Aula Psicologia Na Oncologia
Aula Psicologia Na Oncologia
Aula Psicologia Na Oncologia
na Oncologia
Refere a
integração
mente/ corpo
com Estudos
sobre a Histeria.
Jimmie Holland
• O que são respostas normais ao câncer?
• Quais são anormais, refletindo um sofrimento que
possa interferir no plano de tratamento?
• Qual a prevalência de problemas psicológicos
que indicam a necessidade de psicoterapia?
• As reações emocionais afetam o curso da
enfermidade positivamente ou negativamente?
• Quais intervenções e métodos de enfrentamento
podem reduzir o sofrimento?
Para Jimmie Holland:
"uma subespecialidade da Oncologia que procura estudar
duas dimensões psicológicas presentes no diagnóstico do
câncer:
• o impacto do câncer no funcionamento emocional do
paciente, sua família e dos profissionais envolvidos em seu
tratamento;
• o papel das variáveis psicológicas e comportamentais na
incidência de sobrevivência do câncer.
Psico-oncologia no Brasil
• 1989 :1° Encontro Brasileiro de Psico-Oncologia em
Curitiba
• Perdas:
• Privacidade
• Autonomia
• Choque / negação
• Medo / regressão
• Barganha
• Decepção / Depressão
• Aceitação
DOR
ESPIRITUAL
DOR
TOTAL DOR
DOR SOCIAL EMOCIONAL
DOR FÍSICA
Atuação do psicólogo no
diagnóstico
• O profissional deve reconhecer e permitir a expressão tais
sentimentos, é a porta de entrada para um mundo de
significados e sentidos.
• Mudanças físicas
• Mudanças hormonais
NÃO SOU
• Mudanças comportamentais MAIS O
MESMO
• Mudanças cognitivas
• Mudanças de personalidade
Coping
• Tradução: “LIDAR”;
• É compreendido como um processo dinâmico e modulável,
definido como uma mudança cognitiva e comportamental
para manejar demandas externas (do ambiente) e/ou
internas (do próprio sujeito) que são avaliadas como
excedentes aos recursos do indivíduo;
• Exemplos de Coping:
❖ Positivo
❖ Negativo
A questão imunológica
• Todos estamos, todos os dias, apresentando
disfunções celulares potencialmente cancerígenas;
• Reações emocionais x sistema imune.
Avaliação do paciente
• Investigar:
❖ História da doença (como se iniciaram os sintomas, de
que forma, como percebeu?)
❖ O que ocorreu antes e logo depois do adoecimento?
❖ O que estava acontecendo na vida do paciente no
momento da descoberta?
• Ponto de Partida:
❖ Como o paciente fala de sua doença? Como se refere a ela?
❖ Como descreve seus sintomas?
❖ De que forma busca ajuda (caso o faça);
❖ O que prioriza?
❖ O que omite de seu quadro clínico (questão do sigilo/o que optou
em não falar).
❖ Sente medo? Do que? Como?
❖ Como representa a morte?
❖ Como a família representa a morte?
❖ Crenças.
❖ Representação familiar sobre o adoecimento:
mitos, culpas, crenças.
Intervenção em Psico-Oncologia
• Escrever
Abordagem psicossocial de
caráter breve
• Controle do medo e da fantasia de recidiva
• Ajuste a mudanças na hierarquia familiar
(ajuste de papéis)
• Moderar estados de afeto desagradáveis
• Ressignificação da vida
• Ajuste ao prognóstico
• Favorece:
❖ Alívio de sintomas;
❖ Crescimento;
❖ Mudança;
❖ Amadurecimento.
Objetivos da psicoterapia
• Promover relacionamento de apoio com a equipe;
• Reforçar a força do paciente (habilidades de
enfrentamento e capacidade de usar o ambiente);
• Reduzir o estresse;
• Promover o máximo grau possível de independência
da doença;
• Estimular autonomia nas decisões referentes ao
tratamento (participação mais ativa);
Processo Terapêutico
• Ligação;
• Trabalhar resistências;
• Transferência;
• Mostrar progressos, mesmo quando pequenos.
