POVOS ORIGINÁRIOS E ANCESTRALIDADE - Símbolos Adinkra e Seus Significados
POVOS ORIGINÁRIOS E ANCESTRALIDADE - Símbolos Adinkra e Seus Significados
POVOS ORIGINÁRIOS E ANCESTRALIDADE - Símbolos Adinkra e Seus Significados
Belo Horizonte
2023
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Belo Horizonte
2023
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RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO
2. A MODA CONTEMPORÂNEA NO MERCADO BRASILEIRO
3. DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A MODA NO BRASIL
4. ALFAIATARIA E SUA IMPORTÂNCIA NA MODA CONTEMPORÂNEA
5. A MODA CONTEMPORÂNEA NOS GUARDA-ROUPAS E SUAS DEMANDAS
6. CONTEXTO DA ÁFRICA OCIDENTAL
7. TÉCNICAS DE ESTAMPARIA CONTEMPORÂNEAS
7.1. Serigrafia
7.2. Impressão digital têxtil
7.3. Sublimações
8. POVOS ADINKRA E SUAS TÉCNICAS DE PINTURA
9. TERRITÓRIO AFRICANO, COLONIZAÇÃO E IMPACTOS
10. POVO AKAN E SUA CULTURA
10.1. Panos Adinkra
11. ESCRITA E ORALIDADE DAS SOCIEDADES AFRICANAS
12. SÍMBOLOS ADINKRA E SEUS SIGNIFICADOS
12.1. Sankofa
12.2. Nea onnim não a sua ohu
12.3. Gye Nyame
12.4. Aya
13. CONCLUSÃO
14. REFERÊNCIAS
APÊNDICE A – Look Sankofa
APÊNDICE B – Look Gye Nyame
APÊNDICE C – Look Aya
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1. INTRODUÇÃO
Fonte:http://agendaculturaldorecife.blogspot.com/2013/09/alfaiates-e-costureir as-profissao-em.html
A camisa social, por sua vez, é a base para compor os demais looks, sendo
confeccionada em tecidos mais leves como algodão, linho ou seda.
Os tecidos mais utilizados na alfaiataria são aqueles de alta qualidade, como
lã fria, cashmere, seda e algodão egípcio. Esses tecidos são escolhidos não só pela
sua durabilidade e resistência, mas também pelo seu caimento e textura únicos, que
valorizam a sofisticação e elegância das peças.
Em resumo, a alfaiataria é uma arte que une precisão, elegância e conforto na
confecção de roupas sob medida. Suas peças chaves como o terno, o blazer, a
calça social e a camisa social, são confeccionadas com tecidos nobres e com cortes
precisos, proporcionando caimento perfeito e elegância para quem as veste.
sul do Saara entre o Senegal, no oeste e Camarões no leste. É usado para criar
tecidos com estampas geométricas e cores vivas, listras estreitas - algodão, algodão
e seda ou algodão e raiom.
De acordo com ANAWALT (2011, p.551) “Associados principalmente aos
axântis de Gana e aos ewes do sul de Gana, Togo e Benim, os tecidos kente estão
entre os produtos têxteis mais emblemáticos da África [901-905].”
A estamparia é uma das áreas que está mais presente na moda, o designer
de moda tem de ter um grande conhecimento das técnicas e no desenvolvimento
das estampas usando métodos de transferência de cores, desenhos, texturas,
imagens ou grafismo para superfície têxtil.
