Actos de Comercio
Actos de Comercio
ESTUDANTE:
Dissan Monica Chivale
DOCENTE:
Augusto Ernesto Nhaguilunguana
Introdução
O presente resumo constitui uma abordagem fundamental para efeitos de estudo do Direito
Comercial, particularmente “os atos comerciais”, visto que tem sido difícil conceituar o que de
forma delineada é ato comercial.
Neste contexto, importar referir que a abordagem do tema em alusão, é fulcral devido a forma
como o nosso legislador delimita o âmbito de aplicação do objeto do Direito Comercial, bem como
a maneira como conceitua os atos de comércio, que pela sua natureza, estão sujeitos a um ramo do
direito privado especial, independentemente da qualidade dos sujeitos que os praticam, daa um
tom marcadamente objetiva.
É importante referir que se entende por muitos contabilistas que o Direito Comercial é o corpo de
normas, conceitos e princípios jurídicos que, no domínio do Direito Privado, regem os factos e as
relações jurídicas comerciais.
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Objetivos
O objetivo geral deste resumo é de dar a conhecer aos estudantes e aos demais, de uma maneira
breve a analise de atos de comercio.
Metodologia
Para a elaboração deste trabalho, usou-se método de pesquisa de dados e dedutivo, que parte do
geral para o específico.
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1. Atos de comércio
1.1.Noção
Da leitura do art. 2º CCom emerge a ideia de que certos atos jurídicos, ou seja, certos
acontecimentos juridicamente relevantes são considerados como comerciais. No entanto, a palavra
“ato” deve ser tomada num sentido mais amplo de que o compreendido no seu significado básico
corrente – o da conduta humana –, pois aqui ela abrange:
I. Qualquer facto jurídico em sentido amplo, verificado na esfera das atividades mercantis e
ao qual sejam atribuídos efeitos jurídicos, designadamente:
- Factos jurídicos naturais ou involuntários;
- Factos jurídicos voluntários, isto é, atos jurídicos, quer lícitos, quer ilícitos;
- Negócios jurídicos voluntários, mormente de carácter bilateral ou contratos.
II. Tanto os factos jurídicos isolados ou ocasionais, que podem ser praticados, muitas vezes,
por comerciantes ou por não comerciantes, como os atos que fazem parte de uma atividade
comercial, ou seja, de uma massa, cadeia ou sucessão de atos jurídicos interligados pela
pertinência a uma mesma obrigação – e por visarem a prossecução de fins comuns, quer
do fim imediato ou objeto – exploração de um determinado tipo de negócio –, quer o fim
mediato – consecução de lucros.
O Código Comercial não avança uma definição de ato de comércio, nem parece possível um
conceito unitário.
A determinação dos atos de comércio acha-se prevista nos artigos 4° e 5° do Código comercial.
Extrai-se destes artigos, a ideia de que determinados atos jurídicos, os acontecimentos jurídicos
relevantes são classificados como comerciais. E no art. 4° Código comercial, a expressão “atos de
comércio”, é usada em sentido amplo. Isto é, abarcando vários acontecimentos que
consubstanciam atividades comerciais e por isso assinaladamente efeitos jurídicos comerciais.
Nomeadamente, os factos jurídicos voluntários lícitos ou ilícitos ou ainda simples negócio jurídico.
Nos termos da alínea b) n°1 do art. 4° Código comercial, são atos de comércio os atos praticados
no exercício de uma empresa comercial de onde resulta que não são apenas atos de comércio os
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contratos, mas também todos os atos praticados no exercício da empresa comercial das quais
emanam obrigações comerciais.
Isto é, esta disposição tanto abarca os atos praticados de forma isolada ou ocasional, quer por
empresário comercial, quer por não empresário comercial, como também todos os atos associados
à organização da empresa comercial tendentes a obtenção de lucros.
Não há na lei, uma definição, material unitária de ato de comércio. Portanto, são atos comerciais:
1.3.Interpretação da Lei
Quando se fala da interpretação da Lei, se refere a toda atividade intelectual ou uma operação
técnico-jurídica, em vista a determinar ou a fixar o verdadeiro sentido e alcance das normas
jurídicas. Neste contexto, significa que, interpretar a lei é buscar o sentido do Direito para aplicação
aos factos.
Lê-se no nr.1 alínea a) do artigo 4o Código Comercial: “serão considerados atos de comércio, os
atos especialmente regulados na lei em atenção as necessidades da empresa comercial,
designadamente os previstos neste código, e os atos análogos. Quis o legislador referir-se a atos
que devem a sua qualidade de atos de comércio à circunstância de se acharem regulados em
determina diploma. Porque se trata de uma circunstância objetiva, que nada tem a ver com os
sujeitos que praticam esse ato, são eles designados como atos comércio objetivos.
