid, p. 113.
139
Op. cit., p. 79.
140
SILVA, Ovídio A. Baptista da; GOMES, Fábio, op. cit, p. 117-118.
141
Apud COSTA, Lopes da, op. cit, p. 20.
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142
Apud WATANABE, Kazuo, op. cit., p. 80.
143
Apud FREIRE, Rodrigo da Cunha, op. cit., 52.
144
Op. cit., p. 35.
145
Op. cit., p. 115-116.
146
Op. cit., p. 324.
147
Op. cit., p. 127.
148
Op. cit., p. 116-117.
Sobre o autor
Leandro Silva Raimundo
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Sobre o texto:
Texto inserido no Jus Navigandi nº385 (27.7.2004)
Elaborado em 12.2002.
Informações bibliográficas:
Conforme a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em periódico eletrônico
deve ser citado da seguinte forma:
RAIMUNDO, Leandro Silva. Dos pressupostos processuais e das condições da ação no processo civil .
Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 385, 27 jul. 2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br
/doutrina/texto.asp?id=5493>. Acesso em: 25 out. 2010.
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