A estamparia têxtil é um dos processos de produção que dá cor e
características a confecção de estampas para o mercado de roupas e tecidos,
podendo ser digital ou artesanal, manual. A técnica da estamparia é milenar e nas
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7.1. Serigrafia
Fonte:https://3uniformes.com.br/wp-content/uploads/2021/07/silk-screen-3-uniformes-tela-1.png
Fonte:https://www.fespabrasil.com.br/imagens/blog/1180_1.jpg
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7.3. Sublimações
Fonte:https://estampaweb.com/wp-content/uploads/2013/03/3-sublimacao-digital.jpg
7.4. Devorê
Fonte:https://blog.maximustecidos.com.br/wp-content/uploads/2020/05/22237FE4-300x300.jpg
Segundo Albert Adu Boahen (1971), o período de 1880 a 1935 foi que
aconteceram as mais rápidas mudanças e as mais importantes e trágicas na história
da África. Incluindo a ocupação do território pelos imperialistas e o estabelecimento
e exploração do sistema colonial no continente. Cerca de 80% do território africano
era governado pelos próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens até o início
da colonização onde mesmo com a resistência dos povos para defender seu
continente, se viram dominados pelas potências europeias. A relativa facilidade das
potências de conquistarem a África foi pelo conhecimento prévio do interior do
continente, ritmo da revolução industrial crescente, recursos superiores porém o
fator decisivo foi a superioridade logística e militar da Europa. A resistência africana
sempre esteve presente, nunca resignaram a "pacificação" europeia. Por muito
tempo tentaram pregar que eles simplesmente aceitaram o apagamento de sua
cultura, a colonização, porém historiadores dão ênfase nesses movimentos de
resistência. O povo Ashanti dentre a parte ocidental da África foram os que tiveram a
mais longa tradição de luta.
Isabel Castro Henriques (2014), comenta que nos processos de colonização
existe o lado do colonizador ao colonizado, onde o colonizado enxerga um
estrangeiro, dominador e o colonizador enxerga os seus planos essenciais: o
econômico, o ideológico e o político. Que respectivamente são, a busca por
enriquecimento em cima da situação, a validação daquilo como uma “missão
civilizadora” e aquele que se manifesta organizando os instrumentos administrativos.
Isso porque a colonização representa o esquecimento do colonizado de sua própria
cultura, de sua própria história além de impor a do colonizador como a correta.
O processo de colonização nas américas também impactou diretamente o
continente africano e os que nele viviam, já que com a necessidade de mão de obra
barata, transformaram os africanos em mercadoria e deram origem ao comércio de
seres humanos durante mais de três séculos. O sistema do tráfico negreiro, um dos
fenômenos mais incoerentes da história, que consequentemente impactou a forma
que foi construída a sociedade que vivemos hoje.
Isabel Castro também discute a problemática de como que com o processo
de colonização nas américas, o colonialismo que durou na África entre os anos de
1880 a 1960, os africanos foram privados de sua liberdade. Perderam o direito de
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O povo Akan, formado por várias etnias: acuapins, aquiénis, anins, axante,
baúles, assins, bonos, fantes, zemas. De acordo com historiadores, migraram para o
sul a fim de ocupar as florestas e com isso os litorais, assim como a parte oriental da
Costa do Marfim. A base principal desse povo é a família. Alberto da Costa e Silva
(2002) destaca que eram conhecidos pelo intenso comércio de ouro e ademais do
ouro, também na produção de tecidos, estes que na época eram só utilizados por
homens de posse, realeza e líderes espirituais. Porém com o tempo foi se
popularizando, apesar de ainda ser reservado para eventos tradicionais.
Os tecidos originalmente tinham a função apenas de proteger o corpo
humano, porém assumiram uma função estética e simbólica. Adquiriram dimensão
social, possuindo identidade étnica e de gênero em diversas sociedades
(MARTINS,20014). Fonte em estudos culturais, transmitindo ideias e mensagens
sociais entre diferentes culturas (SILVA, 2008). A arte da tecelagem atingiu a
perfeição entre os Akan e os Ewe durante o século XVIII. “Os estofos Adinkra, largos
tecidos imprimidos de motivos e símbolos Akan tradicionais, alcançaram renome na
região de Brong e foram posteriormente copiados pelos Ashanti" (UNESCO V, 2010,
p. 513). Os tecidos são produzidos por algodão e eles também são objeto de troca
em outras regiões. Eram adquiridos em Benin que eram trocados pelos holandeses
por ouro e prata na Costa do ouro.