Primeiro atendimento
• Atenção ao histórico da doença, mesmo que no início
o foco do paciente seja apenas na cronologia e nos
sintomas;
• Ir aos poucos mostrando que o que nós vamos ouvir
ali é de outra ordem;
• O que o paciente imagina em relação ao tratamento;
• Não excluir o familiar; usar a percepção do familiar
• Cuidado com o desejo de ser “agradável”;
• Propor continuidade, mostrar a necessidade e o que
vai ser trabalhado
Após primeiro atendimento
• Focar na compreensão dinâmica do paciente;
• Costurar sessões – conexões;
• Progressivamente avançar nas hipóteses;
• Considerar sessões familiares;
• Aprofundar a compreensão da problemática do
paciente;
• Revisar com o paciente o estado emocional atual e de
todo o processo de tratamento;
• Encerrar com relacionamento positivo.
O que não fazer?
• Evitar sentimentos intensos
• “ Aconselhar” demais
• Culpar o paciente
• Adotar o paciente
Desafios do Atendimento
• Como trabalhar sentimentos sem a certeza da
continuidade?
• Necessidade de deixar o mínimo possível de
questões em aberto;
• Fazer cada sessão ter um objetivo que seja
atendido, nem que seja “apenas” o alívio;
• Reforçar defesas saudáveis ao final;
• Jamais mobilizar questões novas perto do final do
encontro
Comunicação
Todos nós, profissionais da saúde, precisamos nos comunicar
com nossos pacientes e seus familiares em algum momento.
Falta de eficácia na comunicação pode levar a um mal
entendido e a não adesão ao tratamento.
Como se comunicar...
• Atendimento ao paciente;
• Atendimento aos familiares;
• Avaliação de delirium;
• Interação multidisciplinar
• Atendimento pós óbito;
• Facilitar a comunicação entre equipe, paciente e família.
Intervenção do psicólogo
com o paciente
Observamos que a situação do paciente não tem somente
o ângulo de vida e morte, mas também o sentimento de
abandono, pois é regra comum, na maior parte da UTI, a
proibição das visitas e “regra” em hospitais, por um provável
vício do cotidiano, tratar as pessoas como: sintomas, órgãos
ou numero (o “202 A”, a “esterose” do leito 01, o “neuro” do 5o
andar...), resultando na despersonalização, o que evidencia a
importância do trabalho do psicólogo, ressaltando o “tempo e o
interesse humano” como preponderantes para o auxílio na
recuperação ampla da pessoa enferma.
Intervenção do psicólogo
com a família
Nunca se pode esquecer que do lado de fora da UTI, no
corredor, da sala de espera, existe uma família, igualmente
angustiada e sofrida, que se sente impotente para ajudar seu
familiar, que também se desorganizou com a doença e que
também se assusta com o espectro da morte que muitas
vezes ronda seus pensamentos.
• Psicoeducação com a família:
✓ Visitantes leigos;
✓ Ambiente restrito;
✓ Receio de se aproximar do paciente;
✓ Estimular a fala, a interação, mesmo em doentes sedados
ou comatosos.
• Identificação de prioridades:
✓ Perceber comportamentos dos visitantes.
Visita de criança?
• Idade Mínima de 12 anos;
• Tema de diversas discussões e opiniões;
• Avaliação em conjunto
• Como agir?
O que considerar:
• Grau de parentesco;
• Estado clínico do paciente;
• Intensidade da relação;
• Maturidade emocional da criança;
• Suporte familiar;
• Compreensão e vontade da criança;
• Vontade do paciente.
Morte no contexto
hospitalar
Ao contrário dos tempos atuais, no passado, a morte era
encarada com certa naturalidade. A falta de recursos
tecnológicos e as grandes epidemias tornavam a
terminalidade um evento habitual. As pessoas buscavam em
suas casas o último local de repouso, desenvolvendo rituais
de despedida que envolviam a participação da família e da
comunidade, contribuindo para a manutenção da identidade
do sujeito adoecido, tornando-o como parte ativa de todas as
decisões referentes ao fim de sua vida (Mendes, Lustosa &
Andrade, 2009; Faraj, Cúnico, Quintana & Beck, 2013).