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Exemplo: A transmissão de um cheque ou de uma letra de câmbio, são atos comerciais porque se
encontram previstos no Código Comercial, não importando para a classificação dos mesmos apurar
se o sujeito que os pratica é ou não comerciante.
a) Os que estiverem regulados no Código Comercial e em outras leis em razão dos interesses
do comércio: atos objetivos;
b) Os casos análogos.
E os que forem praticados por comerciantes, atos subjetivos presumindo-se que o são no exercício
ou em ligação com o seu comércio; presunção esta que será elidível pela demonstração: ou de que
o ato é de natureza exclusivamente civil, por não poder ser praticado em relação com o comércio;
ou de que do próprio ato resulta que é alheio à atividade comercial de quem o praticou.
Exemplo: 1 comerciante que também tem uma fundação e pratica atos no âmbito das atribuições
da fundação, construindo e vendendo determinados imóveis para aumentar o fundo da instituição.
Portanto, este ato é de natureza civil e não comercial.
legislação extravagante que qualifica tal ato como sendo de comércio (n°1 do art. 4° do Código
comercial). Ao ato exclusivamente civil não há como representar a sua comercialidade, mesmo
quando praticado pelo empresário comercial, como por exemplo, o casamento ou a perfilhação
praticada pelo empresário comercial.
Exemplo: Todos os contratos e obrigações dos comerciantes que não forem de natureza
exclusivamente civil, se o contrário do próprio ato não resultar.
Face aos atos objetivos e subjetivos, importa salientar que o ato de comércio não definido em
função da pessoa que os praticou, mas sim em função da sua qualificação como tal pela lei. José
Ibraimo Abudo, na sua obra sobre Lições de Direito Comercial, distingue os mecanismos usados
na definição dos atos de comércio. Para o efeito, segundo o autor, há três mecanismos que o
legislador pode adotar na determinação nos atos de comércio objetivo:
• Modelo da definição
Segundo este modelo, parte da ideia de que o legislador oferece de forma sintética o que se deve
entender por ato de comércio. Este modelo apresenta dificuldades na medida em que toda definição
pode colocar problema de entendimento e incerteza do direito;
Segundo este modelo, o legislador opta por uma identificação expressa num rolo alargado nos atos
que a própria lei determina. O inconveniente deste modelo é que limita o campo dos atos e a luz
de um direito dinâmico, tal como é no direito comercial, podem escapar várias situações a
classificação de atos de comércio;
Este modelo apenas delimita os atos do comércio através da remissão para diversos atos que o
código considera comerciais, evitando-se uma enumeração taxativa, com os inconvenientes acima
enumerados, optando pela indicação exemplificativa, é esta a posição optada pelo nosso legislador
(alínea a) n°1 do art. 4° do Código comercial), ao estabelecer que são atos de comércio os regulados
na lei, em atenção as necessidades da empresa comercial designadamente os previstos no código
comercial e os atos análogos.
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Atos absolutos ou por natureza são comerciais devido a sua natureza intrínseca, que radica do
próprio comércio, na vida comercial. Isto é, são atos gerados e tipificados pelas necessidades da
vida comercial.
Exemplo: atos relativos às letras, livranças e cheques, nomeadamente: o saque. O aceite, o endosso
e o aval.
São atos cuja comercialidade a lei outorga tendo em consideração a sua especial relação com certo
ato de comércio, ou seja, são atos comerciais em razão da sua peculiar ligação a um ato de comércio
absoluto ou uma atividade classificada como comercial. Portanto, tudo depende da sua relação de
conexão ou acessoriedade, quer com um ato de comércio fundamental, quer com a exploração de
uma empresa mercantil.
Conclusão
De modo a concluir o resumo, há que referir no que tange ao conceito a noção de atos de comércio,
nota-se código comercial, não traz de forma unitária e linear do que pode ser os atos de comércio,
mas determinação dos atos de comércio acha-se prevista nos artigos 4° e 5° do Código comercial.
Extraindo destes artigos, a ideia de que determinados atos jurídicos, os acontecimentos jurídicos
relevantes são classificados como comerciais.
Neste contexto, significa que a expressão “atos de comércio”, é usada em sentido amplo. Isto é,
abarcando vários acontecimentos que consubstanciam atividades comerciais e por isso
assinaladamente efeitos jurídicos comerciais. A expressão atos de comércio abrange, para além
dos negócios jurídicos, os simples atos jurídicos e os factos ilícitos, geradores de responsabilidade
extracontratual.
No que concerne a classificação dos atos de comércio, com relação aos atos de comércio objetivos
e subjetivos, alguns autores entendem que o ato de comércio não é definido em função da pessoa
que os praticou, mas sim em função da sua qualificação como tal pela lei. Neste contexto,
encontramos três critérios ou modelos para conceituar os atos de comércio, nomeadamente:
modelo da definição, sistema de enumeração expressa e sistema de enumeração implícita.
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Referencia bibliográfica
CUNHA, Olavo Paulo, Lições de Direito Comercial, Edições Almedina, Coimbra, 2010.