Os panos Adinkra (Figura 79) são produzidos pelo povo Ashante (de Gana),
na cidade de Ntonso, conhecido como o maior centro de produção de panos Adinkra
(MOBLEY, 2012). Os desenhos adinkra são formas criativas e artísticas que os
povos utilizam para se expressar. É um antigo sistema de escrita africana, um
conhecimento e uma tecnologia ancestral, criado pelos Ashanti na antiga Costa do
Ouro, atual país de Gana. Com o pano trouxeram também a arte da estamparia.
Originalmente pintado em panos, com tinta vegetal, utilizando os selos adinkras
como ferramenta para gravação do pigmento no tecido, esculpidos na fruta seca
poranga, comumente chamada de cabaça e suas hastes de bambu, dando
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Fonte:http://www.afreaka.com.br/notas/adinkra-um-dicionario-de-valores-na-arte-doscarimbos/
Fonte:http://www.afreaka.com.br/notas/adinkra-um-dicionario-de-valores-na-arte-doscarimbos/
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Fonte:http://www.afreaka.com.br/notas/adinkra-um-dicionario-de-valores-na-arte-
doscarimbos/
Fonte:http://www.afreaka.com.br/notas/adinkra-um-dicionario-de-valores-na-arte-
doscarimbos/
COR DESCRIÇÃO
Preto Deriva seu significado da noção de que novas coisas ficam mais
escuras à medida que elas amadurecem; envelhecimento físico
vem com a maturidade espiritual. A cor preta simboliza uma
energia espiritual intensificada, comunhão com algo ancestral e
potência espiritual.
12.1. Sankofa
Fonte:https://www.dicionariodesimbolos.com.br/simbolos-adinkra/
O símbolo Nea onnim no a sua, ohu representa uma busca constante pelo
conhecimento, desejo de democratizar a sabedoria, compartilhar conhecimento,
inovações, comunicação cultura e tecnologias ao longo da vida. Significa “aquele
que não sabe, pode aprender”.
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nea_onnim_no_sua_a_ohu.svg
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12.4. Aya
Fonte: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/simbolos-adinkra/
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13. CONCLUSÃO
Foi dado como tema a ser trabalhado como Trabalho de Conclusão de Curso
povos originários e ancestralidade e diversas interpretações e ideias sobre como
conduzir esse tópico surgiram. A partir de uma primeira busca superficial sobre
temas e questões culturais dos povos ancestrais surgiram diferentes assuntos a
serem abordados. Dentre todas as alternativas e rumos que poderiam ter sido
colocados em foco, tomamos como objetivo central mostrar que aspectos da cultura
Akan, como seus símbolos e as gravações em tecido que poderiam ser trabalhados
para se tornar mais contemporânea e atual sem perder seu formato clássico, mas
podendo se tornar para todos os povos uma recordação da contribuição de povos
originários como os Akans, uma oportunidade de releitura de um povo não-nativo
sobre os países desse continente e inclusive mostrar que a África não é pobre e sem
cultura, que pode ser tomada como um lugar que é mais do que seu passado
escravista se tornando um tópico a ser trabalhado em relações de economia,
história, política e diversos outros âmbitos.
Contudo, neste trabalho afastamo-nos da ideia de apresentar as tradicionais
percepções sobre como são os povos africanos ou seus descendentes e para
representar este posicionamento sobre a ideia de uma moda não caricata criou-se
uma persona, um jovem adulto que carrega sua cultura como um sinal de resistência
e pedido de mudança, fazendo uso dessa ideia para deixar as roupas e
interpretações com um visual mais limpo, trabalhando para que as cores fossem
usadas de forma mais sutil surgindo nas linhas coloridas de bordado ou linhas
comuns trabalhadas em cada peça e os símbolos tradicionais, os sankofas, tomarem
para si foco no tecido sendo usado como uma mega-estampa ou um ponto de foco,
além de poder ser usado como uma das características de união em cada modelo.
