O documento discute a complexidade da realidade social e como os seres humanos se desenvolvem em sociedade. Aprendem a falar, pensar, comer e interagir através da família, escola e mídia. Fenômenos sociais como família e desemprego são multidimensionais e devem ser analisados considerando suas interações com outros fenômenos e a sociedade como um todo.
O documento discute a complexidade da realidade social e como os seres humanos se desenvolvem em sociedade. Aprendem a falar, pensar, comer e interagir através da família, escola e mídia. Fenômenos sociais como família e desemprego são multidimensionais e devem ser analisados considerando suas interações com outros fenômenos e a sociedade como um todo.
O documento discute a complexidade da realidade social e como os seres humanos se desenvolvem em sociedade. Aprendem a falar, pensar, comer e interagir através da família, escola e mídia. Fenômenos sociais como família e desemprego são multidimensionais e devem ser analisados considerando suas interações com outros fenômenos e a sociedade como um todo.
Os seres humanos nascem incompletos e inacabados. É em sociedade, na convivência e interação com os
outros, que vão construindo a humanidade, que se realizam como seres humanos, no sentido completo de termo. Os Homens são fruto de uma aprendizagem que apenas se pode realizar no meio social, na interação com os seus semelhantes. Aprender a falar, a pensar, a andar verticalmente, aprender o que comer e como comer, a gostar dos outros e a respeitá-los, a distinguir o bom o mau, o justo e o injusto, são competências que nos são transmitidas pela família, pela escola e pelos meios de comunicação social. Efetivamente, o homem não nasce a saber isso, nasce apenas com as potencialidades para desenvolver essas características. Essas potencialidades são inatas, nascem connosco, fazem parte da nossa dimensão biológica e genética, mas só as desenvolvemos, de facto, quando inseridos num determinado meio social. Daí que possamos afirmar que a sociabilidade é, no ser humano, uma característica essencial. O ser humano é um ser social, ou como diria Aristóteles “ o homem é um animal politico”, que se desenvolve m grupo, na polis (cidade politicamente organizada). A vida em grupo e as relações de cooperação que os seres humanos estabelecem entre si são condição para a sobrevivência da espécie e facilitam a superação das dificuldades e dos constrangimentos impostos pela própria natureza. As sociedades organizam-se estabelecendo regras, formas de comunicação e procedimentos comuns que facilitam as interações entre os seres humanos tornando mais fácil a vida em sociedade e permitindo a própria subsistência do grupo. São estas regras e procedimentos comuns, produzidos pelas próprias sociedades que permitem que as pessoas se entendam cooperarem na divisão do trabalho, transformem a própria natureza de forma a facilitar sobrevivência do grupo social ao longo dos tempos. A expressão “social” está ligada a esta ideia de coletividade, de vida em grupo, sendo a realidade social constituída pelas relações que decorrem da vida em grupos. As interações entre os seres humanos e entre estes e aquilo que os rodeia. É evidente que estas interações têm que ser contextualizadas no tempo e no espaço. A organização social, as regras, os valores, os costumes, a alimentação, as formas de comunicação alteraram-se nos últimos cinquenta anos e são diferentes conforme a sociedade que estivermos a analisar. O tempo cronológico e o contexto geográfico são variáveis que não podemos negligenciar quando estudamos uma realidade social, isto é, o que se passa em determinada sociedade, as interações que aí se estabelecem. Se pensarmos na instituição família, veremos como os tipos de família se alteram em poucas gerações encontrando hoje novos tipos de famílias como as monoparentais, recompostas, homossexuais, etc. Se olharmos para outras realidades, em contextos geográficos diferentes, poderemos verificar a criminalização da homossexualidade, dos casamentos polígamos, do aborto, etc. No mesmo tempo cronológico, sociedades culturalmente semelhantes podem organizar-se de forma diferente conforme o contexto geográfico em que estão inseridas. Um clima tropical ou temperado, umas regiões interiores ou ribeirinhas levam a formas diferentes de comunicação, interação e organização social. Determinam realidades diferentes. A complexidade do social A realidade social tem muitas dimensões, muitas variáveis que a tornam complexa, pois é constituída por tudo o que se passa no meio social, pelos fenómenos sociais como a família, a imigração, o desemprego, a religião, a delinquência juvenil, a sida, entre outros, que têm implicações a vários níveis do social e não podem ser isolados uns dos outros. Os fenómenos sociais não podem ser analisados de forma isolada, mas sim, através das interações que entre eles existem. Se os isolarmos do todo em que estão inseridos e das interações que têm com as outras dimensões do social, deixam de ter significado. A sociedade não é o mero conjunto das pessoas que a constituem. A sociedade carateriza-se, sobretudo, pelas relações que entre elas se estabelecem. Os fenómenos sociais só existem e têm sentido na relação que têm com outros fenómenos sociais. Daí a sua complexidade e a necessidade de uma abordagem de várias ciências sociais, nunca os isolando do “todo social”. A realidade social é complexa porque os fenómenos sociais que nela se desenrolam são complexos e multidimensionais.
Fenómeno social total
Os fenómenos sociais, tendo em conta a sua complexidade e multidimensionalidade, têm sempre, como vimos, de ser encarados em todas as suas dimensões, considerando sempre as interações que estabelecem com outros fenómenos sociais e com o todo social. Todo o fenómeno social é simultaneamente político, jurídico, económico histórico, etc. Só compreenderemos o fenómeno da emigração se o analisarmos em todas as suas dimensões. Tem implicações sociais, jurídicas, políticas, económicas, etc., sendo por essa razão objeto de interesse de várias ciências sociais ou mesmo de todas. Só o conjunto de todas estas dimensões e implicações permitirá conhecer e entender o fenómeno.
Interdisciplinaridade e objeto das ciências socias
Como vimos até agora o que é social é, em simultâneo, económico político, jurídico, histórico, antropológico, etc. Todo o fenómeno social é um fenómeno social total. Daí a necessidade de intervenção das várias ciências sociais. Todas ciências sociais as estudam a mesma realidade, mas sobre perspetivas distintas. Todas elas têm um conjunto de fenómenos que só elas estudam, que constitui o seu objeto de estudo. As ciências sociais estudam a mesma realidade social. O objeto real de estudo é o mesmo para todas. Contudo, cada uma delas tem um objeto específico é diferente em todas elas porque cada uma analisa o mesmo fenómeno social real numa uma perspetiva específica, própria de cada ciência social e que só a ela cabe estudar. Só o conjunto dos dados fornecidos por cada ciência social permitirá conhecer o fenómeno social em todas as suas dimensões. A necessidade de interdisciplinaridade e complementaridade entre estas diferentes visões é inultrapassável. Nenhuma disciplina social pode, isoladamente, explicar o social. Cada uma das ciências sociais recolhe e integra o contributo das outras para a explicação de um fenómeno social. Uma das ciências sociais que estudam a realidade social é a sociologia. O seu objeto, como vermos mais adiante, é o estudo da vida do homem em sociedade. Enquanto ciência, a sociologia tem objeto e método de investigação científica próprios.