Exame Psicollógico
Exame Psicollógico
Exame Psicollógico
ROTEIRO
I. IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE
Nome, sexo, data de nascimento, idade, escolaridade, profissão, ocupação atual, naturalidade,
estado civil, cor, religião, documento de identidade, endereço, telefone, e-mail, data da consulta.
II. RAPPORT
Descrição sumária daquilo que trouxe o cliente ao exame: queixas, abandono das tarefas usuais,
tentativa de suicídio, agressão a pessoas ou coisas, mudanças no comportamento ou humor,
sofrimento, tristeza, conflitos, etc. ou solicitação de outro profissional ou instituição. Quem o
trouxe à consulta (se for o caso) e outros dados iniciais relevantes.
Acordo entre cliente e psicólogo sobre o trabalho a ser executado. O profissional deve informar
ao paciente sobre como é o exame, em linhas gerais, qual o objetivo da avaliação, o tempo
aproximado para realizá-la, a segurança do sigilo, quem terá acesso aos dados do exame e os
honorários profissionais. O paciente deve se comprometer a comparecer nas horas e dias
agendados e a colaborar para que o plano de avaliação seja realizado com sucesso. Deve-se, ainda
esclarecer as dúvidas que, eventualmente, tenha o examinando. Havendo concordância do cliente
ou de seu responsável (no caso de crianças e adultos incapacitados) fica estabelecido o contrato.
No caso de menor de idade, o responsável por ele (pai, mãe, tutor ou algum parente próximo)
deverá assinar um documento autorizando o exame.
1. Atitude Geral: relação com o examinador. Como responde às perguntas? Quais os gestos e
posturas ou outras expressões motoras? Tiques, maneirismos? Grau de atividade.
Estereotipia. Lento? Hesitante? Tenso? Faz movimentos ou atitudes com um fim evidente?
Atitude ou movimento que faça suspeitar atividade delirante ou alucinatória? Resiste aos
movimentos passivos, mantém atitudes ou obedece a comandos? Alimentação. Hábitos
higiênicos.
2. Atitude Expressa em Palavras: fala pouco ou muito, espontaneamente ou apenas responde,
vagaroso ou rápido, coerente, em tom de discurso, com interrupções, silêncios súbitos,
mudanças de temas, palavras estranhas, neologismos, sintaxe, ritmo. Alterações da
linguagem.
(É aconselhável registrar as próprias palavras do cliente, de modo a ter exemplos de seu
pensamento).
3. Afetividade: humor ou estado de ânimo: tônus afetivo; depressão; elação; disforia (distimia,
acompanhada de irritação, amargura, desgosto); estabilidade do humor; emoções (reações
afetivas agudas, estabilidade das emoções); sentimentos (configurações afetivas estáveis
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relacionadas à: tristeza, melancolia, saudade, vergonha, impotência, autodepreciação,
inferioridade, infelicidade, desesperança; alegria, euforia, satisfação, confiança, esperança;
amor, atração, amizade; temor, desamparo, rejeição; vaidade, orgulho; agressividade, raiva,
revolta, rancor, ciúme, ódio, inveja, vingança, nojo, desprezo, etc.); coerência da afetividade
demonstrada com o que diz o paciente; ambivalência afetiva, labilidade afetiva. Ansiedade e
angústia.
4. Desordens da Sensopercepção/Alucinações: alucinações auditivas, visuais, olfativas,
gustativas, tácteis, vicerais, cinestésicas; alucinose; ilusão. O conteúdo deve ser examinado
com cuidado. Quando aparecem essas experiências? À noite? Ao amanhecer?
5. Consciência: sono e suas alterações (interrompido, sonambulismo, sonilóquio, insônia);
sonho, pesadelos; obnubilação da consciência (turvação da consciência); delirium (síndromes
confusionais agudas), estado onírico; estados crepusculares; dissociação da consciência,
transe.