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14. REFERÊNCIAS
ANAWALT, Patrícia Rieff. A história mundial da roupa. São Paulo. Editora Senac; 1ª
edição, 2011. p 550.
CARMO, Eliane Fátima Boa Morte do. História da África nos anos iniciais do ensino
fundamental: os Adinkra. Salvador: Artegraf, 2016. Disponível em:
<https://www.ufrb.edu.br/mphistoria/images/Disserta%C3%A7%C3%B5es/Turma_20
14/Eliane_Fatima_Boa_Morte_Do_Carmo.pdf>. Acesso em 25 de março de 2023.
CASTRO, Jacqueline Gonçalves Fernandes de. Design como Identidade: por meio
de estudos sócio-culturais e dos signos. Dissertação apresentada ao Programa de
PósGraduação em Desenho Industrial da Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Arquitetura, Artes e Comunicação, Campus de Bauru, São Paulo, 2007.
PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos; História, Tramas, Tipos e Usos. São Paulo:
Editora Senac, 2007.
POLLINI, Denise. Breve história da moda. São Paulo, 2007. Coleção Saber de tudo,
96 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=IH91DwAAQBAJ&oi=fnd&pg=P T6&dq=aplicacao+da+moda+contempor
%C3%A2nea+no+guarda+roupa+feminino&
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ots=u7KVv_A76E&sig=wfRWl4cHahq4VFhKrb06M_ZR_-U#v=onepage&q&f=false.
Acesso em: 31 de Março,2023
SANSONE, Livio; FURTADO, Cláudio Alves (org.). Dicionário crítico das ciências
sociais dos países de fala oficial portuguesa, p. 45-58. Salvador: UDUFBA, 2014.
UNESCO V. História geral da África VII: África sob dominação colonial, 1880-1935,
p.782-809. Editor Albert Adu Boahen. Brasília: Unesco, 2010.
34
VOGUE BRASIL. 5 tendências de moda boho para ficar de olho em 2021. 2021.
Disponível em: <https://vogue.globo.com/mod
FICHA TÉCNICA
DESENHO TÉCNICO
Frente Costas
Aviamentos
Tecidos
Medidas
Cintura 94,0
Quadril 123,0
Busto 112,0
Degolo 39,0
Busto 22,0
Ombro 13,0
36
Sequência Operacional
FICHA TÉCNICA
DESENHO TÉCNICO
Frente Costas
Aviamentos
Tecidos
Medidas
Cintura 94,0
Quadril 123,0
Sequência Operacional
39
FICHA TÉCNICA
DESENHO TÉCNICO
Frente Costas
41
Aviamentos
Tecidos
Medidas
Cintura 69
Quadril 97
Tórax 96
Degolo 39
Estatura 177,0
Ombro 14,5
Sequência Operacional
FICHA TÉCNICA
DESENHO TÉCNICO
Frente Costas
45
Partes componentes: Bolso faca, Pentingal, Braguilha Cós, Pala, Bolso chapado,
Bolso embutido, Revés.
Aviamentos
Tecidos
Medidas
Cintura 73,0
Quadril 97,0
Joelho 41,0
Estatura 177,0
Entrepernas 83,0
Sequência Operacional
2 Montagem Una frente com forro do bolso com recorte Reta 301
FICHA TÉCNICA
Corset Aya
DESENHO TÉCNICO
Frente Costas
Aviamentos
Tecidos
Medidas
Cintura 68,0
50
Quadril 98,0
Busto 77,0
Busto 21,5
Ombro 12,0
Sequência Operacional
Sequência Operacional
FICHA TÉCNICA
DESENHO TÉCNICO
Frente Costas
Aviamentos
Tecidos
Medidas
Cintura 68,0
Quadril 98,0
Sequência Operacional