Nesse sentido, o moribundo possuía
oportunidades de reestabelecer a organização
familiar, tinha os últimos pedidos considerados por
seus convíveis e, sua opinião era respeitada até o
derradeiro momento (Kovács, 2008; Mendes et al.,
2009).
Desse modo, a morte deixa de ser pública para se
tornar privada e individual. Cada vez mais, investe-se em
tecnologias para combatê-la, muitas vezes, sem
considerar os aspectos emocionais envolvidos
(Braga & Queiroz, 2013).
Delirium
Delirium é o distúrbio psiquiátrico mais comum em pacientes
idosos hospitalizados. É uma síndrome que se inicia
subitamente, tem curso flutuante e se manifesta por
comprometimento global das funções cognitivas, distúrbio da
atenção e do ciclo sono-vigília e atividade psicomotora
anormalmente elevada ou reduzida.
Perguntas:
• Medicina curativa
• Procedimentos invasivos desnecessários
• O sucesso e o fracasso profissional
• Sofrimento dos profissionais de saúde
• Dificuldade de comunicação com o sujeito – conspiração do
silêncio
Luto
• Processo caracterizado pela dor emocional frente a uma
ruptura de vínculo e perda de um objeto significativo.
• Sentimentos despertados: choque, desespero, choro, raiva,
dificuldade de concentração, entre outros.
• Dificuldade de entrar em contato com os sentimentos
decorrentes da perda: dor, ruptura, interrupção,
afastamento.
Luto
• Luto dos profissionais de saúde
• Reflexões sobre sua própria morte
• Luto não autorizado devido ao distanciamento
criado pelo profissional.
• Sofrimento decorrente do luto não elaborado, pode
gerar esgotamento, cansaço, depressão.
Luto
• Elaboração do luto: aceitação, enfrentamento, adaptação,
lembranças, reconstrução.
onvidando
ooencontro • Expressando
• Transmitindo
para
paciente as• informações
o diálogo Resumindo
emoçõese organizando estratégias
STRATEGY
SETTING KNOWLEDG
PERCEPTION INVITATION EMOTIONS AND
UP E
SUMMARY
Cuidado paliativo
• Hóspice na era cristã (Sec V) – Destinada a viajantes e
peregrinos
• Instituições de caridade (Séc XVII) – Abrigo para pobres,
doentes e órfãos
• Hóspice moderno – Em 1967 Cicely Saunders funda o St
Christopher’s Hospice – Assistência aos doentes e
pesquisas.
• Primeiro estudo 1958 – 1965 – Alívio da dor
Cuidado paliativo
• Definição de Cuidado paliativo pela OMS em 1990 e
atualizada em 2002:
➢ “Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a
qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que
enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida,
através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a
identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e
outros problemas de natureza física, psicossocial e
espiritual”.
Princípios do cuidado paliativo
• Dinâmica
GUERRERO, G. P., ZAGO, M. M. F., SAWADA, N. O., & PINTO, M. H. Relação entre
espiritualidade e câncer: perspectiva do paciente. Revista Brasileira de
Enfermagem, 64(1), 53-59, 2011.
❖ Grupo Conviver;
❖ Grupo câncer de mama
e câncer de próstata;
❖ Grupo de Laringectomia;
• Cuidando do Cuidador;
• GAPE- Dividindo a dor e somando amor.
Conclusão
O foco não se reduz ao combate da doença, mas
à assistência aos seres humanos que estão
vivendo uma situação de fragilidade, medos e
incertezas. Serão melhores as perspectivas de
resolução positiva quanto maiores forem o
envolvimento e a adesão ao plano de tratamento.
Na prática, isso requer a participação ativa do
paciente e da família, assim como a interação
efetiva entre a equipe multidisciplinar.
Referências
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um atendimento integrado. São Paulo, 2009.
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