6. Vontade e Psicomotricidade: hipobulia, abulia; atos impulsivos e atos compulsivos.
Psicomotricidade (desenvolvimento psicomotor e condições atuais).
7. Pensamento: elementos constitutivos: alterações dos conceitos, alterações do raciocínio,
alterações do juízo (vide item seguinte). Processo de pensar: curso (aceleração, lentificação,
bloqueio, roubo do pensamento), forma (fuga de idéias, dissociação do pensamento,
afrouxamento das associações, desagregação) e conteúdo do pensamento (temática:
perseguição, depreciativa, religiosa, sexuais, poder, riqueza, ruína, culpa, hipocondríaca).
8. Juízo de Realidade/Atividade Delirante: juízo da realidade ou delírio. Qual a atitude do
cliente diante das pessoas que o cercam? Mostra-se desconfiado diante delas? Acha que o
observam ou tratam de modo especial? Sente-se perseguido, influenciado por meios naturais,
sobrenaturais ou científicos? Riem dele? Admiram-no? Querem matá-lo? Depreciam-no em
relação à sua moral, saúde, etc. Possui algum dom especial?
9. Fenômenos Compulsivos: pensamentos (obsessivos), impulsos, atos (compulsivos). São
sentidos como vindos da própria mente? Reconhece sua impropriedade? Repete ações, como
lavar as mãos desnecessariamente, conferir várias vezes se uma porta está fechada? etc.
10. Orientação: orientação autopsíquica: registro das respostas referentes ao seu próprio nome,
idade, sua nacionalidade, profissão, estado civil, religião, etc.; orientação alopsíquica: local
onde está (espaço) e data atual, época em que está (tempo).
11. Memória: comparar dados da anamnese subjetiva e da objetiva. Verificar a capacidade de
evocação (memória remota). Examinar a capacidade de fixação para números, palavras e
histórias (memória recente).
12. Atenção e Concentração: é dispersa? tenaz? Para testar a concentração, peça ao cliente que
enumere os dias da semana e dos meses em ordem inversa, ou faça pequenas operações
aritméticas.
13. Conhecimentos Gerais: nome do Presidente da República e Governador do Estado; capital do
Brasil, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, etc.; seis grandes cidades
do Brasil. Distância aproximada entre Rio e São Paulo, etc. (OBS: utilizar se, após as
entrevistas sobre o histórico de vida, o psicólogo achar necessário).
14. Inteligência: avaliar de acordo com os dados biográficos, o desenvolvimento psicomotor, a
escolaridade e a observação clínica. A maneira de colocar as idéias, de explicar as situações,
de tirar conclusões sobre os fatos e acontecimentos, dedução e indução de novas relações, etc.
são subsídios importantes para inferir sobre o nível de inteligência.
15. Noção do Estado Mórbido e Julgamento: qual a atitude em relação a seu estado? Acha ele que
seu distúrbio “mental” ou “nervoso” necessita de tratamento? Qual a sua atitude em relação a
problemas domésticos, financeiros, sociais e éticos? Seu julgamento é bom? Que pensa fazer
quando deixar o hospital (se for o caso)?
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Exame Psicológico – continuação
Esse é um exame cujo valor é questionável. Para uso eventual e opcional. Classificação da
biotipologia do cliente segundo as escolas de Kretschmer (pícnicos/ciclotimia;
leptossomáticos/esquizotimia; atléticos/epleptóides e displásicos) ou de Sheldon
(endomórfico/viscerotonia; mesomórfico/somatotonia; ectomórfico/cerebrotonia).
Levantar a hipótese diagnóstica, um diagnóstico inicial, provisório, a partir dos dados clínicos até
aqui obtidos. Recomenda-se o modelo de diagnóstico multidimensional, conforme o DSM-IV. Essa
hipótese será, mais tarde, confirmada, refutada ou reformulada, quando confrontada com os dados
dos exames complementares.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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